Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-05-2013

Com 15 famílias e poucas paredes, prédio "Titanic" é interditado no AM
Inquilinos pagavam aluguel de R$ 130 para morar no "Titanic". Moradores dividem espaço a céu aberto com animais e lixo.
Com 15 famílias e poucas paredes, prédio
Foto: g1.globo.com

Um edifício de sete andares e praticamente sem paredes conhecido como "Titanic" foi condenado pela Defesa Civil e está sendo evacuado pela Prefeitura de Manaus. Ele foi construído há aproximadamente 15 anos e está localizado atrás do Edifício Garagem do Centro da capital, na Rua Mundurucus. O prédio conta apenas com vigas, lajes e paredes artesanais de papel e compensado. Mesmo com a falta de estrutura, o local é ocupado por 15 famílias, que afirmaram pagar R$ 130 de aluguel mensal para morar no endereço.

No "Titanic", a maioria das famílias vive a céu aberto, com poucos cômodos fechados por paredes improvisadas com diversos materiais. O edifício tem ainda infiltrações, ligações clandestinas de água e energia elétrica, rachaduras e muito lixo. O engenheiro civil do Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), Jocimar Milan, disse ao G1 que toda a estrutura do prédio está condenada. "A parte elétrica está sofrível, sem contar a parte sanitária. Os moradores convivem com lixo e animais. Um incêndio pode acontecer a qualquer momento e, pela falta de paredes, o risco de queda é muito grande", disse.

O segundo andar é um dos poucos com parte de parede de tijolos, onde mora a autônoma Ionara Lucy Rebelo da Silva, 38. "Faz mais de 10 anos que eu moro aqui com meus dois filhos e meu marido. Fomos improvisando com tijolos, papelão e o que dava. Hoje, está mais arrumadinho. Eu sei que não é ideal, mas é o único lugar que consigo alugar por esse valor", disse.

O processo de despejo foi iniciado na tarde desta sexta-feira (17) e nove, das 15 famílias residentes, já foram cadastradas pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (Semeasdh). Até a segunda-feira (20), o prédio deve ser lacrado. A decisão e as ações estão sendo feitas em parceria pela Defesa Civil, Implurb, Secretaria Municipal Extraordinária para Requalificação do Centro (Semex), Semeasdh e do Departamento de Vigilância Sanitária (DVisa) da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

O morador do sétimo andar, Pedro Pereira, de 57 anos, disse que não sabe o que sentir a respeito do despejo. No andar dele não há paredes, apenas vigas e alguns compensados protegendo um banheiro. "Eu moro aqui faz muito tempo, nem lembro desde quando, e agora estou sem rumo. Não sei o que vou fazer agora", disse.

O destino dos moradores ainda não foi definido, mas a assessoria da Semex informou que nenhum ficará desamparado. Todos serão cadastrados pela Semeasdh e receberão moradia ou apoio financeiro para alugar um local com condições melhores de habitação.

O proprietário do prédio ainda não foi identificado, mas, assim que o localizarem, ele terá que apresentar um Plano de Demolição Voluntário, após 24 horas da notificação expedida pela Defesa Civil. Caso não responda a notificação, ele receberá um auto de infração da Prefeitura de Manaus, que cobrará com multa resultante da avaliação da área construída e do fator de risco à população. Após, este período o Poder Público poderá demolir o espaço e enviar ao proprietário os valores gastos na ação.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir