Categoria Policia  Noticia Atualizada em 03-01-2014

Governo cria tropa de choque de 10 mil homens para protestos na Copa
For�a Nacional forma policiais para enviar �s 12 cidades-sede em 2014. SP tamb�m ter� apoio, diz secret�rio; "n�o foi cogitada", diz pasta paulista.
Governo cria tropa de choque de 10 mil homens para protestos na Copa
Foto: g1.globo.com

O governo federal formou uma tropa de choque de 10 mil homens que ir� apoiar as pol�cias militares nas 12 cidades-sede dos jogos da Copa do Mundo de 2014 para conter protestos violentos durante o evento.

S�o os PMs que integram a For�a Nacional de Seguran�a P�blica, treinados desde 2011, segundo o diretor da unidade, coronel Alexandre Augusto Aragon. Eles tiveram o aperfei�oamento intensificado neste ano ap�s as manifesta��es de junho, durante a Copa das Confedera��es.
Criada em maio de 2007 por uma lei sancionada pelo presidente Luiz In�cio Lula da Silva, a For�a � composta por PMs, policiais civis, bombeiros e peritos de todos os estados, que s�o volunt�rios e passam por um treinamento diferenciado antes de serem enviados para miss�es excepcionais e de car�ter tempor�rio.
"A For�a Nacional n�o � uma for�a comum. Somos convocados s� para momentos de crise, s� para miss�es espec�ficas. Cheguei a ter 42 frentes de opera��es abertas ao mesmo tempo no pa�s. Para a Copa do Mundo, formamos 10 mil homens em doutrinas de a��es de choque, e estamos com condi��es de atuar em todas as 12 cidades-sede ao mesmo tempo", afirma o coronel Aragon.

O n�mero de policiais treinados pela For�a Nacional para controle de protestos � representativo quando se compara o efetivo das tropas de Choque dos estados: a maioria possui apenas um batalh�o, contando com entre 100 e 200 homens com esta qualifica��o.
At� mesmo S�o Paulo, que possui a maior Tropa de Choque do pa�s (3 mil homens) e que, mesmo durante ataques de fac��es criminosas, nunca pediu apoio federal na seguran�a p�blica, deve contar com homens da For�a Nacional, diz o secret�rio nacional de seguran�a para grandes eventos, delegado da Pol�cia Federal Andrei Augusto Passos Rodrigues.

Segundo ele, os estados dever�o concluir at� o fim de janeiro o planejamento do que que v�o precisar de apoio federal.

A previs�o � que, com a experi�ncia da Copa das Confedera��es, quando houve atua��o em 5 estados, a For�a Nacional envie soldados para todos aqueles que receber�o jogos da Copa.
"Pela qualidade desta tropa, ela dever� atuar em todas as sedes. Em algumas, como for�a de conting�ncia (ficando em espera nos quart�is, sendo acionada s� quando precise). Em outras, ter� fun��o definida de antem�o, como apoio ao policiamento ostensivo, bloqueio de est�dios, controle de ruas onde haver� protestos. Cada estado definir� isso", afirma Rodrigues.

"Temos uma intera��o absolutamente boa com o secret�rio de Seguran�a de S�o Paulo, Fernando Grella, que j� esteve aqui no Minist�rio da Justi�a v�rias vezes e sabe que esta � um for�a que est� � disposi��o", acrescenta o secret�rio.

A Secretaria de Seguran�a de S�o Paulo informou que o plano de seguran�a para a Copa ainda n�o est� pronto, mas que a hip�tese de pedido de apoio da For�a Nacional "sequer foi cogitada".
Prepara��o
A decis�o de aplicar um curso de controle de dist�rbios civis (como s�o chamados, na linguagem policial, manifesta��es e protestos) em 10 mil homens ocorreu ap�s uma an�lise das �ltimas edi��es do evento.

"Desde a Copa do Mundo de 1930, os pa�ses-sede enfrentam hist�rico de manifesta��es. Houve tamb�m na �frica do Sul (2010), na Alemanha (2006) e na Coreia do Sul e no Jap�o (2002). J� est�vamos preocupados com isso antes mesmo dos eventos deste ano, pois n�o � nossa responsabilidade esperamos pra ver", diz o coronel Aragon. "A viol�ncia dos protestos recentes � que assustou. Tivemos muitos policiais feridos no Rio. Isso gerou aprimoramentos", afirma ele.

"A doutrina de for�a de Choque determina que n�o se chegue muito perto dos manifestantes. N�o � uma ci�ncia exata. No leil�o de Libra (em outubro no Rio), houve confronto e fomos atacados, mas tentamos manter uma dist�ncia m�nima de 30 metros deles. O objetivo era manter o isolamento e impedindo o acesso ao local de onde ocorria o evento", explica o diretor da For�a.

Quando a For�a Nacional � enviada em apoio a um estado, ela fica subordinada aos �rg�os de seguran�a p�blica locais e recebem miss�es espec�ficas.

Por exemplo, na final da Copa das Confedera��es, em que o Brasil bateu por 3 a 0 a Espanha no Maracan�, em 30 de junho, os PMs da For�a integravam uma linha de conten��o do est�dio. J� durante os protestos, foram destinados, pela PM do Rio, para fazer o bloqueio ou conter atos de vandalismo em alguma rua.
Formada por cerca de 12 mil homens, entre policiais militares, policiais civis, peritos e bombeiros, a for�a atua sempre com car�ter tempor�rio e sob portaria publicada no Di�rio Oficial pelo Minist�rio da Justi�a. Enquanto cedidos pelos estados para uma miss�o, os policiais continuam como contratados pelo estado e recebendo o sal�rio do estado. H� apenas um adicional: a di�ria de viagem para a miss�o, que � paga pelo governo federal, e varia entre R$ 200 e R$ 600 por dia, dependendo do local. Durante a Copa das Confedera��es e a visita do Papa, o Minist�rio da Justi�a autorizou o pagamento de di�ria dobrada para integrantes da PF, Pol�cia Rodovi�ria Federal e da For�a.
Rob� espi�o
Para os protestos de 2014, a For�a adquiriu um minirrob� espi�o, que vai monitorar militantes do black bloc: pequeno e de borracha, ele se infiltrar� durante os atos de viol�ncia para realizar filmagens e auxiliar na investiga��o dos envolvidos.

"N�o posso dar detalhes de como funciona, para que n�o seja envolvidos. Mas suas imagens v�o nos ajudar a entender o que est� acontecendo", diz o coronel Aragon.

A corpora��o possui uma escola, em Bras�lia, que padroniza as a��es dos policiais de v�rios estados, seguindo os preceitos da ONU, que, conforme o comandante, autoriza o uso de muni��o menos letal nos protestos, como spray de pimenta, lacrimog�neo e bala de borracha. Tamb�m foi montado, na capital federal, um centro de monitoramento que permite acompanhar em tempo real todas as opera��es da for�a pelo pa�s, que v�o desde apoio a cidades em caso de greves policiais, socorro em calamidades, enchentes e trag�dias, at� policiamento de �reas ind�genas e prote��o de ju�zes e autoridades.

"Cheguei a ter 42 opera��es ocorrendo ao mesmo tempo nos 23 estados e no Distrito Federal. Preciso saber o que est� acontecendo em cada uma delas", afirma o diretor da For�a.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir