Categoria Economia  Noticia Atualizada em 06-06-2013

Alta do juro contribuirá para queda da inflação em 2013 e em 2014, diz BC
Dispersão nos aumentos de preços contribui para resistência inflacionária. Na semana passada, juros tiveram alta de 0,5 ponto percentual.
Alta do juro contribuirá para queda da inflação em 2013 e em 2014, diz BC
Foto: www.dci.com.br

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou nesta quinta-feira (6), por meio da ata de sua última reunião, quando os juros básicos da economia avançaram para 8% ao ano, que o nível elevado da inflação e a "dispersão" verificada nos aumentos de preços, além dos mecanismos de indexação presentes na economia brasileira, contribuem para que a inflação mostre "resistência" no Brasil.

Por conta disso, avaliou que a alta de 0,5 ponto percentual efetuada nos juros na semana passada, maior do que a elevação da Selic feita um mês antes, em abril, "contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".

"O Comitê enfatiza, também, que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda", acrescentou o Copom.

Comportamento da inflação
Em 2012, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza o sistema de metas de inflação do governo, somou 5,84%. Em abril deste ano, o IPCA somou 0,55% e, no acumulado do ano, ficou em 2,50%, acima dos 1,87% relativos a igual período de 2012. No acumulado em 12 meses até abril deste ano, o IPCA teve alta de 6,49%.

"O Copom avalia que, no curto prazo, a inflação em doze meses ainda apresenta tendência de elevação e que o balanço de riscos para o cenário prospectivo se apresenta desfavorável (...) O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos doze meses persistam no horizonte relevante para a política monetária", informou o BC.

Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Ao subir os juros, o BC atua para controlar a inflação e, ao baixá-los, julga, teoricamente, que a inflação está compatível com a meta. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

O BC informou nesta quinta-feira, por meio da ata do Copom, que suas previsões para o IPCA deste ano (com câmbio e Selic estáveis, ou tendo por base a estimativa do mercado para estes indicadores no futuro) avançaram em relação ao estimado há 45 dias atrás, em abril, e que permanecem acima da meta central de inflação de 4,5% para 2013. Para 2014, porém, a expectativa de inflação do BC (nos dois cenários) continua acima da meta central, mas "pouco se alterou em relação" a abril, acrescentou.

Demanda doméstica "robusta"
O Copom avaliou ainda que a demanda doméstica tende a se apresentar "robusta", especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o "crescimento da renda e a expansão moderada do crédito".

"Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos remanescentes das ações de política implementadas em 2012. Para o Comitê, esses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos, os estoques em níveis ajustados e a gradual recuperação da confiança dos empresários criam perspectivas de intensificação dos investimentos e da recuperação da produção industrial", informou o BC.

Superávit primário e cenário internacional
O Comitê de Política Monetária do Banco Central avaliou ainda que as "iniciativas recentes" do governo apontam o balanço do setor público em posição expansionista. Isso quer dizer, na prática, que o BC entende que o chamado "´superávit primário" (economia feita pelo governo, estados e municípios para pagar juros da dívida pública) tende a ser menor neste ano - conforme indicado na revisão orçamentária de 2013.

"Por outro lado, o Comitê nota que ainda se apresenta como fator de contenção da demanda agregada o frágil cenário internacional. Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal e no mercado de ativos [como o preço do dólar] são partes importantes do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", acrescentou o BC.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir