Categoria Policia  Noticia Atualizada em 26-09-2013

4 mulheres morrem por mês em crimes passionais na Paraíba
A maior parte dos "feminicídios" ocorre por crime passional, aquele cometido devido a algum sentimento mal resolvido, muito comum nas relações conturbadas entre casais que se divorciam e um dos pares não aceita a separação.
4 mulheres morrem por mês em crimes passionais na Paraíba
Foto: www.folhadosertao.com.br

A pessoa que mata alega que o fez por amor, por não se sentir amada ou pensar que nunca mais vai encontrar outra pessoa para começar um novo relacionamento. Na verdade, há sentimentos de posse ou ciúmes.

Segundo dados do Centro da Mulher 8 de Março, em João Pessoa, só na Paraíba, foram registrados 76 casos de janeiro de 2012 a agosto de 2013, sendo 50 no ano passado, e 26 este ano. Pelos dados do ano anterior, em média, quatro mulheres morrem por essa causa, mensalmente. Na Justiça brasileira, o crime passional é tratado como qualquer outro, sem atenuações.

A advogada Luiza Nagib Eluf, autora de livros que tratam dessa modalidade de crime, como ‘A paixão no banco dos réus’, defende a lei Maria da Penha, apesar da pouca contribuição para diminuir os homicídios, mas explica que ela "precisa ser melhor compreendida pelo próprio judiciário que, por vezes, resiste em aplicá-la com o rigor necessário".

Parceiro culpa mulher, ela procura ajuda, mas nem sempre é suficiente

Luiza Nagib fala que "é muito comum que os homicidas culpem a vítima pela conduta criminosa. O principal motivo é se desculparem perante a justiça e a opinião pública. Os passionais, nesse ponto, dizem absurdos porque em suas justificativas (infundadas, claro) eles destroem a reputação da mulher, atribuem-lhe infidelidade nem sempre comprovada e procuram se redimir de qualquer culpa com o pretexto da inferioridade sexual da mulher, ou seja, ela não pode "trair" o marido, sob pena de morte".

A advogada reforça que a mulher tem como se defender e evitar a morte, ao perceber o comportamento agressivo do parceiro. Ela fala que "todo homem violento dá indícios da periculosidade. É preciso estar atenta e não confundir ciúme com amor. Um pouco de ciúme pode ser considerado normal, mas quando o indivíduo tem ideia fixa, passa a ser perigoso. Ciúme demais leva à tragédia. Não podemos incentivar esse sentimento nem em nós mesmos nem nos outros. A mulher que se sente em perigo deve terminar a relação e pedir proteção nas delegacias de defesa".

Apesar da orientação de especialistas e autoridades para que as vítimas peçam ajuda à polícia, ainda há casos chocantes de pessoas que registraram boletins de ocorrência e tiveram a garantia de serem protegidas pela lei Maria da Penha, mas acabaram mortas pelos inconformados.

No Brasil, um dos exemplos de destaque é o caso do dia 29 de janeiro de 2010, quando um borracheiro disparou sete vezes contra a ex-companheira, que já havia feito oito queixas na delegacia, mas acabou morrendo no salão de beleza onde trabalhava, em Belo Horizonte/MG. O acusado foi condenado a quinze anos de prisão em regime fechado.

Fonte: www.folhadosertao.com.br
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir