Categoria Politica  Noticia Atualizada em 17-08-2013

Investigações do cartel em 5 passos
Alstom e Siemens foram alvo de autoridades por suspeitas de corrupção. No Brasil, também há inquéritos desde 2008, mas nenhum finalizado.
Investigações do cartel em 5 passos
Foto: www.panoramabrasil.com.br

Empresas suspeitas de integrar um cartel que agia em licitações do metrô e CPTM já são investigadas desde pelo menos 2008, quando o jornal "The Wall Street Journal" revelou que o Brasil também fazia parte de um inquérito internacional que apurava pagamento de propina pela Alstom e Siemens a funcionários públicos em diversos países.

Essas investigações voltaram a ganhar evidência em julho deste ano depois que a Siemens decidiu admitir a existência do cartel, um conluio de empresas para fraudar preços, ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Entenda a seguir a cronologia do caso e quais licitações estão sob suspeita no Cade:

O suposto pagamento de propinas a governos no Brasil pela empresa Alstom, chegaria a US$ 20 milhões, segundo o Ministério Público da Suíça. No Brasil, que ainda não estava no foco das investigações, os valores seriam divididos entre partidos, Tribunal de Contas e o secretário de Energia, o que teria ocorrido em 1998. A Polícia Federal indiciou 10 pessoas por propinas na gestão de Mário Covas (PSDB), entre elas o ex-secretário de Energia e vereador Andrea Matarazzo (PSDB). Não houve denúncia.

Desde 2004, a Justiça suíça já investigava a Alstom. A Siemens também vira suspeita no escândalo mundial de corrupção. A prática seria generalizada, atingindo vários países entre 2001 e 2007. Até meados de 2000, não era crime a Siemens e a Alstom pagarem propinas a funcionários públicos estrangeiros, mas as normas mudaram ao longo da década na Europa. A alemã demite seu presidente em 2007 e é condenada a multas de ao menos R$ 3,6 bilhões pelas propinas. Desde então, a alemã começa a investir em "compliance" (obedecer a lei), denunciando casos de corrupção internos em todas as suas filiais.

O jornal "The Wall Street Journal" revela investigações em 11 países contra a Alstom por pagamento de propinas entre 1998 e 2003. As suspeitas atingem obras do Metrô de São Paulo e funcionários públicos. O Ministério Público paulista pede informações à Suíça e instaura inquéritos. O governo de SP nega envolvimento. Tentativas de abertura de CPI falham. Na Siemens, um funcionário denuncia práticas ilegais no Brasil à sede alemã, dando detalhes do pagamento de propinas em projetos do Metrô e CPTM de SP e do Metrô DF. A denúncia é mantida sob sigilo pela empresa.

Como parte de suas investigações internas anticorrupção, a Siemens demite seu CEO brasileiro Adilson Primo, suspeito de grave violação ao código de conduta, desvio de 6 milhões de euros. Ele nega as suspeitas. Já a Alstom tornou-se suspeita de dificultar investigações em diversos países. A empresa nega.

A Alstom recebe multa milionária na Suíça. Nos EUA, um vice-presidente da empresa é preso. No Brasil, a Siemens decide ir ao Cade delatar a existência de um cartel, que envolveria a francesa e outras empresas, e teria funcionado de 1998 a 2008, período dos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, do PSDB. Novas investigações têm início no Brasil, incluindo a Alstom e os projetos denunciados pelo ex-funcionário da Siemens em 2008. Desde aquele ano, nenhuma delas foi finalizada. Todas as empresas dizem colaborar integralmente com as autoridades.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir