Categoria Politica  Noticia Atualizada em 30-07-2013

Chanceler da UE se reúne com presidente egípcio deposto antes de protestos
A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, afirmou nesta terça-feira que o presidente deposto Mohamed Mursi está bem, enquanto seus seguidores se preparam para novas manifestações de apoio.
Chanceler da UE se reúne com presidente egípcio deposto antes de protestos
Foto: www.abola.pt

O presidente deposto está bem e tem acesso à imprensa, disse Ashton nesta terça-feira depois de se reunir com ele durante duas horas na véspera no local secreto onde é mantido pelo exército e do qual não quis fornecer detalhes.

Segundo Ashton, as negociações com o presidente islamita deposto foram "amistosas, abertas e muito francas".

Ashton também se reuniu com líderes do governo interino instaurado pelo exército e da oposição islamita em um contexto no qual os partidários de Mohamed Mursi afirmaram que não deixarão de protestar até que ele seja restituído em seu posto, apesar dos confrontos que deixaram 82 mortos no fim de semana.

Em uma visita anterior, no dia 17 de julho. Ashton já havia pedido sem sucesso para se encontrar com Mursi, assim como sua libertação.

Na sexta-feira, um tribunal do Cairo ordenou a prisão preventiva de Mursi alegando que em 2011 escapou, com a ajuda do Hamas palestino, de uma prisão na qual havia sido detido pelo regime de seu antecessor, Hosni Mubarak.

Desde sua deposição, no dia 3 de julho, os seguidores de Mursi protestam diariamente para que seja restituído no cargo. Na segunda-feira marcharam de seu acampamento no Cairo a várias sedes da segurança egípcia.

Esta marcha aumentou o temor de novos confrontos, mas os manifestantes se mantiveram à distância das forças de segurança e retornaram ao acampamento que levantaram após a deposição de Mursi.

No entanto, na cidade de Ismailía (leste), confrontos entre simpatizantes e opositores de Mursi terminaram com 18 feridos, segundo uma fonte de segurança.

A Aliança Anti-Golpe, uma coalizão de grupos islamitas favoráveis a Mursi, convocou para esta terça-feira uma grande manifestação sob o lema "Mártires do Golpe" para homenagear os falecidos de suas fileiras no protesto de sábado no Cairo.

"Saiam às ruas (na terça-feira) e às praças para reconquistar sua liberdade, sua dignidade - usurpadas por um golpe de Estado sangrento - e pelos direitos dos mártires assassinados a tiros", convocaram os egípcios.

Khaled al-Khateeb, responsável pelos serviços de emergência egípcios, elevou a 82 o número de falecidos no sábado, incluindo um policial que morreu devido aos seus ferimentos. Um balanço anterior informava sobre 72 mortos.

A Casa Branca condenou fortemente o massacre e convocou o governo interino a respeitar os direitos dos manifestantes.

O Conselho Nacional de Defesa interino pediu que os manifestantes "não excedam seu direito de protestar pacificamente e de maneira responsável suas opiniões" e advertiu que tomarão "decisões e ações firmes e decisivas em resposta a qualquer violação".

Ashton, que chegou ao Cairo na noite de domingo, também se encontrou na segunda-feira com o chefe do exército, o general Abdel Fatah al-Sissi, e com o presidente interino, Adly Mansour.

Também se reuniu com representantes da coalizão pró-Mursi, que indicaram não ter discutido nenhuma iniciativa para resolver a crise.

"A coalizão afirmou que o povo egípcio não deixará as ruas e as praças até que a legitimidade constitucional retorne", indicou o grupo islamita em um comunicado divulgado nesta terça-feira.

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir