Abdicação ocorrerá neste domingo (21), dia da festa nacional belga.
Príncipe Phillipe, de 53 anos, vai assumir.
Foto: www.ionline.pt O rei da Bélgica, Alberto II, de 79 anos, pediu neste sábado (20) que seja mantida a "coesão" do país, dividido entre quem fala a língua neerlandesa e quem fala francês. Seu último discurso à nação na TV foi neste sábado, na véspera de sua abdicação. Quem assume é seu filho mais velho, o príncipe Philippe, de 53 anos, casado com a princesa Mathilde.
"Tenho intenção de abdicar. Minha idade e minha saúde não me permitem exercer minha função como gostaria", disse Alberto II no dia 3 de julho.
Embora haja dúvidas sobre a capacidade de Philippe de assumir o trono, Alberto II também pediu aos belgas para colaborar ativamente e dar apoio ao futuro rei.
Albert II fez seu tradicional discurso do meio-dia para a nação na véspera do dia da festa nacional do país, que coincide este ano com a sua abdicação, depois de 20 anos de reinado.
"Tenho certeza que manter a coesão do nosso estado federal é vital, não só para a qualidade da nossa vida juntos (...), mas também para a preservação do nosso bem-estar", disse o monarca em seu anúncio na TV.
Albert II é o primeiro rei na história do país a deixar o trono por sua própria vontade.
"Constato que o príncipe Philippe está bem preparado para me suceder. Ele goza, junto com a princesa Mathilde, de toda a minha confiança", disse Alberto II no dia 3 de julho.
Casado com a rainha Paola, teve três filhos: Philippe, Astrid e Laurent.
Na Bélgica, a monarquia recebe o apoio da população, mas o filho mais velho de Alberto II não é muito popular, apesar de muitos acharem que ele pode renovar o trono.
A família real belga, cujo papel unificador tem sido chave no país em tempos de crise política, tem protagonizado este ano uma onda de escândalos que recheiam páginas e páginas de tabloides.
A Rainha Fabíola, que nunca abdicou depois da morte do seu marido, o Rei Balduíno, indignou recentemente a população ao criar uma fundação para salvar seu patrimônio dos altos impostos, em meio a um dos piores momentos da crise europeia.
Além disso, segundo uma biografia não autorizada, o rei teria tido uma filha, Delphine Boël, fruto de um relacionamento extraconjugal com uma aristocrata belga, a baronesa Sybille de Selys-Longchamps, que alimentou o escândalo ao revelar à imprensa detalhes sua suposta relação "de dez anos" com o monarca.
A suposta filha ilegítima de Alberto II solicitou à justiça belga a realização de exames de DNA para comprovar seu parentesco.
Um dos filhos legítimos de Alberto II, Lorenz, é acusado de ser a "ovelha negra" da família, dando combustível a livros e documentários sobre o seu suposto gosto pelo luxo e pela ostentação, sua inclinação à violência, os conflitos que teve com a justiça e as decisões equivocadas que tomou, como visitar o Congo contra as recomendações do governo e da Casa Real, o que o afastou dos atos oficiais.
A Constituição belga limita os poderes da monarquia a um mero papel de representação e símbolo de unidade, muito importante em um país historicamente dividido por disputas por soberania entre o norte e o sul.
Fonte: g1.globo.com
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