Categoria Geral  Noticia Atualizada em 20-12-2013

Após 23 dias, guindaste e peça que caíram em estádio serão retirados
Ação para desmontar máquina e estrutura começou na manhã desta sexta. Odebrecht não informou para onde aparelho e peça serão levados em SP.
Após 23 dias, guindaste e peça que caíram em estádio serão retirados
Foto: g1.globo.com

Após 23 dias do acidente que matou dois operários na Arena Corinthians, teve início na manhã desta sexta-feira (20) a operação para o desmonte e retirada do guindaste e da peça que caíram no canteiro de obras do estádio em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Odebrecht.

O estádio do Corinthians será palco da abertura da Copa do Mundo de 2014. Em 27 de novembro, a máquina despencou com a estrutura que era içada para ser colocada na cobertura, matando os funcionários de uma empresa terceirizada, a Locar.

Após o acidente, o guindaste e a peça danificada, mais a área onde eles caíram foram interditados por órgãos públicos, respectivamente, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Defesa Civil.

"Está em execução o plano de retirada do guindaste e peça", informou a assessoria da Odebrecht por meio de nota.

Destino
A construtora não respondeu, no entanto, os questionamentos do G1 a respeito do local para onde seriam levadas a máquina e a estrutura. Apesar disso, informaram que elas permanecerão disponíveis para serem periciadas por técnicos se houver necessidade. "O equipamento e peça continuarão à disposição do IPT e autoridades em local previamente definido dentro do próprio canteiro de obras", informou a Odebrecht sobre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), responsável por periciar o equipamento a pedido do MTE.

O IPT fará uma análise independente, que terá de ser paga pela Odebrecht ou Corinthians, para saber se o acidente que deixou dois mortos no estádio foi provocado por falha humana (do operador do guindaste), mecânica (devido algum problema da máquina) ou do terreno (pela inconformidade do solo, que teria tombado o aparelho). Essa perícia servirá para o MTE tomar medidas cíveis e administrativas a respeito do acidente.

Falha humana, mecânica ou deslocamento do solo também são as três hipóteses investigadas pela Polícia Civil na esfera criminal para saber se será possível responsabilizar alguém ou alguma empresa pelas mortes. Além do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, o Instituto de Criminalística (IC) da Superintendência da Polícia Técnico-Científica analisa a maquina e a peça.

Os laudos técnicos com as conclusões do IPT e IC ainda não ficaram prontos.
A ação para a retirada do guindaste e da peça começa um dia depois do anúncio do acordo entre MTE e Odebrecht. Na quinta-feira (19), os órgãos anunciaram pacto para reduzir a carga horária de parte dos operários que trabalham na construção da Arena Corinthians.

Folga
O MTE cobrava da construtora uma solução para diminuir as horas trabalhadas pelos funcionários. O operador da máquina envolvida no acidente que deixou dois mortos estava havia 18 dias sem folga, segundo a pasta. Caso o acordo seja descumprido, a Odebrecht terá de pagar multa de R$ 10 mil por dia.

Nesta sexta, a Odebrecht não respondeu à indagação da equipe de reportagem se a liberação do guindaste acidentado liberaria a área de 5% do total da obra que estava barrada pela Defesa Civil.

Na quinta-feira, Ricardo Corregio, gerente comercial da Odebrecht, falou que após a retirada do guindaste e da peça começaria as obras no prédio Leste, onde ocorreu o acidente.

O MTE chegou a interditar nove guindastes no total após o acidente. Todos já foram liberados após perícias feitas e adequações feitas pelos responsáveis da obra.

A Odebrecht é responsável pela realização da obra, mas os guindastes pertencem à Locar, empresa que adquiriu as máquinas da fabricante alemã Liebherr.

Nas reuniões entre o MTE e a Odebrecht, a construtora apresentou um cronograma com a estimativa a respeito da remoção e desmonte do guindaste. Serão necessárias 80 viagens de caminhões para fazer o transporte do equipamento.
O dia 15 de janeiro é atualmente a data estipulada para o prazo final da desmontagem da peça da cobertura. Um mês depois, em 15 de fevereiro, começariam os trabalhos de içamento da nova peça.
A Odebrecht prometeu para 15 de abril a entrega da Arena Corinthians pronta e finalizada para ser usada no Mundial de futebol. A abertura da Copa acontece em 12 de junho.
Segundo o MTE também está em andamento o processo de indenização para os familiares dos mortos no acidente.

Operador
No dia 10 de dezembro, o TEM informou que o operador do guindaste que despencou com a peça estava havia 18 dias sem folga. Documento de ponto exibido por um fiscal do ministério indicava que o funcionário, em outubro, havia ficado 23 dias sem descanso. A informação foi contestada pela Odebrecht e pela Locar.

O operador cuidava de um guindaste que suporta carga de até 1,5 mil toneladas. Ele içava uma peça de 420 toneladas quando a estrutura e a máquina tombaram sobre parte do estádio, atingindo o motorista Fábio Luiz Pereira, de 41 anos, e o montador Ronaldo Oliveira dos Santos, de 43 anos.

Em depoimento à polícia, o operador da máquina negou falha humana, mecânica ou problema no solo. A "caixa-preta" do guindaste foi retirada em 2 de dezembro pelos fabricantes do veículo e entregue à perícia do Instituto de Criminalística (IC) para análise.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir