Categoria Esportes  Noticia Atualizada em 10-06-2014

Quase violinista, advogado e holandês: a história de Gucci, o goleador do Irã
Reza Ghoochannejad, ou simplesmente Gucci: atacante que fez o gol da classificação para a Copa é aposta de Carlos Queiroz no Brasil
Quase violinista, advogado e holandês: a história de Gucci, o goleador do Irã
Foto: globoesporte.globo.com

São 10 gols em 14 convocações para a seleção iraniana. O mais importante deles, marcado no dia 18 de junho do ano passado: vitória por 1 a 0 sobre a Coreia do Sul, em Ulsan, resultado que assegurou a quarta participação do "Team Melli" – como é chamada a equipe de futebol do Irã – na Copa do Mundo. A camisa 16 não diz muito sobre o estilo do jogador, mas Reza Ghoochannejad é a principal aposta do país para conquistar a inédita vaga nas oitavas de final do Mundial. E tem uma história que passa por instrumentos musicais, adolescência na Holanda e obsessão por futebol.

Apelidado de "Gucci", por conta do longo sobrenome, de difícil pronúncia, o atacante adotou "Reza", o primeiro nome, na parte de trás no uniforme. De jeito simples, Ghoochannejad não dá grandes detalhes sobre a própria vida. Talentoso na música, aprendeu a tocar violino ainda garoto, na Holanda. Lá, viveu a partir dos oito anos, por decisão dos pais, embora tenha nascido em Masshad, segunda cidade mais populosa do Irã. Chegou a estudar Direito e superou uma grave lesão para se dedicar com afinco à maior paixão da sua vida: o futebol.

A fala pausada e a expressão calma contradizem a ansiedade do atacante para a Copa do Mundo. Convocado pela primeira vez em outubro de 2012, quando a seleção iraniana já era comandada pelo atual técnico, o português Carlos Queiroz, Gucci marcou um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre Trinidad e Tobago, domingo, no último amistoso dos asiáticos antes da estreia no Mundial. Estar no Brasil já é motivo de orgulho para o jogador, que atuou por diversas categorias de base da seleção holandesa, mas trocou a camisa laranja pela branca, verde e vermelha quando profissional.
– O que importa, para nós, é jogar um bom futebol. Com certeza os resultados também importam, mas temos de mostrar nossas qualidades ao mundo e aproveitar esse momento. Não é qualquer país que vai para a Copa do Mundo. Não somos Brasil, Espanha ou Argentina, que estarão pressionados, e podemos conquistar bons resultados – afirmou o atacante.

10/06/2014 09h00 - Atualizado em 10/06/2014 10h06
Quase violinista, advogado e holandês: a história de Gucci, o goleador do Irã
Reza Ghoochannejad, ou simplesmente Gucci: atacante que fez o gol da classificação para a Copa é aposta de Carlos Queiroz no Brasil
Por Rodrigo Faber
São Paulo

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Treino IRã (Foto: Marcos Ribolli)
Ghoochannejad é grande aposta do Irã para a Copa do Mundo (Foto: Marcos Ribolli)
São 10 gols em 14 convocações para a seleção iraniana. O mais importante deles, marcado no dia 18 de junho do ano passado: vitória por 1 a 0 sobre a Coreia do Sul, em Ulsan, resultado que assegurou a quarta participação do "Team Melli" – como é chamada a equipe de futebol do Irã – na Copa do Mundo. A camisa 16 não diz muito sobre o estilo do jogador, mas Reza Ghoochannejad é a principal aposta do país para conquistar a inédita vaga nas oitavas de final do Mundial. E tem uma história que passa por instrumentos musicais, adolescência na Holanda e obsessão por futebol.
Apelidado de "Gucci", por conta do longo sobrenome, de difícil pronúncia, o atacante adotou "Reza", o primeiro nome, na parte de trás no uniforme. De jeito simples, Ghoochannejad não dá grandes detalhes sobre a própria vida. Talentoso na música, aprendeu a tocar violino ainda garoto, na Holanda. Lá, viveu a partir dos oito anos, por decisão dos pais, embora tenha nascido em Masshad, segunda cidade mais populosa do Irã. Chegou a estudar Direito e superou uma grave lesão para se dedicar com afinco à maior paixão da sua vida: o futebol.

A fala pausada e a expressão calma contradizem a ansiedade do atacante para a Copa do Mundo. Convocado pela primeira vez em outubro de 2012, quando a seleção iraniana já era comandada pelo atual técnico, o português Carlos Queiroz, Gucci marcou um dos gols da vitória por 2 a 0 sobre Trinidad e Tobago, domingo, no último amistoso dos asiáticos antes da estreia no Mundial. Estar no Brasil já é motivo de orgulho para o jogador, que atuou por diversas categorias de base da seleção holandesa, mas trocou a camisa laranja pela branca, verde e vermelha quando profissional.

– O que importa, para nós, é jogar um bom futebol. Com certeza os resultados também importam, mas temos de mostrar nossas qualidades ao mundo e aproveitar esse momento. Não é qualquer país que vai para a Copa do Mundo. Não somos Brasil, Espanha ou Argentina, que estarão pressionados, e podemos conquistar bons resultados – afirmou o atacante.
Treino IRã (Foto: Marcos Ribolli)
Gucci tem estilo calmo e história longa na formação como jogador de futebol (Foto: Marcos Ribolli)

Revelado pelo Heerenveen, onde conheceu o ex-jogador Marc Overmars, ídolo do futebol holandês, Ghoochannejad passou por diversos clubes de Holanda e Bélgica até chegar ao Charlton, da segunda divisão inglesa, onde joga atualmente. Deu a volta por cima sobre um problema de ligamento no joelho, que o tirou por mais de um ano dos gramados. E chega ao Brasil como sinônimo de experiência, fator que Carlos Queiroz trata como fundamental para a disputa de uma Copa do Mundo.

– Um Mundial se trata disso. Jogadores experientes que saibam lidar com as partidas. Se não tivermos isso, não temos como enfrentar grandes adversários. Os atletas que atuam na Europa serão muito importantes para o Irã – disse o técnico.
Ao lado de Ashkan Dejagah, do também inglês Fulham, Ghoochannejad viveu seu principal período de preparação para a Copa do Mundo na Áustria – onde os iranianos disputaram três amistosos no mês passado, contra Bielorrússia, Montenegro e Angola. O orgulho nacional fica claro quando o atacante diz não ter nenhuma outra seleção ou qualquer atacante do futebol mundial como referência. O único desejo é disputar logo o Mundial e provar que, para o Irã, também é possível chegar lá.

– Os melhores do mundo jogarão essa Copa do Mundo. Não tenho nenhum ídolo, particularmente, mas podemos olhar e aprender. Eu só tento jogar com o meu próprio estilo e dar o melhor para o meu time – explicou.

O Irã estreia na Copa do Mundo no dia 16, contra a Nigéria, na Arena da Baixada, em Curitiba. No dia 21, a equipe encara a Argentina, em Belo Horizonte, e fecha a participação na primeira fase no dia 25, diante da Bósnia, em Salvador.

Fonte: globoesporte.globo.com
 
Por:  Maratimba.com    |      Imprimir