Categoria Policia  Noticia Atualizada em 08-01-2014

ONU pede que Brasil investigue violência e mortes em presídio do MA
Comissariado de Direitos Humanos quer apuração "imediata e imparcial". Relatório do CNJ apontou assassinatos em 2013 devido à briga de facções.
ONU pede que Brasil investigue violência e mortes em presídio do MA
Foto: g1.globo.com

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que o Brasil apure as violações de direitos humanos e atos de violência que ocorreram nos presídios do Maranhão, em especial no Complexo de Pedrinhas.

Em comentário sobre a situação, o Alto-Comissariado de Direitos Humanos da ONU expressou preocupação com imagens divulgadas pelo jornal "Folha de São Paulo", que mostram presos decapitados dentro da penitenciária, que fica em São Luís, capital do Maranhão.

"Pedimos às autoridades brasileiras que realize imediata, imparcial e efetiva investigação dos eventos, para apurar e encontrar os responsáveis", informou o Alto-Comissariado. "Pedimos às autoridades para que façam imediatamente ações buscando restaurar a ordem" no Complexo de Pedrinhas, acrescentou o órgão.

A assessoria do Alto-Comissariado de Direitos Humanos da ONU diz que não divulgou nota a respeito do tema, apenas respondeu a um questionamento feito pelo jornal "Folha de São Paulo" em relação à violência em Pedrinhas.

A ONU acrescentou que ficou "perturbada" com o relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) divulgado em dezembro de 2013 que apontou que, no ano passado, 59 presos foram mortos dentro do presídio, devido a uma série de rebeliões e confrontos entre facções criminosas dentro do complexo, que fica na capital, São Luís.

O Alto-Comissariado defendeu que o Brazil adote meios urgentes para pôr em prática operacionalmente o Sistema Nacional de Combate e Prevenção à tortura, anunciado em 2013.

No dia 30 de dezembro, após vistoria realizada em Pedrinhas, um relatório do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ) expôs casos de desrespeito aos direitos humanos. Estupros de mulheres parentes dos detentos estariam acontecendo durante as visitas dentro da unidade prisional.

Onda de atentados
Após a divulgação do relatório do CNJ, o governo fez uma ação nos presídios, buscando diminuir as mortes e a violências. No mesmo dia, 3 de janeiro, uma onda de ataques começou nas ruas: ônibus foram incendiados na capital e delegacias foram alvo de ataques na Região Metropolitana de São Luís. O secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, disse que os ataques foram ordenados por detentos do presídio de Pedrinhas.
Cinco pessoas ficaram feridas por conta dos ataques a ônibus A menina Maria Clara, de 6 anos, não resistiu às queimaduras que sofreu durante o incêndio a um dos coletivos e morreu na manhã de segunda-feira (6). Ela teve mais de 90% do corpo queimado no ataque.
Na quinta-feira (2), mais outros dois presos foram encontrados encontrados mortos em Pedrinhas.
Para tentar ajudar o Maranhão, o governo federal ofereceu 25 vagas em presídios federais para transferir os chefes das facções criminosas que estão no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. Ao todo, 16 pessoas foram detidas entre domingo e a manhã desta segunda-feira (6) suspeitas de participação nos ataques a ônibus e delegacias em São Luís.


Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir