Categoria Geral  Noticia Atualizada em 02-07-2013

Em meio à crise, presidente do Egito se reúne com chefe do Exército
Multidão está nas ruas pedindo a saída do islamita Morsi do poder. Militares tentam forçar consenso entre ele e a oposição.
Em meio à crise, presidente do Egito se reúne com chefe do Exército
Foto: g1.globo.com

O presidente do Egito, Mohamed Morsi, se reuniu nesta terça-feira (2) com o chefe do exército, general Abdel Fatah al Sisi, para falar da crise política que sacode o país e que levou milhões de pessoas às ruas contra o governo, informaram fontes presidenciais e militares.

Este encontro acontece quando restam 24 horas para se expire um ultimato do exécito, rejeitado por Morsi, que exige que o presidente islamita atenda às reivindicações de milhões de manifestantes que reclamam sua demissão. Nenhum detalhe foi divulgado.
Plano militar

As forças armadas planejam suspender a Constituição e dissolver o Parlamento, atualmente dominado pelos islamitas, segundo um esboço que pode ser seguido se Morsi e a oposição não chegarem a um acordo, segundo fontes militares ouvidas mais cedo pela agência Reuters.

O Conselho Supremo das Forças Armadas ainda estava discutindo detalhes desse plano, que tem o objetivo de resolver a crise política que paralisa o país, com milhões de manifestantes nas ruas contra o governo.

A oposição egípcia afirmou que não apoiaria um "golpe de Estado militar" e considerou que o ultimato do exército ao presidente Morsi não significa que os militares queiram desempenhar um papel político.

"Não apoiamos nenhum golpe de Estado militar", afirma em um comunicado a Frente de Salvação Nacional (FSN, principal coalizão opositora).

A FSN destaca "confiar na declaração do exército" de que não deseja envolvimento na política.

Também nesta terça, o ministro de Relações Exteriores do Egito, Mohamed Kamel Amr, apresentou sua renúncia ao cargo, agravando ainda mais a crise.

Com a renúncia, já são seis os ministros do gabinete do chefe do executivo, Hisham Qandil, que abandonaram o governo nas últimas horas. Mohamed Kamel Amr é, até agora, o mais importante dos ministros que deixaram os cargos nas últimas horas.

Os titulares de Turismo, Telecomunicações, Assuntos Legais e Parlamentares, Meio Ambiente e Recursos Hídricos entregaram uma carta a Qandil na qual pedem "a queda do regime" e dizem que o presidente "não respondeu às reivindicações do povo".

Amr foi nomeado titular das Relações Exteriores em julho de 2011, poucos meses depois da queda do regime do ditador Hosni Mubarak, em substituição do atual secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Araby.

Estado-Maior

Outra renúncia relevante na segunda-feira (1º) foi a do ex-chefe do Estado-Maior, Sami Anan, antigo "número dois" da junta militar que assumiu o poder após a queda de Mubarak, que deixou seu cargo de conselheiro presidencial.

A praça Tahir segue ocupada, em meio à expectativa sobre os novos lances.

Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que faz uma visita à África, ligou para Morsi e disse estar preocupado com a situação no país. Obama falou ainda que é a favor do processo democrático, e que não vai manifestar apoio a qualquer partido ou grupo egípcio.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir