Categoria Geral  Noticia Atualizada em 16-08-2013

Egito: seguidores de Mursi protestam na "sexta-feira da ira"; há 17 mortos
Os partidários do presidente islamita deposto Mohamed Mursi protestam nesta sexta no Egito, onde já foram registradas as primeiras vítimas fatais, em protesto pelo violento desalojamento de seus acampamentos no Cairo,
Egito: seguidores de Mursi protestam na
Foto: www.diariodolitoral.com.br

na última quarta-feira, e pelos confrontos posteriores que deixaram mais de 600 mortos. Segundo as agências internacionais, 17 morreram apenas hoje.

Ainda não estão claras as circunstâncias dessas mortes. Informações dão conta de que pelo menos sete aconteceram em Ismailiya, no sul do Canal de Suez. As vítimas seriam manifestantes que morreram pelas mãos das forças de segurança, autorizadas na quinta-feira pelo governo - designado pelo Exército - a disparar com balas reais contra os manifestantes que se mostrarem violentos. Outras seis pessoas teriam morrido no Cairo

A situação na capital egípcia é bastante tensa, principalmente na praça Ramsés e nas pontes que dão acesso ao centro da cidade. Fotos publicadas no Twitter mostram pessoas se jogando da ponte 6 de outubro, um dos acessos às vias que levam à praça Ramsés, para fugir do tiros - provavelmente disparados pelas forças de segurança.

Imagens da rede Al Jazeera mostraram homens armados e com roupas de civis disparando enquanto atravessam outra ponte da cidade. Na praça Tahrir, centro da revolução de 2011, uma fileira de tanques impede a chegada de manifestantes. Enquanto isso, helicópteros militares sobrevoam a cidade, dando rasantes nos pontos onde há concentração de manifestantes.

"Sexta-feira da ira"
A Irmandade Muçulmana, confraria da qual Mursi é proveniente, convocou uma "sexta-feira da ira" com novas manifestações no Cairo após as mortes de quase 600 pessoas na repressão registrada nos últimos dias.

A comunidade internacional teme outro dia de violência no país, onde na quarta-feira a violenta desocupação de dois acampamentos de simpatizantes do presidente islamita Mohamed Mursi, derrubado pelo Exército em 3 de julho, e os posteriores confrontos deixaram 578 mortos, segundo o ministério da Saúde.

A "sexta-feira da ira" provoca inquietação na Europa, onde o presidente francês, François Hollande, terá reuniões por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro britânico, David Cameron.

As autoridades egípcias, designadas pelo Exército, autorizaram a polícia a abrir fogo contra os manifestantes que atacarem bens públicos ou as forças de segurança. "As manifestações contra o golpe de Estado sairão de todas as mesquitas do Cairo e seguirão para a praça Ramsés após a oração por uma "sexta-feira da ira", afirmou o porta-voz da Irmandade Muçulmana, Gehad El Haddad.

Laila Musa, porta-voz da coalizão pró-Mursi contra o "golpe de Estado", anunciou manifestações em todo o país. Musa informou que simpatizantes de Mursi, incluindo dois ex-parlamentares, foram detidos antes dos protestos.

O movimento Tamarrod, que organizou as gigantescas manifestações que provocaram a destituição de Mursi, pediu aos egípcios que criem "comitês populares" para defender o país contra o que chamam de "terrorismo" da Irmandade Muçulmana, movimento de Mursi.

As autoridades decretaram estado de emergência por um mês e estabeleceram um toque de recolher no país entre 19h (14h de Brasília) e 6h (1h).

Fonte: noticias.terra.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir