Categoria Economia  Noticia Atualizada em 14-06-2013

Índice de atividade do BC tem alta de 0,84% em abril, mas desacelera
Em março deste ano, indicador havia registrado crescimento de 1,07%. IBC-Br, considerado "prévia do PIB", tem ficado longe dos números do IBGE.
Índice de atividade do BC tem alta de 0,84% em abril, mas desacelera

O Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br, que é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB pela autoridade monetária, registrou aumento de 0,84% em abril deste ano, o primeiro mês do segundo trimestre. A comparação foi feita pelo indicador dessazonalizado.

Apesar do crescimento, a expansão foi menor do que a registrada em março, quando o indicador teve alta de 1,07% (dado revisado), ainda segundo números da autoridade monetária. A elevação também foi menor do que aquela registrada em janeiro de 2013 - quando o indicador avançou 1,03%. Em fevereiro, houve retração de 0,26%.

No acumulado de janeiro a abril deste ano, de acordo com o Banco Central, o IBC-Br registrou crescimento de 3,2% sobre igual período de 2012. Neste caso, a comparação foi feita sem ajuste sazonal - considerada mais apropriada por economistas.

Resultados do IBC-Br X PIB
O IBC-Br foi criado para tentar ser um "antecedente" do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, não tem demonstrado proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado do IBC-Br de 2012, por exemplo, mostrou um crescimento de 1,6%. Posteriormente, o resultado oficial do PIB mostrou uma alta menor, de 0,9% no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, o mesmo aconteceu. Enquanto o IBC-Br registrou uma expansão de 1,04% sobre os três últimos meses de 2012, o PIB veio menor: com um crescimento de 0,6%.

Em dezembro do ano passado, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton, disse que o IBC-Br não seria uma medida de PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas "um indicador útil" para o BC e para o setor privado. "Se o IBC-Br acertasse na mosca é que seria surpreendente", afirmou ele na ocasião.

Desempenho da economia
O fraco desempenho da economia registrado em 2012, e no primeiro trimestre deste ano, aconteceu apesar de várias medidas anunciadas pelo governo no decorrer do ano passado, como a redução do IPI para linha branca e automóveis, além do corte dos juros básicos da economia, do aumento do dólar e da redução em mais de R$ 100 bilhões dos chamados depósitos compulsórios.

O governo também reduziu, no ano passado, o IOF para empréstimos tomados pelas pessoas físicas, deu prosseguimento à desoneração da folha de pagamentos, liberou mais crédito para os estados, anunciou um programa de compras governamentais de R$ 8,4 bilhões, e também tomou medidas de defesa da concorrência.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estimava uma expansão da economia acima de 4% para este ano no fim de 2012, revisou seus números após a divulgação do PIB do primeiro trimestre, e admitiu que a taxa de expansão deste ano não chegará a 3,5%. Para o mercado financeiro, o PIB deve ter uma alta bem menor: de 2,5% em 2013.

Definição dos juros

O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Com crescimento menor, por exemplo, teoricamente haveria menos pressões inflacionárias. Atualmente, os juros básicos estão em 8% ao ano após duas elevações em 2013.

Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

A expectativa do mercado financeiro é de que os juros continuem subindo neste ano e terminem 2013 em 8,75% ao ano. Segundo analistas, a política de gastos públicos em alta, com um corte menor de gastos neste ano no orçamento por parte do governo federal, além da disparada do dólar, contribuem para pressionar a inflação.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir