Categoria Geral  Noticia Atualizada em 23-05-2014

Índios e ribeirinhos bloqueiam Rodovia Transamazônica no Pará
Manifestantes querem reunião com Funai e consórcio Norte Energia. Empresa nega ter descumprido condição para construir usina de Belo Monte.
Índios e ribeirinhos bloqueiam Rodovia Transamazônica no Pará
Foto: g1.globo.com

Cerca de 150 índios e ribeirinhos bloqueiam dois trechos da Rodovia Transamazônica, no sudoeste do Pará, na manhã desta sexta-feira (23). Os manifestantes pedem que o consórcio Norte Energia cumpra com urgência o plano básico ambiental – uma das condições para a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Vitória do Xingu.

O primeiro trecho que sofreu interdição do protesto fica a 27 km do município de Altamira e dá acesso aos canteiros de obras da usina. O outro bloqueio fica no km 50 da BR-230, em frente ao sítio Belo Monte, principal canteiro de construções da hidrelétrica. Os indígenas estão proibindo a passagem de ônibus com operários e liberando o acesso aos demais veículos.

Os manifestantes dizem que só irão desbloquear a rodovia depois que os presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Norte Energia aceitem se reunir para negociar. Caso isso não ocorra, eles prometem incendiar os ônibus.

Com o protesto, o andamento dos trabalhos de construção da usina de Belo Monte estaria sendo prejudicado. Segundo o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), os operários que moram em Altamira, e que representam 40% do total, não estão trabalhando porque não conseguem acesso aos canteiros de obras.

Norte nega descumprimento

De acordo com a Norte Energia, a empresa e Funai assinaram na última quarta-feira (21) o Termo de Compromisso do Projeto Básico Ambiental-Componente Indígena (PBA-CI), um dos condicionantes do licenciamento ambiental da usina Hidrelétrica Belo Monte, expedido pelo Ibama. O documento assegura a realização de ações firmadas pela empresa com o órgão indigenista e lideranças de 11 terras indígenas na região do Xingu atendidas pelo PBA-CI.

O compromisso havia sido reafirmado em reunião realizada em Altamira, no início do ano, com a presença de cerca de 300 indígenas e representantes do Ministério Público Federal,
da Funai e de órgãos do Governo Federal.

As atividades previstas no Termo de Compromisso e no PBA-CI teriam sido referendadas pela Funai e serão acompanhadas por um comitê gestor formado por representantes das comunidades indígenas, da Norte Energia e do órgão indigenista.

Ainda segundo a Norte, os recursos destinados aos projetos do PBA-CI fazem parte dos R$ 3,2 bilhões do Projeto Básico Ambiental (PBA) da usina.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir