Categoria Geral  Noticia Atualizada em 24-09-2013

Com medo de saques, vítimas de tornado ficam em casas destruídas
Aproximadamente 150 famílias foram atingidas em Taquarituba, SP. Defesa Civil ainda calcula os danos causados na cidade pelo fenômeno.
Com medo de saques, vítimas de tornado ficam em casas destruídas
Foto: www.jcnet.com.br

Moradores das casas atingidas pelo tornado que arrasou Taquarituba (SP) no domingo (22) se recusam a deixar as casas. Como muitas ficaram sem muros e portões, o medo é que ladrões invadam a propriedade. De acordo com o governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, aproximadamente 150 famílias foram atingidas pelo fenômeno.

Uma dessas famílias é a da empregada doméstica Helena Benedita da Silva. Ela, que mora com o filho e diz que foi convidada a ir para o abrigo montado no ginásio de esportes, mas não quis. "A Polícia Civil veio até a minha casa e me convidou para sair, para passar pelo menos as noites no local. Mas eu não posso ir. Como vou deixar minha casa desprotegida?", questiona.

A casa dela foi totalmente destelhada. Com a chuva que continua a cair sobre a cidade, há muita infiltração. A dona de casa conta que está insuportável ficar dentro da casa, mas mesmo assim não deixa o local. "Minha casa está fedendo, todos os cômodos estão molhados e sujos. Até mesmo os colchões estão encharcados. Para dormir estou tendo que ficar em um cantinho do colchão que ainda está seco. Está horrível, não há luz até agora e fiquei sem água na casa até a noite de ontem [segunda-feira (23)]", afirma.

Ela e o filho estão se alimentado de doações entregues pela equipe da Assistência Social. "Não tem porque eu ir no ginásio, ficar lá. Eu não posso sair, aqui estão as minhas coisas. Não posso deixar abandonado tudo o que tenho", explica.

Silva conta que não sabe o que fazer depois que o tempo melhorar. "Essa casa é alugada, e enquanto tiver chuvas não é possível fazer nada. Eu também não tenho dinheiro para arrumá-la de imediato, então eu não pensei ainda sobre o que fazer em seguida."

O aposentado Sidney Pulz e sua mulher, Isaura Mengue, passam por problema semelhante. "Estávamos em 12 pessoas na casa. Tínhamos recebido parentes de outras cidades da região. Na noite do tornado, apenas um quarto de casa se manteve com teto e seco. Então tivemos que dormir todos lá. Foi terrível", conta.

O aposentado Pulz explica que mesmo com a maior parte dos cômodos tomados pela água, eles não puderam sair do local. "Sair como daqui, se nem o portão restou? Se deixarmos nossa casa alguém pode invadir e saquear o que ainda temos. Parentes ofereceram a casa para a gente dormir, mas não tem como", afirma.

Pulz ainda explica o que será feito a partir de agora. "Graças a Deus nós temos muitos amigos e familiares que estão reparando os estragos com a gente. Vou remediar o que posso e esperar o fim da chuva para que então possamos refazer nosso teto."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir