Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-08-2013

Morreu Karen Black, a atriz que nos trouxe mulheres complicadas e sedutoras
O grande Gatsby, Destinos Opostos e Nashville s�o alguns dos filmes que marcaram a sua carreira.
Morreu Karen Black, a atriz que nos trouxe mulheres complicadas e sedutoras
Foto: www.jcnet.com.br

A atriz norte-americana Karen Black morreu aos 74 anos, v�tima de cancro, anunciou o seu marido e produtor Stephen Eckelberry. "� com grande tristeza que tenho de informar que a minha mulher e melhor amiga, Karen Black, acaba de falecer", escreveu Eckelberry, no seu perfil no Facebook. "Obrigado a todos pelas ora��es e pelo amor, que significaram tanto para ela, quanto para mim."

Black, que protagonizou alguns filmes produzidos na d�cada de 1970 como O Grande Gatsby ou Nashville, nasceu nos sub�rbios de Chicago e desenvolveu uma carreira que ficar� para sempre ligada a pap�is em que representa mulheres neur�ticas e problem�ticas, ao lado de algumas das maiores estrelas masculinas da Hollywood do seu tempo, como Jack Nicholson e Peter Fonda.

� precisamente com Nicholson que contracena num dos t�tulos que mais marcariam o seu percurso - Destinos Opostos (1970). Neste �xito a atriz � Rayette, uma empregada de mesa que se envolve com Bobby Dupea (Nicholson, � claro), um ex-pianista prod�gio que nasceu numa fam�lia endinheirada e muito tradicional. O filme dirigido por Bob Rafelson acaba por ser sobre o confronto de dois mundos, o do conflituoso e sedutor Dupea e o da sonhadora Rayette, que ele acaba por deixar sozinha num restaurante de beira de estrada a caminho da Calif�rnia.

J� em 1969, Black e Nicholson se tinham encontrado num dos filmes mais ic�nicos da ind�stria norte-americana deste per�odo � Easy Rider, com Peter Fonda e Dennis Hopper nos principais pap�is (o primeiro seria tamb�m o produtor e o segundo o realizador). Neste road movie que viria a transformar-se num marco da contracultura, questionando temas sociais t�o sens�veis no seu tempo como o movimento hippie ou o consumo de drogas, a atriz � a prostituta que partilha LSD com os dois motociclistas (Fonda e Hopper) que se fizeram � estrada � procura da liberdade.

Como lembra hoje o di�rio norte-americano The New York Times, Karen Black, que se estreou no teatro em pap�is ing�nuos, notabilizou-se no cinema dando vida a mulheres contradit�rias e sedutoras em filmes que eram geralmente dominados por homens (Robert Redford, Cary Grant, Omar Sharif, Charlton Heston e Donald Sutherland, entre outros). O Grande Gatsby (1974), adapta��o do cl�ssico hom�nimo de F. Scott Fitzgerald dirigida por Jack Clayton e com gui�o do pr�prio autor e de Francis Ford Coppola, n�o foi excep��o. Nele a atriz � Myrtle Wilson, a amante rude, pat�tica e pouco inteligente de Tom Buchanan (desempenhado por Bruce Dern).

� como Rayette e Myrtle que ganha os seus dois globos de ouro como Melhor Atriz Secund�ria, sendo ainda nomeada para o �scar pelo seu papel em Destinos Opostos.

Mas foi em Nashville, filme em que Robert Altman explora o universo da m�sica country e o estatuto das celebridades, com pol�tica e tens�es sociais � mistura, que Karen Black mostrou que n�o era s� uma atriz. Na pele de uma veterana da country, interpretou uma s�rie de can��es que ela mesma tinha composto.

No seu curr�culo com t�tulos de qualidade e resultados de bilheteira bastante desiguais, lembra esta sexta-feira a imprensa internacional, incluem-se ainda Airport 1975 (1974), um filme-cat�strofe; Portnoy s Complaint (1972), baseado no romance hom�nimo de Philip Roth (O Complexo de Portnoy, editado pela D. Quixote); Rhinoceros (1974), que adapta ao grande ecr� uma das pe�as do teatro do absurdo de Ionesco; e Intriga em Fam�lia (1976), o �ltimo filme de Alfred Hitchcock em que Black � uma ladra de j�ias, naquele que viria a ser um dos seus pap�is mais populares.

"Black traz para os seus pap�is uma combina��o livre de vulgaridade e ingenuidade", escreveu a revista Time em 1975, lembra hoje o New York Times. "�s vezes brinca, outras mostra uma certa decad�ncia que faz dela aquele tipo de mulher que tem o nome tatuado nos marinheiros."

Karen Blanche Ziegler nasceu nos arredores de Chicago, em 1939, filha de uma autora de livros infantis bastante premiada e de um violinista que fazia parte da orquestra sinf�nica da cidade. Estudou teatro dois anos na universidade, mas interrompeu o curso para ir para Nova Iorque, onde come�ou a trabalhar na Broadway e a ter aulas com Lee Strasberg, o c�lebre pedagogo com quem nunca se deu bem.

Dos musicais passou para o cinema e para a televis�o, muitas vezes em filmes e s�ries que n�o faziam justi�a ao seu talento.

Em 2010, Black foi diagnosticada com um cancro semelhante ao do p�ncreas. Em Mar�o a not�cia chegou �s televis�es e jornais porque a fam�lia lan�ou uma campanha de angaria��o de fundos na Internet para que a atriz pudesse ser sujeita a um tratamento experimental (conseguiram cerca de 80 mil euros ). Cinco anos antes, Black estivera em Portugal, a convite do festival de cinema Fantasporto.

Fonte: www.publico.pt
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir