Categoria Ciência e Saúde  Noticia Atualizada em 14-05-2013

"Difícil", diz jovem que fez cirurgia igual a de Angelina Jolie na Unicamp
Cabelereira de 27 anos retirou mama por prevenção na rede pública. Atriz declarou que se submeteu a cirurgia após descobrir risco de câncer.

Foto: g1.globo.com

O mapeamento genético que identifica a necessidade de mastectomia preventiva, cirurgia de retirada dos seios realizada pela atriz Angelina Jolie e divulgada nesta terça-feira (14), pode ser realizado de forma gratuita - em casos específicos - no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) do Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A cabelereira Isabela Ferraz é uma das três mulheres que já realizaram o procedimento no Centro. Na rede particular, o procedimento custa até R$ 7 mil.

A atriz americana de 37 anos revelou para o jornal The New York Times que retirou os dois seios após descobrir que tinha 87% de chances de desenvolver câncer de mama, devido à uma mutação genética hereditária. Angelina explicou que sua mãe morreu com a doença aos 56 anos.

Isabela, moradora de Campinas, passou pela cirurgia no fim do ano passado. Diferente de Angelina, a cabeleireira de 27 anos foi diagnosticada com câncer em um dos seios, mas ainda assim fez o procedimento de retirada da mama saudável, por prevenção. Ela tem mutação no gene BRCA 1, o mesmo da atriz, e fez o mapeamento genético. "Descobri que tinha 80% de chance de ter o câncer e o gene vinha do meu pai. Foi uma decisão muito difícil, mas vi que era o melhor, o médico me indicou e a recuperação foi tranquila", conta. A jovem diminuiu quase 100% as chances de desenvolver a doença.

Cirurgia gratuita

O médico e presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia da regional de São Paulo, César Cabello, informou que casos de tratamento gratuito no Caism são avaliados individualmente, pois não há especificação para esse tipo de cirurgia no Sistema Único de Saúde (SUS). Outras duas cirurgias como a da atriz, contudo, já foram realizadas pela rede pública no Centro. "No caso de mulheres que detectamos alto risco, cada uma é examinada e avaliada individualmente, para ver qual a necessidade da cirurgia e se conseguimos fazer gratuitamente", explica.

O mapeamento genético, exame feito para avaliar se a paciente está entre o grupo de risco de desenvolver a doença, custa entre R$ 3 e R$ 7 mil na rede particular e não está disponível no SUS. Há um projeto, ainda sem prazo, para possibilitar o procedimento e a cirurgia no Hospital da Unicamp. "Estamos planejando e estudando como fazer, definitivamente está nos planos", diz Cabello.

O médico explica que convênios particulares são obrigados a pagar pelo mapeamento, caso seja identificado o alto risco da paciente pela equipe médica, segundo resolução de agosto de 2011. Segundo o médico, entre os cerca de 450 casos novos de câncer de mama registrados por ano no Caism, 10% são de mulheres em grupos de risco, como Angelina.

Efeitos colaterais

A mulher que se submete a cirurgia de retirada dos seios perde a capacidade de amamentar e a sensibilidade nos mamilos. "É uma cirurgia complexa, complicada e só deve ser feita quando há risco efetivo detectado", explica. No caso de Angelina, a cirurgia reduziu de 87% para 5% o risco da doença. De acordo com o médico, se a cirurgia for realizada entre os 25 e 30 anos, como no caso de Isabela, o risco de desenvolver o câncer de mama pode ser reduzido a zero.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir