Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 27-05-2014

A nova e psicológica produção de texto
“Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado Calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosférico
A nova e psicológica produção de texto
Foto: www.maratimba.com

O que é crônica? Se tirarmos por base a maioria dos textos de Rubem Braga veremos que o que se produz e é publicado foge aos padrões do que seria exatamente este gênero ambíguo (no sentido de que é literário e, ao mesmo tempo, não literário). Porém, numa opinião rudimentar prefiro os novos textos ou o que quer que sejam.

A nova prosa é lírica. Fala de sentimentos. Esbarra no universal, mesmo saindo de dentro de uma subjetividade. De um desabafo interno. Dependendo de quem escreve, o leitor é envolvido. Parece até que alguns são brados, catarses individuais, mesmo assim conquistam o leitor pela empatia e, quem sabe, uma cumplicidade inconsciente.

Tenho meus preferidos. São escritores que utilizam as novas ferramentas para publicação disponíveis na internet. Alguns são tão profundos que desnudam a alma do escritor em poucas palavras.

Seria a função da nova "literatura" promover um desacordo afetivo no intuito de desconstruir a realidade opressora? Gosto do texto que inquieta, sem medo de transgredir. Que é transcendente. O que é bom deve desmistificar psicologicamente o mundo de forma radical.

Então, em homenagem às novas protagonistas da palavra, encerro o artigo (não é crônica) com o trecho de "Os bastidores da crônica", de Marta Medeiros:


"Alguns você comove, outros revolve o estômago. Se cita um caso que aconteceu com você, é porque está focada no próprio umbigo. Se cita um caso que aconteceu com alguém, não tem originalidade suficiente. Se inventa um caso que não aconteceu mas poderia, está fazendo ficção onde não devia. (...) Falou bem do PT? Rendida, vendida, mal-intencionada. Falou mal do PT? Rendida, vendida, mal-intencionada. Não falou de política? Alienada. (...) O mesmo texto tudo provoca: uns te amam, outros te toleram e alguns não perdem a chance de te esculachar. Como te leem os que te odeiam".


Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir