Categoria Policia  Noticia Atualizada em 09-09-2013

Em júri no RJ, sobrevivente diz que viu Juan ser atingido durante tiroteio
Testemunha não soube identificar, no entanto, de onde saíram disparos. Menino de 11 anos foi morto durante uma operação policial em 2011.
Em júri no RJ, sobrevivente diz que viu Juan ser atingido durante tiroteio
Foto: g1.globo.com

No julgamento dos quatro policiais militares acusados de envolvimento na morte do menino Juan Moraes, de 11 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, uma das testemunhas de acusação e também atingido por disparos, Wanderson dos Santos de Assis, disse que viu Juan ser atingido, mas não foi possível identificar de onde vinham os disparos. O julgamento começou por volta das 11h desta segunda-feira (9), na 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, e só deve terminar na quinta-feira (12). Juan foi morto durante uma operação policial no município em 2011.

"Assim que a gente passou da escada [de um beco] começaram vários disparos. Vi o Juan voando na parede e entrei em desespero. Quando me virei, já senti a perna dormente, já tinha sido atingido nas costas. Me joguei no chão e assim que me joguei pararam de atirar.

Fui me arrastando e depois consegui me levantar mancando e ir andando até um pouco embaixo. Era muita dor", contou Wanderson, que era amigo de Juan.

Os policiais Isaías Souza do Carmo, Edilberto Barros do Nascimento, Ubirani Soares e Rubens da Silva são acusados também de matar Igor Souza Afonso, susposto traficante da região e de tentativa de homicídio contra Wesley Felipe Moraes da Silva e Wanderson dos Santos de Assis, irmão e amigo da vítima. Os PMs chegaram por volta de 10h para o julgamento.

Ao todo serão ouvidas 35 testemunhas, de defesa e acusação. A audiência desta segunda-feira, que ouvirá cerca de 14 testemunhas de acusação, estava prevista para as 11h, no entanto, o atraso de um jurado retardou o início do julgamento, que deve ocorrer em quatro dias.
Entenda o caso
Na noite do dia 20 de junho de 2011, Juan vinha da casa de um amigo com o irmão, Wesley, de 14 anos, quando foi atingido durante um confronto na comunidade de Danon, em Nova Iguaçux. O irmão e outro jovem, Wanderson, de 19 anos, também ficaram feridos. Os PMs alegam que foi uma troca de tiros, mas a Promotoria nega esta versão.

O advogado Edson Ferreira de Lima, que defende os PMs Isaias Souza do Carmo e Ubirani Soares, afirmou que o depoimento da perita Marilena Campos será fundamental para a defesa.

"A tese para não condenação é natural. Não há qualquer dúvida de inocência plena. Houve um confronto policial. Não há elemento contundente. Os depoimentos do plenário mostrarão elementos fortes para a defesa. E o depoimento da perita, que foi a primeira pessoas a ter contato com o corpo e é uma especialista na medicina, foi fundamental", garantiu o advogado.

Já advogado do PM Rubens da Silva, Marco Antonio Gouvea de Faria, afirmou em sua defesa que o PM "não estava no local" no dia em que o menino foi morto. "Ele não estava lá. Foi inclusive dispensado da reconstituição do crime, pelo delegado. Ele não participou de nada. Foi citado que ele estava na viatura em Madureira. Nos autos não tem nada que diga que Rubens participou de algo".

O promotor de justiça Sérgio Ricardo Fonseca afirmou que vai confrontar a versão dos PMs.

"A linha de acusação é confrontar a versão dos policiais de que teriam avistado traficantes armados que dispararam contra eles e eles revidaram", afirmou Fonseca.

De acordo com o promotor, se condenados, os PMs podem pegar até 60 anos de prisão por se tratar de quatro crimes: duas tentativas de homicídio e dois homicídios duplamente qualificados.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir