Categoria Geral  Noticia Atualizada em 12-09-2013

Assad nega que ameaças dos EUA o pressionem a ceder controle de armas
Presidente sírio confirmou que aceita plano russo sobre armas químicas. EUA e Rússia negociam sobre proposta que pode evitar ataque americano.
Assad nega que ameaças dos EUA o pressionem a ceder controle de armas
Foto: www.jn.pt

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que concorda em ceder o controle das armas químicas do país, por conta da proposta russa, mas negou que tenha sido pressionado pelas "ameaças" americanas.

"A Síria está colocando suas armas químicas sob controle internacional por causa da Rússia. As ameaças dos EUA não influenciam a decisão", disse Assad à TV estatal Rpossiya-24, segundo a agência Interfax.

O presidente sírio também afirmou que vai entregar à ONU documentos sobre o arsenal químico do país, conforme previsto pelo plano russo.

A proposta da Rússia de que o regime sírio entregue suas armas químicas está sendo discutida diplomaticamente com os EUA, que aceitaram adiar um possível ataque militar às forças sírias por conta da negociação.

Os EUA acusam o regime sírio de ter realizado um ataque químico que matou pelo menos 1.429 civis, nos subúrbios de Damasco, em 21 de agosto.

O presidente americano, Barack Obama, anunciou que iria atacar as forças sírias em represália ao ataque químico. Mas ele resolveu dar tempo para analisar a proposta russa, apesar de a encarar com ceticismo.

O regime sírio nega responsabilidade pelo ataque químico e diz que é vítima de terroristas ligados à rede da Al-Qaeda, que tentam "desestabilizar" o país.

A guerra civil síria, que já dura 30 meses, matou pelo menos 110 mil pessoas, criou uma crise humanitária e de refugiados e ameaça a estabilidade política da região, além de ter revivido o fantasma da Guerra Fria, colocando Rússia e EUA em campos opostos.

EUA e Rússia negociam
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, desembarcou nesta quinta em Genebra para tomar conhecimento dos detalhes dos planos da Rússia.

Autoridades dos EUA dizem que Kerry insistirá que o eventual acordo obrigue Damasco a tomar atitudes rápidas para mostrar a seriedade do seu compromisso, a começar pela apresentação de um inventário público e completo do arsenal a ser inspecionado e neutralizado.

Damasco nunca aderiu aos tratados que proíbem a posse de armas químicas, e nunca confirmou se as possuía. A Síria, no entanto, é signatária de uma convenção quase centenária que proíbe o uso de armas químicas.

Falando antes da reunião de Kerry com o chanceler russo, Sergei Lavrov, uma fonte oficial dos EUA disse, sob anonimato, que o objetivo do norte-americano é "ver se há realidade aqui ou não".

As fontes dos EUA disseram ter a esperança de que Kerry e Lavrov definam os termos de uma proposta de resolução a ser votada nos próximos dias pelo Conselho de Segurança da ONU.

O presidente russo, Vladimir Putin, tradicionalmente apontado como um vilão pelos governos ocidentais por fornecer armas a Assad e evitar qualquer esforço da ONU para desalojá-lo do poder, publicou um artigo no "New York Times" manifestando oposição à intervenção militar.

Ele argumentou à opinião pública dos EUA que um ataque a Assad ajudaria combatentes da rede terrorista da Al-Qaeda que lutam ao lado da oposição síria. Segundo Putin, há "poucos paladinos da democracia" na Síria, "mas há mais do que suficientes combatentes da Al-Qaeda e extremistas de todos os tipos enfrentando o governo".

A intervenção norte-americana, acrescentou, "aumentaria a violência e desencadearia uma nova onda de terrorismo", além de possivelmente "abalar os esforços multilaterais para resolver o problema nuclear iraniano e o conflito israelo-palestino, e desestabilizar ainda mais o Oriente Médio e o Norte da África. Isso poderia desequilibrar todo o sistema do direito internacional."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir