Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-03-2014

"Foi infeliz", diz líder da câmara sobre vereadora acusada de homofobia
Estudante afirma que foi chamado de "bicha louca" por Núbia Araújo (PP). Segundo presidente da câmara de Barreiras, vereadora pode ser punida.

Foto: www.maratimba.com

O presidente da Câmara de Vereadores de Barreiras, no oeste da Bahia, confirmou neste sábado (22) que a vereadora Núbia Araújo (PP) ofendeu um líder estudantil durante sessão da câmara ocorrida na quarta-feira (19). Segundo Carlos Tito (PDT), o comentário da vereadora foi "infeliz e impensado".

"De fato, esse episódio ocorreu sim. Foi uma sessão muito tumultuada no sentido do barulho. Um vereador estava se pronunciando e ele foi interrompido pela vereadora com essa intervenção infeliz. Ela disse para mim: "Presidente retire essa bicha louca" ou algo parecido. Eu a repreendi e pedi ordem. Foi uma fala infeliz, impensada pela vereadora. É incabível isso", afirma o presidente da câmara Carlos Tito.

O G1 tentou contato com a vereadora Núbia Araújo, mas ela não foi encontrada. Por telefone, na sexta-feira (21), uma mulher que diz ser sua filha informou que a edil irá se pronunciar somente na terça-feira (25), quando, segundo ela, deverá ser realizada uma audiência entre as duas partes. Neste sábado, o G1 tentou falar novamente com a vereadora, mas ela não atendeu as ligações.

Segundo o vereador, na segunda-feira (24) haverá uma reunião entre a Mesa Diretora da câmara e a vereadora para discutir o caso. "Nós vamos nos reunir para avaliar a fala dela e tomar as decisões regimentais. No âmbito do poder legislativo, ela pode sofrer uma advertência e a Mesa Diretora também pode abrir um processo por quebra de decoro", explica.

Para o presidente, a vereadora deveria "assumir o erro" e pedir desculpas ao estudante. "Nós não podemos ocultar ou concordar com esse tipo de atitude. Eu já fui a programas de rádio pedir desculpas pela câmara. Acho que ela deveria se portar da mesma forma. No mínimo tem que haver uma retratação da vereadora", opina.

João Felipe é presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Barreiras e conta que participava com outros membros do grupo da sessão na câmara, quando uma confusão começou após um vereador fazer críticas a uma ONG.

"Nessa semana foi cortado o convênio da Escola Lar De Emmanuel, que é uma ONG que funciona como escola e orfanato. Aí quando abriram a sessão para as palavras dos vereadores, um deles falou inverdades sobre a ONG. Várias pessoas que estavam lá se sentiram indignadas e gritaram "mentira". Na hora que eu estava gritando, a vereadora Núbia pegou o microfone e pediu ao presidente [da Câmara] que retirasse "essa bicha louca daqui", relatou o estudante.

De acordo com João Felipe, após ser ofendido, ele chamou a vereadora de "homofóbica". "Foi aí que veio um assessor dela e disse: "Respeita a vereadora senão eu vou te dar uma surra, vou passar o carro por cima da sua moto". Aí eu me retirei do local porque estavam ameaçando chamar a polícia", diz.

Fonte: g1.globo.com
 
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