Categoria Acidente  Noticia Atualizada em 09-01-2014

Menina que caiu em vão do aeroporto do Galeão deixa CTI no Rio
Camila Palácios caiu de altura de 7 metros em um vão no 2º andar. Pais voltaram a depor nesta quinta (9).
Menina que caiu em vão do aeroporto do Galeão deixa CTI no Rio
Foto: g1.globo.com

A menina argentina Camila Palacios, de 3 anos, que caiu de um vão no Aeroporto Internacional Tom Jobim no sábado (4), deixou o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, Zona Sul do Rio, nesta quarta (8). Ela foi levada para uma unidade intermediária e seu estado de saúde vem melhorando, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde.
Camila foi transferida para o Miguel Couto nesta terça-feira (7). Ainda não há previsão de alta.
Na segunda (6), o Procon autuou a Infraero durante operação no aeroporto. A ação fiscalizou a prestação de serviços aos usuários e as condições de segurança do local. Agentes encontraram outros vãos perigosos ao lado da maioria das escadas rolantes. Alguns deles tinham espaço superior a 19 centímetros, podendo ser ultrapassado até por um adulto.

Pais voltam a depor
Os pais de Camila Palacios voltaram a depor na Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Dairj), assim como todas as testemunhas. O motivo da nova convocação não foi divulgada pela Polícia Civil.

Infraero autuada
Além dos vãos perigosos, a Infraero ainda foi autuada por outras irregularidades no Aeroporto Internacional Tom Jobim. Os fiscais do Procon-RJ encontraram quatro elevadores e três bebedouros sem funcionamento e um banheiro para deficientes trancado. O ar condicionado também não estava funcionando em dois setores da área de embarque do Terminal 1. Em uma esteira rolante, os agentes encontraram uma caneleta de alumínio quebrada, podendo causar sérios ferimentos aos usuários.

A assessoria de imprensa da Infraero no Rio de Janeiro informou que aguarda a notificação do Procon para avaliar o conteúdo da vistoria e, oportunamente, tomar as providências necessárias.
Acidente
O acidente ocorreu por volta das 17h , no momento em que Camila brincava com dois irmãos em uma área próxima da escada rolante no segundo andar do Terminal 2. A largura do vão entre o final do guarda-corpo e a lateral da escada rolante está fora dos padrões estipulados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, de acordo com a Sociedade de Engenharia de Segurança do Estado do Rio de Janeiro.
Nesta segunda-feira (6), o presidente da Sociedade de Engenharia de Segurança do Estado do Rio, Robson Santos Barradas, esteve no aeroporto, a convite do G1, e afirmou que a largura máxima permitida para o vão é de 12 cm, mas no local, onde houve a queda da menina, o espaço tem 18,5 cm de largura – 6,5 cm a mais.
"Seis centímetros e meio é muita coisa, fácil de passar uma criança de até 6 anos", disse o engenheiro, que mediu alguns vãos do terminal.
Procurada pelo G1, a Infraero, no entanto, garantiu que todos seus aeroportos seguem as regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e afirmou que o vão de onde a menina caiu não apresentava qualquer irregularidade.
De acordo com Fábio Domingos, diretor do Procon RJ, ainda assim a Infraero será autuada por falta de oferecimento de segurança após o incidente. A multa pode variar entre R$ 480 e R$ 7 milhões.
Vãos ainda maiores
O engenheiro Robson Barradas mediu outros vãos no terminal e econtrou espaços próximos às escadas rolantes com larguras ainda maiores, de mais de 21 cm. Na escada que ligava o primeiro e o segundo piso, um dos vãos tinha 19,2 cm de largura e o outro 21,2 cm – quase 10 cm acima do permitido.
"O acidente poderia ter acontecido até mais facilmente com a criança em outros vãos aqui do terminal", explicou Robson.
Para o engenheiro, o que chama a atenção é que mesmo após um acidente no saguão, nenhuma medida preventiva foi adotada pela Infraero para adequar os guarda-corpos, nem mesmo impedir a passagem. "A legislação é apenas o mínimo que deve ser cumprido para a segurança do local. Outras crianças podem fazer o mesmo e não foi feito nenhuma modificação até agora", disse.
Investigação
O delegado Luciano Coelho, responsável pela investigação referente à queda da menina argentina de três anos, no Terminal 2 do Aeroporto Tom Jobim, o Galeão, na Ilha do Governador, no Rio, disse que trabalha com três hipósteses para tentar esclarecer o caso, conforme mostrou o Bom Dia Rio desta segunda-feira (6).
"Nós trabalhamos com três hipóteses: ou com acidente e uma fatalidade. Para apurar e responsabilizar ainda os pais por uma falta ou um descuido ainda é muito prematuro ou alguma falha na segurança no que conservem as dependências do aeroporto", explicou.
O delegado solicitou também à Infraero as imagens das câmeras de segurança, mas a empresa informou que não é possível ver a queda, somente o momento do socorro.
Segundo o superintendente da Infraero, o aeroporto atende todas as normas de segurança exigidas. "Vamos fazer uma avaliação e, em seguida tomar todas as atitudes necessárias caso seja observada alguma necessidade", comentou Wilson Brandt Filho.
De acordo com a Polícia Civil, uma perícia foi realizada no local. Após acompanhar a menina ao hospital, o médico da Infraero foi ouvido pela polícia. Os pais da criança contaram que o filho mais velho gritou por socorro quando a irmã já tinha caído.
Pai reclama de falta de proteção
No domingo (5), o pai da menina, o argentino Marcelo Alejandro Palacios contou ao G1 que ela caiu porque o guarda-corpo onde encostou não tinha vidro de proteção. Segundo ele, a família estava na fila de uma lanchonete quando os outros dois filhos alertaram que a menina havia caído.
"Ouvi um barulho muito forte, depois o grito dos meus filhos. Achei na hora que ela estivesse morta, não desejo essa sensação para ninguém", contou. Segundo Palacios, o atendimento no aeroporto e no hospital foram "satisfatórios".

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir