Categoria Geral  Noticia Atualizada em 28-11-2013

Lulu: o banheiro feminino chegou aos smartphones
O Brasil foi o segundo pa�s a receber o Lulu e at� agora 5 milh�es de mulheres j� baixaram para classificar ex-namorados e amigos
Lulu: o banheiro feminino chegou aos smartphones
Foto: g1.globo.com

"Sex and the City" encontra o Facebook. Assim � o slogan do aplicativo Lulu e eu, curiosa profissional, n�o poderia deixar de conferir o que estava acontecendo naquele banheiro feminino que poderia ser instalado com tanta facilidade no meu smartphone.

A linguagem humana, n�o s� das mulheres, pode ser cruel. Somos �cidos, cr�ticos e temos uma tend�ncia natural de julgar o outro antes de fazermos uma auto-avalia��o. E s�o estas caracter�sticas que mais vemos nas avalia��es do Lulu, coment�rios no YouTube e Twitter. Nunca tivemos tanto espa�o para nos expressar e nunca fomos t�o ofensivos.

Primeiro, vou explicar como funciona o aplicativo que tem gerado a revolta de homens: o Lulu s� funciona integralmente quando conectado ao Facebook das mulheres. Feito isso, elas podem classificar qualquer homem que tenha uma conta na mesma rede social. A ideia do aplicativo � extremamente invasiva, j� que eles n�o podem escolher se querem participar da brincadeira. S�o colocados automaticamente e s� tem a op��o de pedir para sair. Como numa loja virtual, os homens s�o expostos em uma interface. � s� escolher e avaliar o "produto". A mulher responde a uma s�rie de perguntas sobre a educa��o do mo�o, performance sexual, a qualidade das piadas que ele conta e ainda sobre suas ambi��es profissionais. Por fim, podemos marcar uma s�rie de hashtags no perfil dele, que podem ser boas do tipo "AmorDasM�es" e "RespeitaAsMulheres" ou pode-se iniciar um massacre no cidad�o. S�o hashtags do tipo: "MaisBaratoDoQueP�oNaChapa", "Mentiroso", "FilhinhoDaMam�e" e o temido "UsaCrocs". No final, tudo que voc� disse se transforma em uma nota.

O Brasil foi o segundo pa�s a receber o Lulu e at� agora 5 milh�es de mulheres j� baixaram. Seja para se vingar de um ex-namorado ou para fazer a fita de amigos. A motiva��o � o que menos importa, o que devemos repensar � o nosso entendimento de cultura participativa.

Dentre as fun��es das plataformas sociais est� o seu poder mobilizador, importante dentro da pol�tica, cultura e no marketing. Empresas est�o precisando mudar a forma com que tratam seus clientes e j� acompanhamos diversas revolu��es em tempo real, tudo isso por meio das redes. Nelas, as opini�es s�o compartilhadas, discutidas e repensadas.

Por outro lado, nos tornamos mais expostos, avaliados e pressionados a criar uma personalidade virtual. O bullying saiu das salas de aulas e as piadas percorrem grupos de WhatsApp - sem contar a quantidade de fotos �ntimas que recebemos diariamente. Hoje existe um aplicativo que classifica os homens, amanh�, teremos o que avaliar� as mulheres (confesso que tenho medo da criatividade masculina).

As intera��es humanas foram diretamente afetadas com a internet e os dispositivos m�veis: paqueramos via Tinder, escolhemos um homem pela nota do Lulu e temos uma ansiedade em postar imagens do nosso cotidiano no Instagram e Facebook. A necessidade de nos comunicar se tornou t�o grande que temos um milh�o de aplicativos dedicados exclusivamente a isso: WhatsApp, Snapchat, WeChat, Viber, Skype, para citar apenas alguns. A tecnologia pode promover uma evolu��o da nossa sociedade, mas tem ampliado o que h� de pior na natureza humana. Se podemos criar coisas grandiosas com ajuda da internet, por que dedicamos tanto tempo aos homens no Lulu?

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir