Categoria Geral  Noticia Atualizada em 03-06-2014

Dois profissionais cubanos deixam o Mais Médicos, diz organização
Médicos alegaram que cláusulas de contrato assinado não eram cumpridas. Ministério da Saúde afirma que vai investigar casos de abandono.
Dois profissionais cubanos deixam o Mais Médicos, diz organização
Foto: g1.globo.com

A Associação Médica Brasileira divulgou nesta terça-feira (3) que dois médicos cubanos abandonaram o programa Mais Médicos, do governo federal, por trabalharem "em condições análogas à escravidão".

Em entrevista realizada em São Paulo, os médicos Alcanis Borrego e Raul Vargas explicaram que atuavam em unidades de saúde de Senador José Porfírio, no interior do Pará. Segundo eles, itens que constavam no contrato assinado por ambos em Cuba não foram cumpridos depois que chegaram ao Brasil.

Os médicos alegaram que teriam um profissional designado pelo Ministério da Saúde para atuar como tutor e ajudá-los com informações e esclarecimento de dúvidas. No entanto, de acordo com os profissionais, foi designada uma pessoa que não era médica e ficava no Rio Grande do Sul – as conversas ocorriam via internet.

Além disso, eles se queixaram sobre a remuneração recebida. De acordo com os profissionais cubanos, cada um recebia cerca de US$ 1.000 por mês (R$ 2.270). No entanto, outros profissionais, brasileiros e de outras nacionalidades, recebem R$ 10,4 mil mensais e, por isso, os dois alegaram discriminação.

Os dois, nascidos e formados em Cuba, formalizaram a sua saída do Mais Médicos e disseram que pretendem ficar no Brasil. A Associação Médica Brasileira informou que vai ajudá-los.
A organização criou em fevereiro de 2014 o "Programa de Apoio ao Médico Estrangeiro", com o objetivo de atender profissionais de outras nacionalidades inseridos na rede pública de saúde que necessitem de ajuda caso estejam insatisfeitos com as condições oferecidas pelo governo federal. Além disso, a entidade dá auxílio para solicitações de refúgio ou asilo político.

Polêmica

A contratação de cubanos pelo programa se tornou objeto de polêmica porque eles começaram a atuar no programa ganhando menos que outros profissionais.
Por médico, o governo brasileiro transfere à Organização Panamericana de Saúde (Opas), com a qual firmou um convênio para receber os médicos cubanos, a quantia de R$ 10,4 mil. A Opas transfere o dinheiro ao governo de Cuba, que paga aos médicos US$ 1.245 (cerca de R$ 3 mil).

Até o início de março, os profissionais cubanos recebiam US$ 400 (R$ 933) e mais US$ 600 (R$ 1,4 mil), que ficavam depositados em uma conta em Cuba.

De acordo com a pasta, sete médicos cubanos se afastaram do Mais Médicos por ausência injustificada. O balanço é de março deste ano. O governo informou ainda que vai investigar os argumentos dos dois profissionais.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir