Categoria Geral  Noticia Atualizada em 19-07-2013

Atropelador deve ser interrogado na cadeia e não voltará para Ribeirão, SP
Alexsandro Ishisato Azevedo foi preso pela Polícia Civil na quinta-feira (18). Delegado diz que é preciso preservar a integridade física do empresário.
Atropelador deve ser interrogado na cadeia e não voltará para Ribeirão, SP
Foto: midiacon.com.br

O empresário Alexsandro Ishisato Azevedo, preso nesta quinta-feira (18) e acusado de tentar matar quatro pessoas durante um protesto no mês passado em Ribeirão Preto (SP), não voltará para a cidade e deverá ser ouvido formalmente na cadeia onde está preso. A informação foi passada ao G1 pelo delegado João Osinski Júnior, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-3).

Segundo o delegado, a Polícia Civil trouxe Azevedo para Ribeirão na quinta-feira para "prestar contas a sociedade", uma vez que o caso é de grande comoção popular, e afirmou que é preciso preservar a integridade do empresário. "Se a gente o traz de novo para Ribeirão, ele desce do carro e as pessoas já gritam que ele é assassino. Ele não vai ser ouvido na cidade. Ele pode ser ouvido formalmente em qualquer lugar e não será em Ribeirão", comentou Osinski.

Azevedo era procurado desde a noite de 20 de junho, após ter atropelado 12 pessoas e matado o jovem Marcos Delefrate, de 18 anos. A prisão temporária dele foi decretada um dia após o crime em Ribeirão Preto, mas desde então, o empresário estava foragido. Ele foi preso em uma chácara onde funciona uma clínica para a recuperação de dependentes químicos em Bragança Paulista (SP).

O diretor do Deinter-3 reiterou que a Polícia Civil não irá divulgar a cadeia onde o atropelador está preso por motivo de segurança. Segundo ele, Azevedo não foi levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) porque está preso temporariamente. "Se estivéssemos cumprindo a prisão provisória, ele poderia ser levado para o CDP. Do contrário, ele tem que ser levado para uma cadeia. E foi isso que aconteceu", pontuou o delegado.

Osinski disse ainda que a polícia não divulgará o teor do depoimento e lembrou que, mesmo durante o depoimento formal para a Polícia Civil, o empresário pode não fornecer mais detalhes sobre o crime. "Em 99% dos casos, o acusado se reserva ao direto de falar apenas em juízo. A gente pode fazer esse interrogatório formal com ele, mas ele pode não falar nada. Nós faremos as perguntas, mas podemos não ter as respostas por agora", concluiu.

Inquérito
O inquérito sobre o atropelamento em Ribeirão Preto foi concluído no início desta semana e encaminhado ao Fórum do município junto a um pedido de prisão preventiva de Azevedo. Ele foi indiciado por homicídio doloso, quatro tentativas de homicídio, lesão corporal, omissão de socorro e fuga de local de acidente.

O delegado Paulo Henrique Martins de Castro informou que o advogado Ricardo Augusto Nascimento Pegolo dos Santos, que havia se manifestado em defesa do acusado no início não está mais no caso, e que uma nova defesa do empresário foi instituída. Os nomes dos defensores não foram informados.

O caso
Azevedo estava desaparecido desde a noite do crime, quando atropelou e matou o estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, que participava da manifestação. Outras 12 pessoas ficaram feridas - três delas ainda se recuperam dos ferimentos. O empresário fugiu do local sem prestar socorro às vítimas. O veículo modelo SUV foi apreendido na casa dele, em um condomínio de luxo na Zona Sul de Ribeirão.

Um jovem que participava do protesto filmou a confusão. As imagens mostram o carro do empresário parando diante dos manifestantes, que pedem para que ele recue. Depois de uma discussão, Azevedo engata a ré e passa a ser ofendido por algumas pessoas. Nesse momento, ele acelera o veículo e avança sobre o grupo que estava no meio da rua.

Em depoimento à polícia, o funcionário de um supermercado onde Azevedo estava alegou que todos os clientes da loja foram orientados a deixar o local pelo acesso de entrada – na Avenida Professor João Fiúsa –, já que o tráfego pela saída – na Avenida José Adolfo Bianco Molina – ficou prejudicado pela concentração de pessoas que participavam da passeata. Azevedo, no entanto, teria ignorado o aviso.

Também em depoimento, uma irmã de Azevedo confessou que o ajudou a fugir, sem saber do envolvimento dele no crime. A mulher teria relatado que levou o irmão da casa onde morava até à rotatória Waldo Adalberto da Silveira, principal acesso à cidade pela Rodovia Anhanguera. A partir daí, outra pessoa teria resgatado o empresário.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir