Categoria Politica  Noticia Atualizada em 06-06-2014

Segundo turno na Colômbia não será plebiscito pela paz
Partidários exibem cartazes do presidente colombiano e candidato à reeleição, Juan Manuel Santos, durante comício em Bogotá.
Segundo turno na Colômbia não será plebiscito pela paz
REUTERS/John Vizcaino

BOGOTÁ (Reuters) - O comandante máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, apelidado de "Timochenko", disse não ter certeza de que os colombianos vão decidir entre a guerra ou a paz no segundo turno da eleição presidencial do próximo 15 de junho e convidou os eleitores a votar em branco.

O líder rebelde, que permanece na clandestinidade, afirmou que é uma farsa tentar converter a votação que opõe o presidente Juan Manuel Santos e o candidato opositor direitista Oscar Iván Zuluaga em um plebiscito para definir a continuidade da negociação de paz em andamento entre o governo e a guerrilha.

"Tal dilema não corresponde à verdade. O mencionado plebiscito não é mais do que uma farsa", disse Londoño em um extenso documento publicado no site www.pazfarc-ep.org com data de 27 de maio.

"Nós, colombianos, nos vemos, sim, diante de um verdadeiro dilema. Mas não é o de escolher entre a guerra representada por Oscar Iván Zuluaga e a paz encarnada por Juan Manuel Santos. Está claro que qualquer um dos dois significará a guerra", acrescentou.

O chefe guerrilheiro criticou os dois candidatos e afirmou que no fundo representam os mesmos interesses políticos e econômicos.

Um ano e meio atrás, as Farc iniciaram em Cuba uma negociação de paz com o governo de Santos, na qual se busca pôr fim a um conflito interno de meio século que já deixou mais de 200 mil mortos e impede um desempenho melhor da economia do país sul-americano.

Entretanto, o chefe máximo da guerrilha se absteve de fazer comentários em favor do presidente que pudessem favorecê-lo eleitoralmente.

Até agora a campanha se concentrou no tema da paz, já que os dois candidatos têm propostas socioeconômicas similares, mas profundas diferenças sobre como encerrar o confronto.

Enquanto Santos busca sua reeleição empunhando a bandeira da paz com a ilusão de assinar um acordo com a insurgência, Zuluaga diz que só dará continuidade ao diálogo com certas condições, como a guerrilha declarar uma trégua indefinida nas hostilidades, que seus líderes aceitem ir para a prisão e não tenham a possibilidade de ser eleitos parlamentares.

Londoño argumentou que uma maneira de derrotar os dois aspirantes "seria a votação em branco espontânea e maçica, capaz de deslegitimar, inclusive juridicamente, as duas opções militaristas e neoliberais".

"Não há dúvida de que uma votação surpreendente, que superasse os votos de ambas as candidaturas, seria capaz de gerar um terremoto político no país", insistiu.

Também propôs como opção uma "poderosa coalizão" de esquerda, com o apoio político da insurgência, para enfrentar de maneira decidida e com grande força das massas o novo governo que assumir em 7 de agosto, para pressionar por mudanças sociais e pelo compromiso de solucionar o conflito armado contemplando um cessar-fogo bilateral e uma reforma constitucional.

Todas as pesquisas de intenção de voto indicam uma disputa apertada entre Santos e Zuluaga para definir o próximo presidente da Colômbia.

(Reportagem de Luis Jaime Acosta)

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Fonte: http://br.reuters.com/
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir