Justi�a condenou 25 Policiais Militares acusados de envolvimento no epis�dio a 624 anos de pris�o.
Foto: noticias.portalbraganca.com.br "A sociedade perdeu e o mundo do crime ganhou". Esta foi a avalia��o feita por Ieda Ribeiro de Souza, advogada de defesa dos policiais militares condenados pelo epis�dio conhecido como "massacre do Carandiru", sobre a senten�a. O epis�dio aconteceu em outubro de 1992, na Casa de Deten��o de S�o Paulo.
� Quando se condenam policiais que trabalharam honestamente, corretamente e que n�o tiveram nenhuma participa��o nesse n�mero de mortes, h� a desvaloriza��o de quem nos protege.
Ap�s cinco dias de julgamento, a Justi�a condenou a 624 anos de pris�o os 25 policiais militares que eram acusados de envolvimento no epis�dio. Eles respondiam pela morte de 52 presos no pavilh�o 9 (no terceiro pavimento do 2� andar) da Casa de Deten��o de S�o Paulo, em outubro de 1992.
Inicialmente, os r�us eram julgados pelas mortes de 73 detentos, mas o promotor Fernando Pereira da Silva pediu que 21 homic�dios n�o fossem imputados aos militares, que s�o do 1� Batalh�o do Choque, conhecido como Rota.
Para a advogada, o resultado da segunda etapa do julgamento do Massacre do Carandiru, embora tenha sido uma decis�o de sete jurados da sociedade civil, n�o reflete a opini�o da sociedade como um todo.
� V�o � internet e v�o ver os coment�rios que se tem l� dentro. Aquilo reflete a sociedade.
Para os pr�ximos dois julgamentos do Massacre do Carandiru, Ieda pretende insistir na tese de que n�o � poss�vel individualizar a conduta dos policiais, indicando quem matou determinado preso. A mesma tese foi usada na primeira etapa de julgamento, em abril, quando 26 policiais foram condenados por 13 mortes.
J� o promotor Fernando Pereira Filho comemorou a decis�o dos jurados.
� Os jurados, mais uma vez, reconheceram n�o apenas que esses policiais praticaram os crimes pelos quais foram condenados, mas reafirmaram a percep��o que tiveram outros tribunais populares acerca da efetiva ocorr�ncia de um massacre. A voz da sociedade, dentro do julgamento, � dada dentro do tribunal de j�ri.
Segundo ele, a decis�o dos jurados demonstrou que "a sociedade n�o vai compactuar com o desrespeito � vida e o desrespeito ao ser humano".
Para Pereira Filho, decorridos 20 anos do epis�dio, a viol�ncia policial ainda � muito grande. "N�o tenho d�vida disso."
O promotor Eduardo Olavo Canto Neto disse ter confian�a de que, nos pr�ximos julgamentos do epis�dio, novas condena��es vir�o. Para ele, condena��o dos policiais na segunda etapa de julgamento foi poss�vel principalmente por causa das provas.
� Houve muitas provas de que os policiais praticaram um massacre em outubro de 1992. N�s demonstramos claramente, para os jurados, que eles cometeram esse massacre.
Relembre o caso
Em 2 de outubro de 1992, uma discuss�o entre dois presos deflagrou uma rebeli�o no Pavilh�o 9 da Casa de Deten��o de S�o Paulo, zona norte da capital. A Tropa de Choque da Pol�cia Militar, comandada pelo ent�o coronel Ubiratan Guimar�es, foi chamada para conter a revolta. Era o in�cio de um dos epis�dios mais sangrentos do sistema prisional do Pa�s.
A interven��o policial, que resultou na morte de 111 detentos, segundo balan�o oficial, ficou marcada na hist�ria como "massacre do Carandiru".
Ao todo, 286 policiais militares entraram no complexo penitenci�rio para conter a rebeli�o, destes, 84 foram acusados de homic�dio.
Em abril de 2013, 26 policiais militares foram levados ao banco dos r�us pela morte de 15 detentos no segundo pavimento do Pavilh�o 9 no massacre do Carandiru. Ap�s sete dias de julgamento, a maioria foi condenada por homic�dio qualificado � com uso de recurso que dificultou a defesa da v�tima. Naquela ocasi�o, seis homens e uma mulher formaram o Conselho de Senten�a.
Dos 26 policiais, 23 foram condenados a 156 anos de pris�o, inicialmente, em regime fechado. Os r�us receberam a pena m�nima de 12 anos por cada uma das mortes dos 13 detentos. Os condenados poder�o recorrer em liberdade. Outros tr�s PMs foram absolvidos pelo j�ri, que acatou o pedido feito pela acusa��o.
Antes deles, Ubiratan Guimar�es chegou a ser condenado a 632 anos de pris�o, por�m, um recurso absolveu o r�u e ele n�o chegou a passar um dia na cadeia. Em setembro de 2006, Guimar�es foi encontrado morto com um tiro na barriga em seu apartamento nos Jardins. A ex-namorada dele, a advogada Carla Cepollina, foi a julgamento em novembro do ano passado pelo crime e absolvida.
Fonte: noticias.r7.com
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