Categoria Geral  Noticia Atualizada em 10-06-2014

Temer defende aliança com PT e diz não acreditar em "intrigas"
Vice-presidente da República discursou na convenção nacional do PMDB. Ala dissidente do partido, insatisfeita, quer fim da aliança com petistas.
Temer defende aliança com PT e diz não acreditar em
Foto: g1.globo.com

O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta terça-feira (10), em discurso durante a convenção nacional do PMDB, não acreditar que peemedebistas irão "trair" sua confiança e votar contra a aliança do partido com o PT. Segundo ele, o PMDB é formado por homens com "H maiúsculo", que são capazes de assumir posições e cumprir com a palavra.

O partido decide nesta terça, em votação, se vai apoiar a candidatura da presidente Dilma Rousseff na eleição de outubro, mantendo a chapa atual com Michel Temer como vice-presidente. Ala dissidente da sigla é contra reeditar a aliança e acredita que o voto secreto na conveção pode ajudar a derrubar a chapa Dilma-Temer.
"Alguns me dizem, olha, esse grupo vai te trair. Isso não é verdade. O PMDB sempre foi composto de homens com H maiúsculo. Homens que são capazes de dizer, ao lado das mulheres, o que realmente pensam", disse Temer.

"Não acredito nessas intrigas que me chegaram, tenho convicção de que aqueles que me disseram que iriam me apoiar vão continuar apoiando", completou o vice-presidente.
Mais cedo, ao chegar para a convenção, no Senado, Temer disse que se o PMDB ratificar a parceria com o PT por 51% dos votos já "está bom".

A expectativa, de acordo com a cúpula do partido, é de que a aliança com o PT receba o apoio de 70% dos peemedebistas. Já a ala dissidente do PMDB prevê uma disputa mais apertada, com votos de pelo menos 40% da sigla pela ruptura da aliança.

Esse grupo alega que o governo Dilma não incluiu o PMDB nas decisões de governo e critica a postura do PT de priorizar candidaturas próprias nos estados, em vez de formar coligações em algumas regiões com candidatos peemedebistas. A presidente vai comparecer à convenção por volta das 15h, quando os votos tiverem sido apurados.
Temer afirmou ainda, no discurso, que a parceria com o PT no governo federal "vai continuar a ser útil para o país". "A aliança que estamos fazendo neste momento, abre portas para que um dia o PMDB ocupe todos os espaços políticos desse país para o bem dos brasileiros", afirmou.

Antes da fala do vice-presidente da República, o presidente interino do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse perceber que o partido está "mobilizado e entusiasmado para reeditar a chapa Temer-Dilma".

Raupp apresentou as propostas da sigla para um eventual segundo mandato da presidente, entre elas a reforma política, escola integral até a conclusão do ensino médio, utilização de 10% das receitas correntes brutas da união para a saúde e melhoria na infraestrutura logística para escoar mercadorias.

Dissidência nos estados

Apesar da maior parte dos discursos na convenção ser em favor da aliança com o PT, também houve críticas ao partido da presidente Dilma Rousseff, sobretudo com relação à postura da sigla nas disputas regionais.

"O PMDB mais uma vez conduz a democracia, mas infelizmente o PT no nível regional em diversos estados não tem essa compreensão. Depois de oito anos ocupando espaços no governo Sérgio Cabral, o PT não percebeu, no Rio de Janeiro, a importância da transição que estamos fazendo para a população", disse o prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes (PMDB).
Na última quinta-feira (5), em evento promovido pelo presidente regional do PMDB no Rio de Janeiro, Jorge Picciani, lideranças do partido apoiaram à candidatura de Aécio Neves (PSDB). O candidato tucano, no entanto, não chegou a declarar apoio a Pezão, candidato à reeleição do PMDB para governador do estado.

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou, em discurso, acreditar os conflitos entre PT e PMDB nos estados não impedirão a parceria no plano nacional.
"A presidenta Dilma, na última ocasião em que estivemos juntos, teve oportunidade de dizer que o Rio de Janeiro é exemplo de aliança entre o PMDB e o PT. Por isso, estamos aqui para confirmar que estamos juntos e que não serão os percalços regionais que irão atrapalhar essa aliança."

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir