Categoria Geral  Noticia Atualizada em 05-06-2014

Casal suspeito de matar zelador em SP é investigado por crime no RJ
Polícia do Rio apura se publicitário e advogada mataram ex-marido dela. Empresário foi morto em 2005, quando Eduardo e Ieda Martins se uniram.
Casal suspeito de matar zelador em SP é investigado por crime no RJ
Foto: g1.globo.com

O casal suspeito de participar do assassinato de um zelador, na semana passada, em São Paulo, passou a ser investigado também por suposto envolvimento em outro crime, esse cometido no Rio de Janeiro há nove anos.

Além de serem suspeitos de matar o zelador Jezi Souza, de 63 anos, na capital paulista, o publicitário Eduardo Martins, de 47, e sua mulher, a advogada Ieda Martins, 42, estão sendo investigados por suspeita de assassinar o ex-marido dela, o empresário José Jair Farias, na capital fluminense em 2005. Essas informações foram confirmadas nesta quinta-feira (5) ao G1 por policiais de São Paulo e pela assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio. A equipe de reportagem não conseguiu localizar o advogado do casal, Marcello Primo, para comentar as suspeitas sobre seus clientes.

A Polícia Civil de São Paulo e a do Rio estão trocando informações a respeito das duas investigações. Após a repercussão da morte do zelador, a polícia do Rio decidiu reabrir o caso do empresário morto a tiros – que havia sido encerrado sem apontar culpados pelo crime.

São Paulo

Eduardo está preso temporariamente em São Paulo após confessar ter esquartejado, ocultado e queimado o corpo de Jezi, com quem tinha desentendimentos. Para a polícia de São Paulo, o publicitário premeditou o assassinato do zelador e a advogada usou seus conhecimentos em Direito para ajudar o marido a sumir com o corpo sem que eles pudessem ser considerados suspeitos.

A polícia busca provas materiais, testemunhais e técnicas para concluir o inquérito e confirmar a suspeita de Eduardo ter cometido homicídio doloso e Ieda ocultação de cadáver.
O publicitário nega, no entanto, ter matado o zelador e alega que a morte foi acidental. Argumenta que o idoso ameaçou matar o filho que ele tem com a advogada. Em seguida, os dois entraram em luta corporal e o funcionário bateu a cabeça e caiu morto.
Jezi teria morrido na última sexta-feira (30) no 11º do edifício da Rua Zanzibar, na Casa Verde, Zona Norte de São Paulo, onde ele trabalhava e onde o casal morava com o filho de 10 anos.

O publicitário contou que sua mulher e filho não estavam presentes no apartamento onde moram no momento em que o zelador morreu. Alegando ter se desesperado, Eduardo escondeu o cadáver dentro de uma mala de viagem e desceu com ela até a garagem. Sua mulher o esperava para ajuda-lo a coloca-la no porta malas do carro do casal.
Câmeras de segurança do condomínio gravaram o zelador saindo do elevador. Depois registraram o publicitário entrando no elevador com a mala. As imagens ainda mostram o casal guardando a mala no automóvel que estava na garagem.

A família do zelador registrou boletim de ocorrência de seu desaparecimento no sábado (31) no 13º Distrito Policial, Casa Verde. Na segunda-feira (2), Eduardo foi preso em flagrante pela polícia em Praia Grande, no litoral paulista, queimando partes do corpo de Jezi numa churrasqueira. Ele usou um serrote para esquartejar o cadáver.

Ieda também chegou a ser presa na segunda-feira suspeita de ocultação de cadáver, mas acabou solta na terça-feira (3) por decisão da Justiça. A sua defesa alegou que não há indícios de sua participação no crime. Mesmo negando qualquer envolvimento, a advogada continua sendo investigada.

Peritos da Polícia Técnico-Científica e policiais civis encontraram arma, cano, silenciador, munição, luvas cirúrgicas, estetoscópio e calçados e roupas com suspeita de sangue nas buscas e apreensões autorizadas pela Justiça. Umrevólver calibre 38 manchado de sangue, estava na mochila de Eduardo encontrada na casa do litoral. O cano de uma pistola 380 e um silenciador foram encontrados no apartamento do casal. O armamento estaria em situação irregular já que o casal não teria autorização para posse ou uso.
A polícia apura se o publicitário usou o revólver ou uma pistola para dar coronhadas na cabeça do zelador e quando e onde isso possa ter ocorrido. Quem poderá confirmar essa suspeita será a perícia técnica do Instituto de Criminalística (IC). Até esta quinta-feira (5), o Instituto Médico Legal (IML) também não havia concluído o laudo necroscópico que vai apontar a causa da morte de Jezi.

Como os parentes do zelador não conseguiram reconhecer o corpo de Jezi, a investigação pediu a realização de um exame de DNA. O resultado, que deverá sair dentro de um mês, servirá para comprovar que o cadáver é do idoso. A filha e o irmão da vítima cederam material genético na quarta-feira, quando foram ao litoral. Também está sendo analisada a radiografia de sua arcada dentária.

Somente com o reconhecimento é que os familiares poderão liberar o corpo para enterrá-lo em São Paulo.

Rio

O resultado das perícias que serão feitas no revólver, no cano da pistola e no silenciador também será encaminhado para policiais da 36ª Delegacia de Polícia, Santa Cruz, no Rio, que reabriu a investigação para esclarecer quem matou o empresário José. Em 2005, a vítima era ex-marido de Ieda, com quem teria tido um filho, agora com 18 anos. Atualmente, ela é mulher de Eduardo, com quem também teve outro filho, este com 10 anos.
A polícia do Rio quer saber se alguma das armas teria sido usada para matar José. O corpo dele foi encontrado com dois tiros na cabeça, dentro do carro que usava, na rua onde tinha uma empresa em sociedade com Ieda.

Na época, a advogada teria recebido um seguro pela morte do ex-marido, com quem ficou casada por mais de 10 anos. Apesar de separados, Ieda e José ainda chegaram a disputar a guarda do filho e o destino dos bens que haviam acumulado durante o relacionamento que tiveram.

Quando terminou o casamento com José, Ieda engatou outro romance. Este com Eduardo, que teria conhecido na internet em 2001. Segundo a investigação, o publicitário se mudou para o Rio, onde passou a morar com a advogada.

Policiais contaram que um boletim de ocorrência de ameaça foi registrado por José contra Eduardo em 2002. Em 2005, foi a vez de Ieda dar queixa contra o empresário pelo fato de ele pegar o filho deles na escola sem o seu consentimento.

Em 20 de dezembro daquele ano, José foi encontrado morto dentro de um Corsa, na Estrada dos Palmares, na região de Santa Cruz. Um projétil e um estojo de pistola 380 foram apreendidos no local.

Ieda e Eduardo teriam sido investigados na época, mas como nada foi provado contra eles, o caso foi encerrado sem apontar culpados pelo assassinato de José. Existe a possibilidade de policiais da 36ª DP virem a São Paulo nesta sexta-feira (6) para falar com a investigação do 13º DP. Eles talvez queiram ouvir o depoimento de Eduardo. Também pode ocorrer o contrário, de policiais paulistas seguirem para o Rio.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir