Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-07-2013

População amanhece sem ônibus em Salvador; transporte normalizou às 8h
Rodoviários se concentraram nas portas das garagens. Mobilização ocorre no Dia Nacional de Luta.
População amanhece sem ônibus em Salvador; transporte normalizou às 8h
Foto: www.paraiba.com.br

Salvador amanheceu sem ônibus nesta quinta-feira (11), dia em que estão previstos protestos de diversas categorias pelo país. Os rodoviários se concentraram desde as 4h nas portas das garagens dos ônibus.

Por volta das 5h, a Estação Pirajá estava vazia, sem ônibus e com poucos usuários que aguardavam por transporte. Eram pessoas como o cozinheiro Edvaldo Souza, que tinha consulta médica marcada.

"Peguei no noticiário que só a partir das 8h, mas mesmo assim saí cedo para me aventurar porque tenho médico. A consulta é no Hospital do Subúrbio, pega a senha na hora, eu queria chegar lá cedo. Agora tenho que aguardar", disse enquanto esperava pelo transporte.

Às 8h, os ônibus começaram a sair das garagens, conforme sinalizado pelo Sindicato dos Rodoviários. "Os rodoviários que fazem a cidade existir, vamos sair às 8h para o povo ir para a manifestação", afirmou Raimundo Carneiro, um dos diretores do sindicato.

Aos poucos, o movimento na Estação Pirajá foi aumentando. Alguns usuários deixaram para sair mais tarde de casa por causa dos protestos. "Moro perto da Estação e trabalho no Iguatemi. Saí mais tarde e cheguei aqui por volta de 8h, porque já sabia da paralisação. Eu avisei aos meus patrões. Meu horário é 9h, acho que chego umas 10h", diz Lourença Santos, empregada doméstica.

Manifestações
Movimentos sindicais e a sociedade civil organizada planejam uma série de protestos para esta quinta-feira em Salvador e no interior do estado, como deve acontecer em todo o país. Mais de 10 categorias anunciaram participação na série de manifestações, o que deve alterar serviços de diversos setores da sociedade como o transporte, a segurança, a educação e o funcionalismo público.

Por conta disso, a Polícia Militar da Bahia anunciou que o policiamento na capital e em cidades do interior será reforçado na "Operação Visibilidade", que atuará em pontos estratégicos onde ocorrer os protestos.

A PM-BA aponta que a operação pretende "preservar a integridade física das pessoas, do patrimônio público e privado". "O efetivo vai estar preparado para que a população tenha maior sensação de segurança. A pespectiva é de que as manifestações sejam pacíficas, no padrão da norma e da legalidade", afirmou o coronel Gilson Santiago.

"Esse movimento é para sacudir o governo e dizer que o trabalhador, que gera a riqueza desse país, tem que ser respeitado", disse Cedro Silva, presidente da Central Única dos Trabalhadores na Bahia (CUT-BA). O evento unificado é chamado "Dia Nacional da Luta".

Todas as categorias marcaram de se reunir às 11h na Praça do Campo Grande, de onde vão caminhar até a Câmara Municipal de Salvador. Vereadores marcaram audiência pública no turno da tarde para discutir as pautas do Movimento Passe Livre Salvador.

Os protestos cobram piso salarial regional, fim da violência à juventude negra, fim do fator previdenciário, jornada de trabalho de 40 horas, democratização da comunicação, além de investimentos em saúde, educação, transporte, reforma agrária e segurança pública.

Abaixo, saiba quais categorias anunciaram paralisação para a quinta-feira (11) na capital baiana:

Transporte: De acordo com o sindicalista Daniel Mota, os rodoviários param das 4h às 8h, na porta de todas as empresas de ônibus. Não haverá trabalhadores em atividade durante as quatro horas previstas para o protesto. O Setps, sindicato das empresas de ônibus, apontou que as empresas estarão abertas para quem quiser trabalhar e que não compactua com a mobilização.

Segurança: Os policiais civis anunciaram que 30% do efetivo vai atuar na quinta, de acordo com o Sindpoc, sindicato que representa a categoria. A paralisação é por 24 horas. O efetivo irá fazer os atendimentos dos flagrantes e o levantamento cadavérico. Diante da mobilização, a Polícia Civil, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que o cidadão deve procurar os delegados titulares das unidades territoriais e especializadas para atender o público. Outra opção é registrar as ocorrências na Delegacia Digital, em casos de furto ou roubo de carros, arrombamento de casas comerciais e residenciais, entre outras situações.

Educação: As secretarias de Educação do município e do estado afirmaram que não haverá esquema especial por conta da paralisação e que as escolas funcionam. A APLB, sindicato que representa os professores da rede pública, afirma que os trabalhadores vão parar. Já o sindicato das escolas particulares também convocou os professores, que já estão em greve, para a manifestação. O sindicato patronal relata que fica a cargo da escola parar ou não o funcionamento.

Já no ensino superior, os docentes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foram chamados pelo sindicato da categoria, a APUB. A Universidade diz que não houve nenhuma alteração no cronograma de aulas e de trabalho por conta do evento. Os servidores técnico-administrativos, através da Assufba, sindicato da categoria, também prometem parar.

Comércio: O Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas-BA) orienta que o comércio funcione na quinta-feira, alegando que a paralisação acarretará prejuízos às empresas e aos trabalhadores em relação à remuneração mensal. No entanto, o sindicatos dos comerciários disse que a categoria vai suspender as atividades.

Bancos: As agências vão fechar devido à paralisação nacional, de acordo com o sindicato da categoria de trabalhadores. A entidade pede que clientes façam transações pela internet. O G1 não conseguiu contato com o sindicato patronal.

Judiciário: O Sinpojud, sindicato dos servidores, informa que os trabalhadores estaduais foram convocados para a paralisação. O Tribunal de Justiça da Bahia não se manifestou sobre qualquer alteração no serviço.

Ações agendadas
De acordo com as centrais sindicais, às 5h, os trabalhadores da indústria vão parar a BR-324 na Via Parafuso, em Candeias e Alagoinhas.

No mesmo horário, começa outra paralisação na saída de Feira de Santana, nas BRs 324, 101, 242, promovida pelo Movimento Sem-Terra, trabalhadores rurais, Via Campesina, além de outros movimentos sociais.

Às 7h, estão marcados atrasos na entrada do expediente em hospitais públicos e privados. Também estão agendadas mobilizações em cidades como Camaçari, Alagoinhas, Juazeiro, Feira de Santana, Candeias, Ilhéus, Itabuna, Vitória da Conquista, Barreiras e Teixeira de Freitas.

Às 12h, as categorias se concentram na Praça do Campo Grande. Às 14h, eles participam de uma reunião sobre mobilidade urbana e tarifa zero com vereadores. Às 15h, terá uma marcha unificada das centrais do Campo Grande até a Praça Municipal. O encerramento será as 18h.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir