Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 11-11-2013

O Dia Internacional da Mulher e a covardia
Algu�m a� conhece Maryam J.? N�o? Trata-se de uma iraniana que humildemente pediu a um tribunal uma decis�o limitando as surras que leva do marido a apenas uma por semana, ao inv�s de todas as noites.
O Dia Internacional da Mulher e a covardia

Algu�m a� conhece Maryam J.? N�o? Trata-se de uma iraniana que humildemente pediu a um tribunal uma decis�o limitando as surras que leva do marido a apenas uma por semana, ao inv�s de todas as noites.
Este epis�dio me trouxe � mem�ria um outro, acontecido no Sud�o. Duas mulheres foram condenadas a receber 20 chicotadas cada uma por usar cal�as compridas. Segundo constatei, o artigo 152 do C�digo Penal do Sud�o prev� uma pena de at� 40 chicotadas para quem "utilizar vestimenta indecente" - no caso, uma cal�a comprida!
Na Som�lia, recentemente uma mulher de 23 anos foi enterrada em um buraco, ficando apenas com a cabe�a de fora, em uma pra�a da cidade de Kismayu. Em seguida centenas de pessoas a apedrejaram at� que ela morresse. O crime dela: ter tido um relacionamento extraconjugal.
Antes que algu�m diga ser este tipo de covardia "coisa de pa�s atrasado", pe�o licen�a para fazer uma pequena viagem pelo mundo. Come�o pela Inglaterra, onde um a cada sete habitantes acha aceit�vel bater na namorada - sim, j� n�o falamos sequer em esposa, mas meramente em namorada!
Na �ndia, 37% das mulheres apanham dos maridos. Ali�s, pobres das que habitam em Bihar - l� o �ndice de agredidas chega a inacredit�veis 59%! E o pior � que apanhar em sil�ncio pode ser um "bom neg�cio": das que ousaram protestar, 50% foram agredidas a chutes e 74,8% acabaram tentando o suic�dio.
Em Taiwan, 44% das mulheres apanham regularmente de seus esposos e companheiros. De todas estas, 33,7% se resignam face � absoluta aus�ncia de prote��o estatal - v�o levando a vida "entre tapas e beijos", seguramente mais tapas do que beijos.
Na Espanha, incr�veis 84% das mulheres presas sofrem abusos f�sicos e sexuais. Diante desta monstruosidade, s� nos resta acreditar que as 16% restantes s�o desprovidas de quaisquer atributos f�sicos que as tornem atraentes. Mais detalhadamente, 74% delas j� levaram surras dos guardas de pres�dio, e 68% sofreram viol�ncia sexual.
Pela Europa afora, entre 20% e 50% das mulheres passam a vida a levar tabefes, socos e pontap�s de seus maridos. A cada semana uma delas morre. Parece incr�vel, mas naquele civilizado e invejado continente, ber�o da orgulhosa cultura ocidental, a viol�ncia dom�stica � a principal causa de morte e invalidez entre as mulheres de 15 a 44 anos de idade.
Mas isto n�o causa alarme na popula��o: recente pesquisa de opini�o p�blica realizada na Espanha concluiu, de forma chocante, que apenas 0,4% dos homens consideram este tipo de viol�ncia um problema grave.
Nos EUA, uma mulher � espancada pelo marido a cada 15 segundos. No Canad�, a despesa anual para tratar de esposas massacradas chega a US$ 1,6 bilh�o de d�lares ao ano. Na R�ssia, 36 mil mulheres apanham dos maridos a cada dia. Na Inglaterra, a cada semana duas delas s�o mortas pelos seus parceiros. No mundo todo, 70% das mulheres assassinadas foram v�timas de seus maridos ou companheiros e 30% delas foram abusadas em algum momento da vida. Para completar estes n�meros sinistros, 80% dos refugiados deste planeta s�o mulheres, das quais 85% v�timas de tr�fico humano.
� a todas estas infelizes mulheres que dedico estas singelas letras. Diante do sofrimento delas, fico a pensar na do�da acusa��o de Mencken: "nunca superestime a dec�ncia da ra�a humana".

Fonte: O Autor
 
Por:  Pedro Valls Feu Rosa    |      Imprimir