Categoria Geral  Noticia Atualizada em 08-11-2013

"Era convivência de pai e filho", diz padrasto de Joaquim em Ribeirão, SP
Menino de 3 anos está desaparecido desde a madrugada de terça-feira (5). Guilherme Longo diz que vício em drogas não interfere em seu comportamento.

Foto: g1.globo.com

O padrasto de Joaquim Ponte Marques, desaparecido desde a madrugada de terça-feira (5) em Ribeirão Preto (SP), disse na tarde desta quinta-feira (7) que tinha uma relação de pai e filho com o enteado de 3 anos. Guilherme Longo - apontado pela polícia como um dos suspeitos do sumiço da criança juntamente com a mãe, Natália Ponte - admitiu o vício em drogas, mas afirmou que seu comportamento nunca colocou em risco o menino. "Eu o amo muito para fazer qualquer coisa", disse.
Longo contou que a princípio negou à polícia que havia saído de casa na madrugada de terça-feira para comprar drogas. "Estava com medo de falar, com receio. Mas logo tive que contar a verdade", diz. O padrasto conta que saiu por volta de meia-noite da casa no Jardim Independência e que deixou a porta da sala aberta. "Não fechei para não fazer barulho, mas fechei o portão. Demorei no máximo 40 minutos. Não consegui encontrar o que eu estava procurando. Quando voltei, cheguei em casa e fui dormir. Esqueci a porta aberta. Nesse período eu não fui no quarto do Joaquim. Fui direto para a minha cama", afirmou
O técnico em TI admitiu ser dependente químico e disse que ficou por mais de um ano sem usar drogas. Longo teria tido uma recaída há duas semanas, e desde então saía em busca de drogas. O padrasto de Joaquim, no entanto, negou que seu comportamento prejudicasse as pessoas com quem ele convive. "Isso [vício] nunca fez eu mudar meu comportamento com as pessoas que eu amo. Algumas vezes eu já até entreguei coisas minhas, mas eu nunca machuquei ninguém. Eu sou incapaz de fazer isso. O Joaquim, principalmente, eu amava esse menino", disse.
Longo ainda descreveu sua convivência com o menino Joaquim como "perfeita". "Era uma convivência de pai e filho. Nunca tentei tomar o lugar do pai dele, inclusive ele vem dentro de casa, é um cara muito bem vindo e sempre foi, só que eu fazia o papel de pai para o Joaquim. Nosso relacionamento era muito bom."
Papel de pai
Segundo a mãe de Joaquim, Natália Ponte, Longo compensava a ausência do pai biológico do menino, o produtor de eventos Arthur Paes. "O Guilherme foi um pai para o Joaquim. O pai biológico mora em São Paulo e vem aos finais de semana ficar com ele, mas o Guilherme faz o papel dele aqui [em Ribeirão]. Sempre foi muito boa a convivência dos dois. Eles se divertiam muito, brincavam o tempo inteiro. Quando o Guilherme vai trabalhar, o Joaquim tem que ir até a grade do portão para dar tchau. Quando ele escuta o Guilherme chegando, ele se esconde para o Guilherme encontrá-lo. O Joaquim passa o dia esperando o Guilherme chegar", disse.
Natália, que é psicóloga, afirmou que presenciou a recaída do companheiro nas últimas semanas, mas que em momento algum Longo demonstrou agressividade. "Eu presenciei, tentei ajudar, e em momento algum Guilherme teve um comportamento agressivo comigo ou com qualquer outra pessoa. Muito pelo contrário. O Guilherme ficava preocupado em como parar, porque ele não conseguia", contou.
Sobre o sumiço do filho, Natália diz não encontrar explicações para o fato. "Aconteceu o que aconteceu, não sei te falar como. Infelizmente o Joaquim não está aqui agora com a gente. A gente não sabe se alguém entrou aqui, se ele saiu andando. Estamos esperando as investigações para ver o que acontece. A gente só quer ele dentro de casa, brincando de novo. Acredito, tenho fé e tenho certeza que o Joaquim vai estar daqui uns dias aqui com a gente brincando", concluiu.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, Longo e Natália são suspeitos pelo desaparecimento do menino Joaquim Ponte Marques, de 3 anos. O delegado afirmou, porém, que ainda não descarta a possibilidade de que alguém tenha entrado na casa durante a madrugada.
Em depoimento, Natália afirmou que notou a ausência do filho pela manhã, ao procurá-lo no quarto, por volta de 7h, para aplicar uma dose de insulina, já que o menino é diabético. Ainda segundo a mãe, as janelas da casa têm grades, o portão estava trancado, mas a porta da sala estava aberta. Natália afirmou que o atual marido é usuário de drogas e que teria sido ele o último a ter contato com o garoto, ao colocá-lo para dormir, por volta de meia-noite.
Também em depoimento, o padrasto do menino, Guilherme Longo, teria contado aos policiais que colocou o menino para dormir por volta de meia-noite e, durante a madrugada, saiu para comprar drogas, mas não encontrou quem fornecesse e retornou para casa.
Ambos permanecem em liberdade depois que a 2ª Vara do Júri e de Execuções Criminais de Ribeirão Preto negou, nesta quinta-feira, o pedido de prisão temporária da Polícia Civil e do Ministério Público.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir