Categoria Geral  Noticia Atualizada em 07-08-2013

Jovem que montava em bezerro às escondidas quer ser peão como o pai
Após 11 anos de conquistas, peão repassa ensinamentos para o filho. Enquanto não estreia na arena, adolescente acompanha o pai em rodeios.
Jovem que montava em bezerro às escondidas quer ser peão como o pai
Foto: g1.globo.com

Criado na fazenda da família em Inocência (MS), o peão Emerson Martins de Brito, de 35 anos, começou a participar de rodeios em 2002. Onze anos de conquistas depois, ele repassa os ensinamentos de sua carreira para o filho de 16 anos, Emerson Martins de Brito Filho, que aos poucos começa a trilhar os mesmos passos do pai. "Ele gosta muito e quer seguir carreira. Ele é muito invocado, é boi o dia inteiro, só fala nisso", afirma Brito, que é um dos competidores confirmados para a disputa nacional de montaria em touros da 58ª Festa do Peão de Barretos (SP).
A paixão de Brito Filho pelo rodeio começou espontaneamente, quando ele e o irmão mais velho brincavam de montaria em bezerros e carneiros, escondidos dos pais, pela fazenda onde cresceram. Mas, aos poucos, o que era apenas uma peraltice foi se tornando coisa séria. "Desde pequenos, eu e meu irmão saíamos pelo pasto. A gente montava escondido. Fomos crescendo e logo o pai deu a tralha [equipamentos usados na montaria]. A gente foi crescendo e ele sempre nos incentivando", afirma o adolescente.

Martins de Brito diz que, por considerar a sua profissão perigosa, não queria que o filho seguisse o mesmo caminho, mas deixou seu espírito protetor de lado para o jovem correr atrás de seu sonho. "Eu nem queria que ele montasse, mas estou apoiando. Peço a Deus que ele não se machuque", afirma o peão.
Segundo ele, suas lições e o talento do filho para a função fazem de Brito Filho uma promessa para os próximos rodeios profissionais. "Ele é bem forte, aguenta bastante tranco, assim como o pai. Puxou bastante a mim", diz o peão.
Por outro lado, o jovem, que pela idade ainda é enquadrado na categoria júnior na montaria, conta que se dedica bastante para fazer jus às expectativas de sua família. "Espero um dia poder honrar o nome do meu pai. Ele sempre me dá noções de como montar bem."
Enquanto a esperança do pai em ver o filho campeão não se concretiza, o adolescente acompanha Martins de Brito nos rodeios para lhe transmitir boa sorte. Quando ele entra na arena, mesmo já acostumado aos movimentos agressivos dos touros, o filho não nega a apreensão. "Fico preocupado enquanto meu pai está montando. Quando termina e tudo vai bem é um alívio."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir