Categoria Policia  Noticia Atualizada em 19-04-2013

Suspeitos do ataque de Boston são irmãos chechenos, dizem autoridades
Irmãos moravam há 5 anos nos EUA, praticavam luta e se diziam religiosos. Um irmão morreu e outro é perseguido por centenas de policiais na região.
Suspeitos do ataque de Boston são irmãos chechenos, dizem autoridades
Foto: g1.globo.com

Os dois suspeitos do ataque terrorista na Maratona de Boston são dois irmãos de origem chechena e moravam legalmente nos EUA havia cindo anos, segundo as autoridades americanas.

Eles se diziam religiosos, veneravam a causa da independência da Chechênia, hoje república russa, e praticavam luta. Dzhokhar A. Tsarnaev, de 19 anos, é o suspeito número 2, que é perseguido. O suspeito morto éa Tamerlan Tsarnaev, de 26.

Eles são moradores de Cambridge. Uma autoridade de segurança nacional disse à agência Reuters que os irmãos viviam havia muitos anos nos EUA, e que o governo trabalha com a hipótese de que o atentado tenha sido motivado por extremismo islâmico.

A Chechênia é uma república da Federação Russa, com um governo apoiado por Moscou em Grozni. A região é palco de incidentes violentos provocados por insurgentes separatistas islâmicos. Em um perfil em uma rede social russa, o irmão mais jovem afirma ser islâmico e que suas prioridades na vida eram carreira e dinheiro.

Os dois moram em Cambridge, cidade vizinha a Boston e conhecida pela prestigionsa universidade de Harvard. Um tio deles, Ruslan Tsarni, disse à TV local que os irmãos cresceram no Quirguistão. A família deles deixou a Chechênia nos anos 1990, por conta do sangrento conflito no país, que se envolveu em duas guerras com Moscou.

Eles moraram no Cazaquistão, antes de ir para os EUA, onde moraram por cerca de cinco anos. Tamerlan, o que morreu, estudava engenharia na escola Bunker Hill Community College, em Boston. Em 2009, ele foi preso por violência contra a mulher, após ter agredido a namorada, segundo um site policial local.

Tamerlan praticava boxe na escola Wai Kru de artes marciais mistas.
Em reportagem publicada no site da escola, ele diz que "não tem amigos americanos" e que "não os entende". Ele se define como "muito religioso" e abstêmio. Em seu canal do YouTube, Tamerlan tem vários vídeos referentes ao Islã e a terrorismo. Esses últimos estão cancelados.

O mais novo, Dzhojar, estudou entre 1999 e 2001 na escola de Majachkala, no Daguestão, vizinho da Chechênia. Depois, nos EUA, estudou na Cambridge Ringe & Latin School, um colégio secundário frequentado por estrangeiros. Ele praticava luta livre na escola. Erin Mecado, colega do mais novo, disse à CNN que ele era um "bom amigo".

A página do suspeito na rede russa também revela um senso de humor em torno de sua própria identidade como membro da minoria rebelde do Cáucaso, área no sul da Rússia que inclui a Chechênia, o Daguestão, a Inguchétia e outras regiões predominantemente muçulmanas que vive há duas décadas sob clima de conflito, desde a queda da União Soviética. Ele postou a seguinte piada: "Um carro passa com um cara da Chechênia, um do Daguestão e outro da Inguchétia dentro. Pergunta: Quem está dirigindo?" Resposta: a polícia.

Investigação
Até agora, nenhum grupo radical islâmico havia reivindicado o atentado.
O FBI havia divulgado na véspera imagens dos suspeitos. Segundo Davis, o rapaz morto é o mesmo que foi identificado como suspeito número 1 pelo FBI. No dia da maratona, ele usava um boné preto, óculos de sol e carregava uma mochila.

Em vídeos divulgados pelo FBI na quinta, os dois indivíduos são vistos andando juntos antes dos ataques que mataram 3 pessoas, feriram 176 e chocaram os Estados Unidos na reta de chegada da tradicional Maratona de Boston na segunda-feira.

Na quinta-feira, Richard DesLauriers, que chefia a investigação, afirmou que eles estavam "fortemente armados" e eram "perigosos". O FBI pediu ajuda à população para tentar encontrar ou identificar os suspeitos. Os dois suspeitos levavam mochilas que, acredita-se, levavam as duas bombas detonadas na segunda-feira, feitas com explosivos acondicionados em panelas de pressão. O suspeito número 1 aparece vestindo um boné preto, e o número 2, um branco.

Santa Cruz, em Boston, prometeu levar os culpados à Justiça.
Em entrevistas anteriores, o FBI afirmou que não tinha ideia de quem eram os autores, nem de quais eram suas motivações.
A área do ataque, no centro de Boston, continuava fechada e sendo tratada como "cena de crime".
No final da manhã deta quinta, a agência Reuters informou que as autoridades estavam examinando milhares de fotos tiradas por câmeras de vigilância, pela mídia e por cidadãos comuns perto do momento das explosões e provavelmente vão procurar interrogar mais homens vistos nas fotografias, disseram os oficiais.

Ainda segundo a Reuters, as autoridades disseram que havia um intenso debate dentro do governo sobre se tais fotografias devem ser oficialmente divulgadas para que o público ajude a identificar as pessoas, apesar do vazamento do que seriam algumas delas.

O governo estava segurando a publicação formal das fotos, temendo a repetição do fiasco que ocorreu quando fotos semelhantes, divulgadas na sequência de um atentado na Olimpíada de Atlanta, em 1996, levaram à prisão do segurança Richard Jewell, que acabou se mostrando inocente.

Uma entrevista coletiva marcada para o fim da tarde desta quarta-feira chegou a ser desmarcada.

Um adolescente identificado em uma das fotos vazadas chegou a procurar a polícia para explicar que não tinha envolvimento com as explosões.

Com base em fragmentos de metal, tecido, fios e uma bateria recuperados na cena das explosões, o foco voltou-se para quem pode ter feito as bombas dentro de panelas de pressão e as levado em pesadas bolsas de nylon preto para a linha de chegada da corrida, uma das mais famosas do mundo e assistida por milhares de espectadores.

Um trecho de quase um quilômetro da Rua Boylston e de vários quarteirões próximos permaneceram fechados, enquanto investigadores procuravam pistas do pior ataque em solo norte-americano desde os ataques com aviões sequestrados em 11 de setembro de 2001.

Cidades em todo os Estados Unidos estavam em alerta depois das explosões de segunda-feira em Boston.

Somando-se ao nervosismo, o FBI informou que uma correspondência endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com uma substância suspeita foi recebida no setor de triagem de correio da Casa Branca, na terça-feira, e que testes preliminares mostraram que continha o veneno letal ricina. Um suspeito, que é imitador de Elvis Presley, foi processado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir