Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-08-2013

Mubarak é inocentado de acusação de corrupção e vai deixar a cadeia
Agora, o ex-ditador do Egito vai aguardar julgamento pelo massacre de manifestantes, em 2011, em prisão domiciliar.
Mubarak é inocentado de acusação de corrupção e vai deixar a cadeia
Foto: www.abola.pt

O ex-ditador Hosni Mubarak, que governou o Egito por mais de três décadas, deve sair da cadeia nas próximas horas.

Mubarak espera apenas os procedimentos legais para deixar a prisão no Cairo, onde está há mais de um ano. Ele foi inocentado de uma acusação de corrupção. E o prazo legal para cumprir a prisão preventiva por outros crimes venceu, mas horas depois do tribunal decidir pela liberdade, o governo interino ordenou que ele vá aguardar, em prisão domiciliar, o julgamento pelo massacre de manifestantes, em 2011.

A prisão domiciliar do ex-ditador é apenas mais uma decisão polêmica porque não teve fundamento jurídico. Foi justificada na lei de emergência que vigora no país desde o massacre de simpatizantes do presidente deposto Mohamed Morsi, na semana passada.

A violência e o autoritarismo dos generais colocam em risco a primavera árabe
Mohamed Morsi, eleito pela população para suceder Mubarak, continua preso e incomunicável por ordem da junta militar que deu um golpe no último dia 3 de julho.

O líder espiritual da irmandade muçulmana também foi preso, depois do ataque para aniquilar a oposição, como não se viu nem na época de Mubarak. E, para completar, o prêmio Nobel da Paz, Mohamed el-Baradei, está sob a ameaça de ser julgado como traidor da pátria porque renunciou ao cargo de vice-presidente, em protesto contra a violência da junta militar.

Diante desse quadro, o mundo se pergunta, o que deu tão errado? E mais: O que é preciso fazer para que o retrocesso político de hoje não enterre de vez o sonho da democracia surgido com a primavera árabe?

O americano Alexander Kliment, especialista em Oriente Médio, vê o Egito mais polarizado do que antes de Mubarak. Ele diz que todos erraram.

Morsi, que ao lado da Irmandade Muçulmana, tentou impor ao país um sistema mais islâmico.
Os militares por não aceitarem perder o poder. Segundo Kliment, que viveu um ano e meio no Brasil, o Egito não deve se apegar ao passado.

"O mais importante e fundamental é buscar o consenso social no Egito, uma visão comum sobre o futuro do país. E hoje em dia o Egito é um país muito polarizado. E acabar com essa polarização é o desafio fundamental", declara Alexaner Kliment.

A União Europeia decidiu suspender a exportação de armas ao Egito, mas a capacidade de negociação dos Estados Unidos e seus aliados no país é cada vez menor. Com o apoio das monarquias do golfo pérsico, o que se desenha no Cairo é uma ditadura militar com pouco espaço para a diplomacia do ocidente.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir