Categoria Policia  Noticia Atualizada em 09-09-2013

Termina 2ª etapa da reconstituição do sumiço de Amarildo na Rocinha
Delegado diz que reconstituição foi importante para a compreensão do caso. Trajeto foi feito com base no GPS do veículo da Polícia Militar.
Termina 2ª etapa da reconstituição do sumiço de Amarildo na Rocinha
Foto: g1.globo.com

A Polícia Civil concluiu, na madrugada desta segunda-feira (9), a segunda etapa da reconstituição do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. A primeira fase foi no interior da favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio e durou 16 horas.

A segunda parte da reconstituição, que contou com cerca de 30 policiais e peritos da Divisão de Homicídios (DH), durou cerca de seis horas, como informou o RJTV. Desta vez, os agentes utilizaram dados do GPS do rádio do carro da PM, para repetir o caminho que levou dois policiais e Amarildo, do posto da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) até a sede da unidade na Rocinha.

Segundo o depoimento dos policiais que participaram da ação no dia 14 de julho, Amarildo, que foi visto pela última vez entrando no carro da PM, teria sido liberado após uma averiguação na sede da UPP. Mas o GPS do rádio do carro mostrou que o veículo saiu da Rocinha. Na reconstituição, primeiro, um perito refez o trajeto ao lado de um PM que estava na viatura.

O carro deixou a Rocinha, passou pela Zona Sul, e seguiu para a Zona Portuária do Rio.

Depois, voltou para a Zona Sul e retornou pelo mesmo caminho, agora em direção ao Centro da cidade. No Batalhão de Choque, o comboio refez a primeira parada da viatura, desde a saída da Rocinha.

O caminho prosseguiu até a Lagoa Rodrigo de Freitas e um rápido retorno ao Centro da cidade, onde a viatura passou pelo Hospital da PM, além do Morro de São Carlos. Em seguida, partiu de novo para a Zona Sul e parou no Batalhão do Leblon. Após circular por mais de duas horas, voltou para a Rocinha.

A soldado que também estava no carro participou do restante da simulação. Segundo os investigadores, o objetivo era de confrontar as versões e buscar possíveis contradições. O comboio voltou a parar no Batalhão de Choque.

A polícia trabalha com duas linhas de investigação: Amarildo desapareceu depois de ser morto por policiais militares ou por traficantes dentro da comunidade da rocinha.

A reconstituição terminou por volta de 2h de segunda-feira (9). O delegado Rivaldo Barbosa explicou que esta segunda parte da reconstituição foi importante para a compreensão do caso, mas a conclusão do inquérito ainda depende do resultado dos laudos.

Dois meses depois do desaparecimento de Amarildo, o comando da Rocinha será substituído.

Segundo a assessoria da PM, a partir de terça-feira (10) a major Pricilla de Oliveira Azevedo assumirá o cargo. Ela foi a comandante da UPP do Morro Santa Marta e foi a primeira mulher a comandar uma Unidade de Polícia Pacificadora.

Segundo Rivaldo, o objetivo é esclarecer toda a dinâmica do evento. "A viatura da unidade [UPP Rocinha] sai da comunidade, faz um trajeto e depois volta para a Rocinha. Estamos tentando ver o que aconteceu nesse meio tempo", explicou Rivaldo.

A Delegacia Judiciária da Polícia Militar também acompanhou a reconstituição.

Diligência imprescindível

Para o delegado, "essa é uma diligência imprescindível". "Tão logo seja feita e o perito entregue os laudos, temos a esperança de ter resposta sobre o Amarildo" disse Barbosa.

"Vamos juntar o que foi feito dentro da Rocinha e fora da Rocinha para esclarecer esse fato com a maior brevidade possível", comentou o delegado.

O delegado da Divisão de Homicídios definiu três vértices da investigação da polícia. "

Primeiro, é o caminho do GPS; depois, é o depoimento dos policiais, e por último é o que eles efetivamente fizeram", disse delegado

O tenente-coronel Renato Garcia, da Delegacia Judiciária da Polícia Militar (DPJM), disse que a responsabilidade da delegacia é apurar a participação dos policiais militares no ocorrido. Ele disse que o laudo da Polícia Civil pode ser usado para o relatório final da PM, e alertou: "Os policiais podem ser expulsos em caso de culpa comprovada", ressaltou.

Primeira reconstituição

Na semana passada, a primeira etapa da reconstituição – onde foi refeito, na Rocinha, todo o trajeto desde a primeira abordagem dos policiais da UPP ao ajudante de pedreiro – durou mais de 16 horas, entre a noite de domingo (1º) e a manhã de segunda-feira (2). E já é considerada uma das maiores reconstituições já feitas pela Polícia Civil, segundo informou a assessoria da corporação.

Cerca de 100 policiais civis participaram da primeira etapa de simulação, além dos 13 PMs da UPP da Rocinha e representantes do Ministério Público. Alguns policiais fizeram a reconstituição com os rostos cobertos, por morarem em áreas consideradas de risco.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir