Categoria Policia  Noticia Atualizada em 01-10-2013

Professores protestam na Câmara do Rio à espera de votação n
Ato acontece na manhã desta terça-feira (1º) na Cinelândia, no Centro. Votação de Plano de Cargos e Salários deve ser realizada nesta tarde.
Professores protestam na Câmara do Rio à espera de votação n
Foto:g1.globlo.com

Professores da rede municipal de ensino fazem um protesto com um trio elétrico em frente à Câmara Municipal do Rio, no Centro, à espera da votação do Plano de Cargos e Salários da categoria, elaborado pelo município, nesta terça-feira (1º). Por causa da manifestação, a Avenida Rio Branco estava interditada por volta de 12h30. Por volta das 14h, a PM jogou duas bombas de efeito moral na Rio Branco.

Outro grupo de professores seguia pela Rua do Catete, na Zona Sul, para se juntar à manifestação na Cinelândia.

Após o protesto da noite de segunda-feira (30) que terminou em cenas de violência, o policiamento nas proximidades da Câmara Municipal amanheceu reforçado nesta terça. Cerca de 700 policiais militares estão no local. Em função do esquema de segurança, algumas ruas do Centro foram interditadas ao tráfego. Estão bloqueadas as ruas Evaristo da Veiga, Senador Dantas, Álvaro Alvim e Alcindo Guanabara. Segundo o Centro de Operações Rio, não há previsão de reabertura dessas vias.

Entrada limitada
A Câmara Municipal informou que serão distribuídas apenas 51 senhas para a população acompanhar a sessão plenária que deve começar às 14h30. No entanto, a votação do plano deve ocorrer apenas a partir das 16h. Cada vereador poderá levar um visitante.
A notícia de que a entrada seria limitada causou revolta nos professores que acampam no local. Na manhã desta terça, os professores fizeram uma faxina no entorno da Câmara.

Confronto em protesto
Na noite desta segunda-feira (30), as escadarias da Câmara voltaram a ser cenário de confronto entre policiais militares e manifestantes. Em um ato que reuniu professores e black blocs, oito pessoas foram detidas, segundo a PM, e pelo menos 15, sendo nove policiais, sofreram ferimentos provocados por cassetetes, pedradas e bombas caseiras. A manifestação, que reuniu cerca de mil pessoas, tinha como objetivo impedir a votação da proposta da prefeitura nesta terça.

Os servidores da Educação argumentam que o projeto foi elaborado sem a participação da categoria, e por isso não contempla as reivindicações do setor. Em tese, a votação do plano acontecerá nesta terça. Antes da manifestação, a Polícia Militar cercou Câmara dos Vereadores, onde professores ocupam a lateral do prédio há cerca de duas semanas.
Segundo a PM, o cerco foi ordem do presidente Jorge Felippe (PMDB), que pediu que os PMs avaliassem se houve dano ao patrimônio em decorrência da ocupação e do confronto entre policiais e docentes ocorrido no domingo (29), que deixou 20 feridos. À tarde, enquanto um grupo de professores participava de uma reunião com vereador Luiz Antônio Guaraná (PMDB), da base do prefeito Eduardo Paes, um PM usou spray de pimenta contra os manifestantes que aguardavam do lado de fora da Câmara.

O segundo tumulto do dia teve início pouco antes das 19h, quando manifestantes entraram na Avenida Rio Branco. O clima ficou tenso com lançamento de bombas de efeito moral. Na versão da Polícia MIlitar, o conflito começou durante a operação de isolamento, com manifestantes mascarados e vestidos de preto praticando atos violentos, jogando inclusive uma bomba caseira dentro de um dos carros da Polícia Militar. Seis feridos foram levados ao Hospital Souza Aguiar, no Centro.

Fogo e depredação
No conflito, manifestantes atearam fogo em lixeiras e duas agências bancárias foram depredadas. A fachada da empresa EBX, de Eike Batista, também foi alvo de vândalos. PMs do 5º BPM (Praça da Harmonia) levaram oito pessoas, sendo uma menor de idade, à 5ª DP (Mem de Sá). A maioria foi detida sob acusação de desacato. De acordo com a polícia, nenhum dos detidos é professor.

Nas redes sociais, integrantes do Jornal Zona de Conflito afirmam que o fotógrafo do veículo Marcos de Sordi foi agredido por PMs. Um outro fotógrafo do grupo, identificado apenas como Rojas, teria sido detido pela polícia.

Durante a caminhada, houve um outro princípio de tumulto em frente ao Cinema Odeon, onde acontece o Festival de Cinema do Rio. Seguranças fecharam a porta do local para evitar uma possível invasão. Dois acessos às estações do metrô Cinelândia e Carioca chegaram a ser fechados. O trânsito também foi interditado na Avenida Rio Branco, na altura da Praça Floriano, próximo à Avenida Almirante Barroso.

Em nota divulgada a imprensa, a PM explicou que o Batalhão de Choque não usou balas de borracha para conter a manifestação. No entanto, a reportagem do G1 encontrou cápsulas do armamento nos arredores da Câmara. Muitos manifestantes reclamaram da truculência da polícia, que utilizou golpes de cassetetes para dispersar os participantes do ato. Pelo menos 10 pessoas foram à 5ª DP registrar queixas sobre a atuação da PM.

Entenda o caso
Os professores afirmam que a greve só chegará ao fim com a elaboração de um novo Plano de Cargos Carreiras e Remuneração para a categoria. No dia 17 de setembro, a prefeitura enviou à Câmara dos Vereadores, em caráter de urgência, um plano, que foi duramente criticado pelo sindicato. Segundo o sindicato da categoria, as propostas apresentadas pelo governo foram insuficientes e ainda não há uma abertura clara para negociação.

A coordenadora do Sepe-RJ Marta Moraes afirmou que o Plano de Cargos e Salários não foi apresentado pela prefeitura aos professores. "Os maiores prejudicados são os professores e alunos. Ao negar negociar, ele [Paes] está comprometendo o ano letivo. Se ele quer fazer isso a culpa é dele. Caso haja corte de ponto, nós não vamos repor as aulas perdidas. O plano dele não contempla 90% da categoria e a formação de professores e funcionários. No nosso entendimento, eles são educadores", afirmou Marta.

O prefeito Eduardo Paes afirma, no entanto, que o Plano de Cargos e Salários está na Câmara Municipal para ser votado. "A gente não pode viver sob ameaça. Estamos fazendo o que é melhor para a população, para prefeitura e pela categoria. O plano está lá na Câmara para ser votado. Tivemos diversos encontros e temos três acordos assinados", afirmou.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir