Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 02-07-2013

VOCÊ É RESILIENTE?
Na reunião, fechando a pauta, o diretor solicitou dos funcionários que emitissem opinião a respeito de alguns colegas cujos nomes deixou no painel. Os funcionários destacados estavam presentes e um deles, querendo, talvez, estabelecer um ambiente de desc
VOCÊ É RESILIENTE?

Houve risos, naturalmente. Mas logo alguém, corajosamente, quis saber da pessoa que usara a palavra, o que se podia entender por resiliente. Com simpatia, a funcionária mostrou na sua explicação que o termo, posto que pouco usual, era de seu conhecimento e, portanto, fora usado com muita propriedade.

A comunicação tem dessas coisas. O receptor só irá se inteirar da mensagem se devidamente decodificada, caso contrário, só restarão ruídos. E ruídos, sabemos, impedem a comunicação desejada. E quem não se comunica... "se complica".

Resiliente. O idioma, num processo natural, motivado por razões não muito fáceis de serem detectadas, elege algumas palavras e expressões que se tornam muito utilizadas em determinada época caindo no gosto geral. Algumas se tornam famosas pelo mau uso. Só para recordar: "a nível de" popularizou-se; entretanto, no contexto em que é mais usada, o comunicador deveria usar corretamente "em nível de".

Mas voltemos ao resiliente. Os filólogos, esses "seres" que dão explicações da Língua enquanto fator cultural, nos ajudam quando informam que a utilização dessa palavra remonta ao ano de 1807. O cientista Thomas Young a utilizou para descrever a capacidade de um corpo deformado por uma força externa, voltar ao estado natural, quando fora dessa pressão. O exemplo é do elástico que volta ao normal quando não está sendo mais esticado. Etimologicamente vem do latim resilire= "saltar para trás", "voltar ao estado natural".



Já deu para perceber que o significado ficou de fácil aplicação tanto na Medicina como na Psicologia. Na Medicina, são resilientes pessoas com alta capacidade de se recuperar de eventuais traumas; na Psicologia são resilientes indivíduos que, submetidos a uma terapia, com rapidez, voltam ao estado em que não apresentavam o problema diagnosticado.



Agora, o que se quer interiorizar aqui, com o tema, é a necessidade de apresentarmos resiliência em todos os aspectos da nossa vida. Viver é conviver. E conviver é ser desafiado, a toda hora, em nossa capacidade de reagir positivamente aos desafios e às pressões do cotidiano. É aprender com os erros; é transformar as adversidades em força a nosso favor; é identificar a verdadeira causa de um determinado problema e saná-lo...

Nos relacionamentos, muitas vezes nos é exigido forte dose de resiliência. O professor resiliente fará uma bem-sucedida carreira, apesar de. Pais resilientes terão firme controle sobre seus filhos, apesar de. Cônjuges resilientes manterão a integridade dos seus lares, apesar de. Empregados resilientes continuarão produzindo nas empresas, apesar de. Ex-dependentes químicos assim permanecerão, apesar de. Portadores de enfermidades e/ou deficiências variadas impressionam pela superação, pela resiliência. "Da fraqueza tiram forças", para usar uma expressão bíblica (Hebr 11.34). Enfim, são alguns cenários onde indivíduos neles inseridos, vencem pelo controle de suas emoções, pelo otimismo, pela autoconfiança, pela flexibilidade, pela capacidade de dar a volta por cima.

Finalizando, é bom registrar que ninguém é resiliente sozinho. Ampliamos nossa resiliência na medida em que nos auxiliamos mutuamente. Aí eu me pergunto, humildemente: quem me conhece vê em mim uma pessoa resiliente?

Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Silvio Gomes Silva    |      Imprimir