Categoria Policia  Noticia Atualizada em 14-03-2014

Corpo de PM morto na UPP da Vila Cruzeiro é enterrado no Rio
Leidson Acácio Alves era subcomandante da unidade na comunidade. Contêineres de UPPs da região foram alvejados por traficantes.
Corpo de PM morto na UPP da Vila Cruzeiro é enterrado no Rio
Foto: g1.globo.com

O corpo do policial militar Leidson Acácio Alves Silva, morto durante um ataque, na quinta-feira (13), na Vila Cruzeiro, no Conjunto de Favelas da Penha, Subúrbio do Rio, foi enterrado no Cemitério de Sulacap, na Zona Oeste, às 16h15 desta sexta-feira (14). Amigos e familiares estavam muito emocionados no velório. O comandante-geral da PM, José Luiz Castro, e o coordenador das UPPs, Frederico Caldas, foram ao enterro.

"Me deixa revoltado. Ele era uma pessoa sensacional, muito humilde. Muita gente fica com medo, mas escolhi isso pra mim. É covardia atrás de covardia. Eu estava de folga e fui pra la assim que soube. O tenente Acácio era uma pessoa surpreendente", disse um soldado, também lotado na UPP, que preferiu não se identificar.

O soldado disse ainda que os criminosos só agem na covardia, mas não batem de frente.

"Eles postam na internet com armas pra mostrar para a população deles que ainda estão no controle. Foi patrulhamento, não foi ataque. Eles só agem com covardia. Acho que enquanto os direitos humanos existirem a gente nunca vai poder trabalhar na favela", disse ele.

Após o enterro, o coronel Frederico Caldas chamou os policiais para uma conversa e os incentivou. "Não somos vingadores, somos profissionais e a nossa reposta será profissional. Vai ter resposta. Sigamos em paz", disse.

Tiros em sede da UPP

O ataque que matou o tenente Leidson Acácio Alves Silva, subcomandante da UPP Vila Cruzeiro, aconteceu depois que suspeitos dispararam tiros na direção do contêiner que serve como base administrativa da unidade. O policial e colegas faziam buscas na região pelos responsáveis quando a troca de tiros durante em que Leidson foi atingido com um tiro na testa começou.

Segundo a assessoria de imprensa das UPPs, o ataque aconteceu por volta das 20h40. Tiros foram disparados na direção do container que serve como base da UPP Vila Cruzeiro na Rua José Rucas. Durante a ação ninguém se feriu.

Ainda de acordo com a assessoria das unidades, os policiais fizeram buscas na região e o patrulhamento foi intensificado em todo o Complexo da Penha à procura dos criminosos. Por volta das 22h40, policiais da UPP Vila Cruzeiro patrulhavam a Rua 10, divisa entre as comunidades do Parque Proletário e Vila Cruzeiro, quando tiros foram disparados na direção dos agentes.

Os militares revidaram e durante o confronto o subcomandante da unidade, o tenente Leidson Acácio Alves Silva, de 27 anos, foi atingido por um disparo na cabeça. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas e não resistiu ao ferimento. O Batalhão de Operações Especiais (BOPE) foi acionado e esteve na comunidade fazendo ações de varredura durante toda a madrugada. O tenente Acácio estava na corporação há pouco mais de 3 anos e estava na UPP Vila Cruzeiro há cerca de 3 meses.

Bope vai treinar policiais de UPPs

O comandante-geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel José Luís Castro Menezes, disse nesta sexta-feira (14), em entrevista ao RJTV, que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) ficará no Conjunto de Favelas do Alemão por período indeterminado. A operação se estende ao Conjunto de Favelas da Penha, que também teve ataques de traficantes à UPP, e onde o subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora da Vila Cruzeiro, Leidson Acácio, foi morto na quinta-feira (13) por criminosos.

"Nos reunimos hoje [sexta, 14] e decidimos, a partir de amanhã [sábado, 15], deslocar uma companhia de instrução do Batalhão de Operações Especiais para o Alemão, reforçar o efetivo com mais 100 policiais militares que vão passar diariamente por estes treinamentos com o Bope, aperfeiçoando seu treinamento".

Menezes pediu à população que aposte no trabalho da polícia militar e faça denúncias sobre o crime organizado. "O risco [que corremos] é pela sociedade. É importante que [as pessoas] confiem no nosso trabalho, fornecendo informações e ligando para o disque-denúncia", afirmou.

A permanência do Bope no Alemão foi confirmada também pelo secretário de segurança pública, José Mariano Beltrame, em cerimônia de formatura de novos soldados da polícia militar. De acordo com Beltrame, os policiais ficarão no local por 24h até que seja necessário.

Na ocasião, ele disse também que alguns dos ataques às UPPs foram ordenados de dentro de presídios. No entanto, descartou que a morte do subcomandante da UPP DA Vila Cruzeiro tenha partido de dentro de alguma cadeia.

"Nós estamos levando a Companhia de Instrução do Bope para o Alemão e uma série de operações em lugares que têm ligação direta e indireta com o Complexo do alemão e [Vila] Cruzeiro", afirmou.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir