“Todos nós mudamos as nossas crenças. Todos nós persuadimos uns aos outros para fazer coisas; todos nós assistimos publicidade; somos todos educados e experimentamos religiões;
a lavagem cerebral é o extremo disso, é coercitiva, forte, um tipo de tortura psíquica", Kathleen Taylor.
Um tema interessante. O fundamentalismo é, geralmente, empregado como termo pejorativo na atualidade.
Mas, o que significa realmente? Alguns teóricos dizem ser a "atitude de um grupo de pessoas dentro de uma religião ou de um movimento político que dizem basear-se num conjunto próprio de diretrizes tradicionais (fundamentos), defendendo-as de forma absoluta". É o que me parece mais próximo do seu significado real.
Antes, até era um elogio possuir um fundamento. Seguir algo que se torna parte de sua conduta moral e que determina suas atitudes perante a vida. Hoje, quando reportamos ao termo "fundamentalismo" a maioria dos leitores tende a seguir o caminho do inconsciente coletivo e afirmar que se trata exclusivamente de uma espécie de fanatismo religioso.
A pesquisadora em neurociência da Universidade de Oxford, Kathleen Taylor, trata do assunto de forma nada tradicional. Ela afirma que o fundamentalismo religioso poderá um dia ser tratado como doença mental, e, inclusive, curado.
Em sua obra "Brainwashing: The Science of Thought Control", a pesquisadora ressalta as várias formas positivas de sua teoria, porque as crenças em nossa sociedade podem provocar muitos danos.
"Alguém que se tornou, por exemplo, radical em relação a uma ideologia... Podemos deixar de ver isso como uma escolha pessoal resultante do puro livre-arbítrio e começar a tratar como algum tipo de distúrbio mental".
Na realidade não se trata apenas de fundamentalismo, mas fundamentalismos. É claro que não podemos restringir somente ao âmbito religioso. No que se refere à pesquisa, tanto a religiosidade exagerada, quanto ideologias políticas enraizadas, bem como o hábito de que bater em crianças é educativo, e, portanto, aceitável, também fazem parte da linha de raciocínio.
O estudo sobre fundamentalismo é um dos grandes paradigmas do século XXI. Neste caso específico podemos até utilizar a expressão "fundamento" sem que ela corra o risco de invadir o imaginário comum. Ao tratar de uma questão complexa, torna-se necessário um fundamento firme e com a base sólida de quatro pilares, que são: psíquico, social, cultural e religioso. Assim iniciamos a construção para uma profunda investigação concreta.
Fonte: Redação Maratimba.com
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