Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 17-06-2013

Espanha bate Uruguai, mas é vaiada
A Espanha deu show habitual de um time recheado de craques e que tem como base os jogadores do Barcelona.
Espanha bate Uruguai, mas é vaiada
Foto: br.esporteinterativo.yahoo.com

Tocando a bola de um lado para o outro, o time envolveu facilmente o Uruguai, abriu 2 a 0, poderia ter goleado, mas cansou, sofreu gol no fim e teve de se contentar em estrear na Copa das Confederações com vitória por 2 a 1, na Arena Pernambuco, em Recife.

Agora, os times voltam ao campo na quinta-feira. Os espanhóis pegam o fraco Taiti, às 16h, no Maracanã, enquanto o Uruguai enfrenta a Nigéria, às 19h, em Salvador.

Durou nove minutos a pretensão do Uruguai, que sonhava brecar a Espanha. Esse foi o tempo necessário para que a primeira chance fosse criada. Foram 13 trocas de passes, desde a defesa até que Alba tocou para Iniesta, que deixou para Fabregas acertar a trave.

Atônitos, os sul-americanos tentavam acompanhar o frenético toque de bola dos europeus, que outra vez deram aula de futebol. O show inicial era o prenúncio do perigo que a lenta defesa uruguaia corria no jogo. E não deu outra. Aos 19, Pedro aproveitou sobra e chutou forte, a bola desviou na zaga e estufou a rede.

Com a vantagem, ficou ainda mais cômodo para a Espanha tocar a bola, esperando brecha na defesa adversária. E foi assim que saiu o segundo. Aos 31, Fabregas achou Soldado, ele teve calma para dominar e chutar colocado, bem longe do alcance de Tabárez.

O segundo tempo teve exatamente o mesmo ritmo do primeiro. Com calma, a Espanha valorizava a posse de bola e não tinha pressa para definir. O domínio era tanto que a estatística apontava 77% de domínio para os espanhóis.
Se fosse preciso, a Fúria seguramente golearia, mas o time tirou o pé. Uma boa chance para marcar o terceiro foi criada aos 18, quando Iniesta chutou na zaga e Pedro mandou o rebote rente à trave esquerda.

Apesar de envolvente, o toque de bola espanhol não agradou o torcedor brasileiro, que vaiou constantemente.
Experiente, a equipe europeia também soube neutralizar os uruguaios, cometendo faltas sempre que perdia a bola e via a iminência de ser contra-atacada. Sem força, o Uruguai diminuiu no único jeito que levou perigo. Aos 42, em cobrança de falta, Luis Suárez mandou no ângulo: 2 a 1.

Mesmo com o gol, os espanhóis seguiam tocando a bola, consolidando o estilo de se jogar futebol que já convenceu o mundo e agora tenta cair nas graças também o brasileiro.

Andrés Iniesta brilha e faz a diferença

Quando Andrés Iniesta pega na bola é certeza de lance bonito. Ontem, o espanhol não marcou, mas deu verdadeiro show de técnica e controle de bola, arrancando aplausos da exigente torcida brasileira. Em uma das jogadas, no segundo tempo, driblou quatro jogadores e faria um golaço, mas a conclusão parou nas pernas dos defensores uruguaios.

O jogador do Barcelona, além de craque, é um dos líderes da Espanha e é quem decide o momento certo de acelerar uma jogada. Ontem, Iniesta teve a companhia de Fabregas na função, o que facilitou a missão e melhorou ainda mais o passe no meio campo.
Pela grande atuação, Iniesta recebeu da Fifa o prêmio de melhor jogador em campo e só lamentou que o time não tenha conseguido impor vantagem maior, o que pode ser decisivo na decisão pelo primeiro lugar do Grupo B – a equipe encara ainda Taiti e Nigéria.

"É difícil dizer se foi o nosso melhor primeiro tempo (de todos). Nos faltou um terceiro gol para matar a partida. O importante é começar ganhando, e as sensações são boas para o restante da competição", comentou ele, que elogiou a obediência tática dos espanhóis durante o duelo. "Sabíamos que o Uruguai é uma equipe agressiva, não te deixa pensar, mas jogamos muito bem e interpretamos bem o jogo", comentou o meia.

Del Bosque admite cansaço no fim

O técnico espanhol Vicente Del Bosque deu explicação no mínimo curiosa ao justificar a queda de ritmo no segundo tempo no jogo contra o Uruguai, que quase comprometeu a vitória que parecia tranquila. Segundo ele, o time sentiu bastante o calor que fez à noite na capital pernambucana, algo em torno dos 25ºC, e os jogadores cansaram.

"No fim do jogo, ninguém mais tinha disposição para jogar futebol. Nós não conseguimos manter o mesmo ritmo do primeiro tempo e o Uruguai cresceu no jogo. Quando a partida terminou, todo mundo estava muito cansado", comentou o treinador.

Curioso é que durante a semana foi a chuva que atrapalhou tanto a preparação espanhola quanto a uruguaia. Apesar do excesso de água, o gramado da Arena Pernambuco resistiu bem e ficou como um tapete para receber o jogo.

Sobre o desempenho do time quando ainda tinha fôlego para atacar, Vicente Del Bosque aprovou o que viu. "Gostei não só pelo rendimento do primeiro tempo, mas também pelo da segunda etapa. Jogamos bem, apesar de tudo ter ficado mais feio no final", comentou. "São três pontos magníficos, que nos colocam na melhor disposição para buscarmos as semifinais", completou o treinador.

O atacante Soldado, autor de um belo gol, o segundo dos espanhóis no jogo, também lamentou a queda de ritmo. "Perdemos muitas oportunidades, tínhamos que ter aproveitado. Mas é importante manter a cabeça fria durante o jogo. Jogamos bem no início, tivemos chances para fazer o terceiro gol, mas o time cansou", avaliou o jogador, que atua pelo Sevilha. "Era importante que a filosofia do time não se perdesse durante o jogo contra o Uruguai", completou.

Fazer o gol foi importante para Soldado, que ontem entrou na vaga de David Silva. "Não sei se voltarei a ser titular. Essa é uma decisão que cabe ao treinador", comentou o jogador.

Uruguaios reconhecem inferioridade

Após a derrota na estreia da Copa das Confederações, o elenco do Uruguai reconheceu a superioridade do futebol demonstrado pela Espanha na noite de ontem, na Arena Pernambuco, em Recife. O atacante Luis Suárez, autor de belo gol de falta pela Celeste e um dos poucos destaques do time durante a partida, afirmou que é muito complicado parar a atual campeã mundial.

"Contra a Espanha sempre são partidas difíceis, é a melhor seleção do mundo. É difícil conseguir. Fizemos um gol no final, tentamos empatar, perdemos, mas o time lutou até o fim", avaliou Suárez.

Outro que também destacou as qualidades do adversário foi o capitão Diego Lugano. O zagueiro analisou que seu time lutou ao máximo para sair com o resultado positivo, mas a diferença técnica pesou no placar para o lado europeu. "Nós tentamos fazer o possível. Eles foram muito superiores. No final, conseguimos apertá-los um pouco, mas saímos derrotados", disse o ex-são-paulino.

O Uruguai chegou à competição continental após vitória apertada por 1 a 0 sobre a Venezuela pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo. Segundo Lugano, o cansaço após o confronto com a Espanha já era esperado.

"Não conseguimos correr atrás da bola como gostaríamos, foi uma partida muito difícil. Sentimos tudo em dobro, estamos muito desgastados e foi só o que pudemos fazer", afirmou o jogador, lamentando o desgaste do grupo devido à maratona de jogos dos últimos tempos.

A comissão técnica uruguaia agora viaja para a cidade de Salvador, na Bahia, para o segundo compromisso pelo Grupo B do torneio. Seu próximo jogo será na noite de quinta-feira, diante da Nigéria, a partir das 19h, na Arena Fonte Nova. (Luís Felipe Soares)

Fonte: www.dgabc.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir