Categoria Geral  Noticia Atualizada em 21-03-2014

Família pede ajuda para trazer corpo de brasileira morta em Paris
Faz uma semana que a tocantinense foi assassinada a facadas. Parentes procuram ajuda com o governo e a Polícia Federal no Tocantins.
Família pede ajuda para trazer corpo de brasileira morta em Paris
Foto: g1.globo.com

A família da brasileira Katiane Lopes Pires, de 28 anos, morta a facadas no último dia 13 em Paris, pede ajuda do governo e da Polícia Federal no Tocantins para trazer o corpo dela para Palmas, capital onde nasceu e morava antes de ir para a Europa. A tocantinense voltava para casa depois de sair do trabalho, quando foi supostamente supreendida pelo marido, Gedeão Tadeu Sobrinho, de 34 anos, e assassinada na rua Olivier-Métra.

Klebya Raylla Lopes Pires, irmã da vítima, disse que a família está muito angustiada por não ter condições financeiras de fazer o translado do corpo de Katiane, para que ela seja enterrada em Palmas. "Nós não temos condições de pagar as passagens para trazer ela. Calculamos que seja uns 7,8 mil euros [cerca de R$ 25,5 mil]", explicou.

Segundo uma das primas da vítima, Larice Nunes de Oliveira, os parentes estão pedindo ajuda de porta em porta. "Ontem [quinta-feira 20] a mãe dela esteve no gabinete no governador [Siqueira Campos] para pedir ajuda. Estamos batendo de porta em porta para ver o que acontece. Se ele [o governador] não tiver condições de ajudar imagine as outras pessoas?", questiona.

Katiane morava na Europa há oito anos com o marido, que também é do Tocantins e com quem teve dois filhos: um menino de sete e uma menina de cinco anos. Segundo Larice, a tocantinense não era naturalizada em Paris porque a filha do casal, apesar de ter nascido na cidade estrangeira, foi registrada apenas no nome de Sobrinho. Por isso, a família não cogita enterrá-la em Paris. "Não existe essa possibilidade. Queremos trazê-la para a cidade onde nasceu e foi criada", explicou Larice.

Além do sofrimento pela morte de uma parente que foi assassinada, a preocupação dos parentes de Katiane é com os dois filhos dela, que continuam com uma irmã de Sobrinho na Europa. "A mãe dela está sofrendo muito com tudo isso. Ainda temos que nos preocupar com as crianças. Temos contato com a irmã dele, mas não é frequente. Não sabemos direito como elas estão. Também queremos trazê-las para Palmas" argumentou a prima da vítima.

O G1 entrou em contato com o governo do Tocantins, para saber a posição da gestão quanto a solicitação da família, mas até o fechamento dessa reportagem ainda não teve resposta.
A reportagem também entrou em contato com a PF, e foi informada de que a responsável por passar as informações está em viagem e retorna na próxima segunda-feira (24).

Já o Itamaraty confirmou a morte da brasileira, mas disse que o caso está em investigação e não dará mais detalhes. O órgão também informou que ficou ciente do caso na última segunda-feira (17) e que vai prestar assessoria jurídica para a família de Katiane, principalmente, nas questões que envolvem a liberação do corpo.

Entenda

De acordo com a família, Katiane estava há três meses separada do marido porque ele a agredia. "Ela procurou a polícia lá [em Paris]. Eles tiveram uma audiência e perguntaram para a Katiane se ela queria que ele fosse preso. Ela disse que não porque pensava nos filhos. A única coisa que ela queria era que ele ficasse longe dela", contou Larice.
Katiane chegou a fazer uma postagem em uma rede social, em que dizia: "Já estava escrito.

Eu e você não era para sempre. É estranho quando tudo que você pensava que era amor, na verdade era um fogo de palha que rendeu dois preciosos tesouros para gente. Na verdade foi o que fizemos de melhor." Amigos e parentes lamentaram a morte da jovem na publicação.

A prima da vítima explica que Sobrinho não teria aceitado o fim do relacionamento e que fazia muitas ameaças a mulher. Por isso, agora a família teme pelas crianças. "A nossa maior preocupação agora é com as crianças. Elas estão com uma irmã dele [do suspeito] e não sabemos se as informações que ela nos passa são verdadeiras. Ela disse que ele está preso, mas questionamos se é verdade. Estamos apreensivos e tememos pelos filhos dela", argumentou Larice.

Repercussão

Os jornais da França repercutiram o caso. Segundo o Le Parisien, informações preliminares contam que após discutir com a vítima, Gedeão Tadeu Sobrinho desferiu vários golpes de faca nas costas de Katiane e fugiu. A mulher teria morrido uma hora depois do ataque.

Antes de morrer, ela teria contado para uma testemunha o nome do agressor, que foi preso pelos investigadores da polícia parisiense na tarde da última sexta-feira (14), em Saint-Ouen.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir