Categoria Geral  Noticia Atualizada em 26-06-2014

Lula concorda com o Gilberto Carvalho quanto a estrago causado pela mídia conservadora
O alerta do ministro Gilberto Carvalho, chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, quanto ao cerco midiático promovido pela imprensa conservadora estar na raiz das recentes vaias e xingamentos à presidenta Dilma Rousseff, serviu para que o ex-
Lula concorda com o Gilberto Carvalho quanto a estrago causado pela mídia conservadora
Foto: correiodobrasil.com.br

– Cheirou a coisa organizada (o ataque à presidente). O preconceito, a raiva demonstrada. Possivelmente a gente tenha culpa de não ter cuidado disso com carinho. O PT não pode fazer uma campanha sem discutir o tema da corrupção. Não podemos, como avestruz, enfiar a cabeça na areia e falar "esse tema não é nosso". Nós temos que debater – disse Lula, em entrevista ao Jornal do SBT, na noite passada.
Carvalho, desde a semana passada, tem defendido uma visão diferente do PT sobre o episódio, o que lhe custou uma série de críticas da cúpula do PT. Para o ministro, o PT errou no seu diagnóstico sobre a insatisfação com o governo, por "ilusão de que o povo pensa que está tudo bem".

Ainda na entrevista, o ex-presidente Lula comentou o julgamento da Ação Penal 470, conhecido como ‘mensalão’, e já reconhece também as digitais da mídia conservadora como principal motriz dos fatos que produziram uma ação com elevado teor de motivação política.
– A minha tese é de que, possivelmente, esse tenha sido o processo que tenha sido julgado com a maior pressão de determinados setores dos meios de comunicação da história da humanidade. Nunca as pessoas envolvidas num processo foram condenadas com tanta antecedência como foi nesse caso. Eu não estou julgando os ministros, e não vou julgá-los, mesmo que uma decisão ou outra não me agrade. Não é meu papel julgar a Suprema Corte. O que eu acho, agora, o que temos fazer, é recontar essa história – disse Lula.

Coro da direita

Carvalho confirmou, em recente entrevista ao Correio do Brasil, que não pretende deixar o cargo após declarar que o cerco midiático a que se submeteram os governos do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma Rousseff é o principal responsável pelas manifestações contra a candidata petista, nas últimas semanas. Segundo Carvalho, o posto que ocupa está à disposição da presidenta desde o primeiro dia de seu mandato, mas não houve, até o momento, qualquer interesse de sua superiora imediata em substituí-lo.
O ministro convidou blogueiros e jornalistas independentes para uma entrevista em seu gabinete, na semana passada, quando afirmou que não apenas a "elite branca" foi responsável por xingamentos à presidenta Dilma, no estádio do Itaquerão, em São Paulo, mas o público que estava nas arquibancadas, como um todo. A origem desse mal estar, segundo Carvalho, está no fato de a mídia conservadora, desde o primeiro dia do então presidente Lula no Palácio do Planalto, bater incansavelmente no governo.

Ocorre, porém, que a análise de Carvalho, segundo apurou o CdB, é mais ampla do que compreenderam setores do PT e da oposição. Carvalho já percebeu que as críticas aos governos petistas atingem setores da população que historicamente apoiaram o PT.
– Esse cacete diário de que nós inventamos a corrupção, de que nós aparelhamos o Estado brasileiro, de que nós somos um bando de aventureiros que viemos aqui para se locupletar, essa história pegou na elite, na classe média e vai gotejando, vai descendo. Porque nós não demos combate. Nós não conseguimos fazer o contraponto – advertiu o ministro, que é um dos conselheiros de maior confiança tanto do ex quanto da atual presidenta da República.
Diante da conjuntura, o ministro apontou a importância da Política Nacional de Participação Social, lançada em maio pela presidenta Dilma Rousseff, por meio de um decreto levantou a polêmica no país.

– A articulação com a sociedade é o único caminho capaz de compensar essa correlação de forças brutal – afirmou Carvalho, que defende o amplo apoio da sociedade ao projeto.
Gilberto Carvalho lembrou, ainda, que o decreto tem o propósito de articular os canais já existentes para que a participação social se transforme em método de governo e o povo, conforme demanda surgida nos protestos de junho, possa participar mais efetivamente das definições das políticas públicas. Mas o coro que vem da direita oposicionista chega ao limite de classificá-la como estratégia para implantar o comunismo no país ou transformar o Brasil em Venezuela.

Fonte: correiodobrasil.com.br
 
Por:  Emella Simões    |      Imprimir