Categoria Geral  Noticia Atualizada em 19-08-2013

Cerca de 17 mil refugiados teriam deixado a Síria nos últimos três dias, diz ONU
Milhares de refugiados da Síria estão deixando o país e cruzando a fronteira em direção ao Curdistão iraquiano, uma região autônoma do Iraque, de acordo com a agência de refugiados da ONU.
Cerca de 17 mil refugiados teriam deixado a Síria nos últimos três dias, diz ONU
Foto: www.paraiba.com.br

Pelo menos 10 mil sírios teriam cruzado a região fronteiriça de Peshkhabour no sábado, número que se acrescenta ao fluxo de 7 mil pessoas que teriam passado pelo local na quinta-feira.

Agências da ONU, o governo do Curdistão e entidades filantrópicas estão tendo grande dificuldade em atender o número excessivo de pessoas, afirmam correspondentes que estão no local.

A ONU afirma que as razões para tamanho fluxo em tão pouco tempo ainda não estão claras, mas há relatos do aumento de confrontos violentos entre sírios curdos e militantes islâmicos que são contra o governo.

O Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) diz que este é um dos maiores fluxos de refugiados que a entidade está ajudando desde o levante contra o presidente Bashar al-Assad começou em março de 2011.

Ao mesmo tempo, continua na Síria a guerra civil que se estende por mais de dois anos. Neste final de semana, inspetores internacionais chegaram a Damasco - em missão que já fora adiada diversas vezes - em busca de indício do uso de armas químicas no conflito.

Novo campo
O correspondente da BBC no Líbano, Jim Muir, diz que o grupo recente de refugiados deixando o país são em sua maioria famílias que partiram de diversas regiões de fronteira do norte da Síria.

O ACNUR, o governo regional do Curdistão e entidades de assistência filantrópica estão trabalhando contra o tempo para atender o grande número de pessoas, organizando comboios para deslocarem as pessoas para as cidades vizinhas.

Há planos de se montar um campo de refugiados para garantir um local para que as pessoas fiquem. Entretanto, alguns refugiados estão sendo retirados dessas áreas por familiares e amigos.

Cerca de 150 refugiados sírios já estão registrados no Iraque, número que representa uma porção dos cerca de 2 milhões que teriam deixado a Síria depois do levante contra o governo.

O ACNUR afirma que oficiais que atuam na região encontraram o primeiro grupo de 750 sírios antes do meio-dia, na última quinta-feira, que teriam sido seguidos no decorrer do dia por um número de 5 a 7 mil pessoas.

A ONU confirmou que os grupos mais recentes de refugiados vieram de Aleppo, Hassakeh, Qamishli, e outras áreas da Síria que ainda estão em conflito.

Na sexta-feira, o porta-voz do ACNUR, Adrian Edwards, contou a repórteres em Genebra, na Suíça, que "os fatores que estão permitindo esse movimento tão repentino (de pessoas) ainda não estão claros".

A ONU disse estar trabalhando com o governo local do Iraque Curdistão e outras agências de ajuda para estabelecer um campo de refugiados perto de Darashakran.

"Este (campo) poderá ser aberto em duas semanas e nossa esperança é de que isso amenize a pressão", afirmou Edwards.

Curdos
Até o momento, ainda não foi confirmado a que etnia pertencem os refugiados desta semana.
Curdos representam cerca de 10% da população Síria e estão concentrados sobretudo no nordeste do país.

Eles também fizeram protestos contra o regime do presidente Bashar al-Assad depois do início dos conflitos no país, em março de 2011. As áreas curdas são controladas por governos curdos locais e outras milícias desde que o governo parou de controlar a região ano passado.

Entretanto, as milícias curdas já lutaram contra o grupos anti-Assad denominado al-Nusra Front, deixando dezenas de mortos.

O presidente do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, ameaçou recentemente intervir para defender a população curda que foi capturada durante os conflitos na Síria.
Ele disse que se os curdos estiveram "sob ameaça de morte e terrorismo" o Curdistão iraquiano vai se "preparar para defendê-los".

O Curdistão iraquiano é composto de três províncias no norte do Iraque. A região tem seu próprio exército e força policial.

Fonte: www.bbc.co.uk
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir