Candidato do PSDB ao Planalto participou de sabatina em São Paulo. Tucano afirmou, contudo, que criará novas regras para o Mais Médicos.
Foto: g1.globo.com O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, senador Aécio Neves, afirmou nesta quarta-feira (16) que, se for eleito em outubro, não terá o "menor constrangimento" em manter os programas sociais criados pelo PT no governo federal, como o Bolsa Família e o Mais Médicos. O presidenciável participou de sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo, pelo portal UOL, pelo SBT e pela rádio Jovem Pan em São Paulo.
Segundo o senador do PSDB, é normal na política "copiar" os projetos que deram certo e aprimorá-los. Na tentativa de dissipar os boatos que afirmam que há risco de extinção do Bolsa Família caso a oposição vença as eleições deste ano, Aécio reafirmou que o programa de transferência de renda criado no governo Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) será mantido por sua eventual gestão.
"Política e administração pública é você copiar as coisas que dão certos e aprimorá-las. [...] Não tenho o menor constrangimento de mantê-los e aprimorá-los [os programas socias do PT]", disse o candidato tucano na entrevista.
"O Bolsa Família, no nosso governo, vai continuar. O que eu quero é tirá-lo do programa eleitoral. O que eu quero é transformá-lo em programa de Estado", complementou.
Indagado pelos jornalistas sobre as polêmicas geradas no país com a contratação de profissionais cubanos para o programa Mais Médicos, o presidenciável do PSDB disse que, na hipótese de ser eleito, irá manter a iniciativa federal, inclusive com os médicos da ilha caribenha.
Ele, no entanto, afirmou que criará novas regras para o programa, entre as quais isonomia de salários entre os profissionais estrangeiros e passar a exigir que os médicos de Cuba se submetam ao exame de revalidação do diploma, uma das principais exigências das entidades médicas brasileiras.
"Vamos manter o Mais Médicos, mas vamos estabelecer novas regras. Não vamos aceitar as regras impostas por Cuba. Vamos estabelecer condições para que eles [profissionais estrangeiros] se submetam ao Revalida [Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras]", prometeu.
Medidas impopulares
Em meio à sabatina, Aécio Neves foi confrontado com uma declaração que deu durante jantar com empresários, em abril. Na ocasião, diante de uma plateia que representa fatia significativa do Produtor Interno Bruto (PIB), o candidato do PSDB havia afirmado que estava preparado para tomar "decisões necessárias", ainda que "impopulares", para reestruturar o país.
Nesta quarta, os jornalistas questionaram ao tucano quais seriam as medidas impopulares que ele estava disposto a promover caso seja eleito. Aécio, entretanto, não detalhou a que medidas estava se referindo quando falou aos empresários sobre medidas impopulares.
Ele se limitou a dizer que se vencer a disputa presidencial não irá governar com os olhos nas curvas de popularidade. Aécio destacou que durante o governo Lula, apesar de o ex-presidente ter obtido índices recordes de popularidade, ele não capitaneou processos de reformas no país.
"O que eu quis dizer [quando falou que estaria disposto a promover medidas impopulares] é que não vou governar com os olhos nas curvas de popularidade. O presidente Lula teve em período de seu governo [uma popularidade] que pouquíssimos outros governantes vão encontrar. [...] Se tivesse havido vontade para fazer reformas necessárias, o Brasil estaria em situação diferente da que está agora", enfatizou.
Futebol e Copa
Ao ser questionado pelos mediadores da sabatina sobre se estaria disporto a apoiar a criação de uma agência reguladora para o futebol, Aécio disse ser a favor de uma lei de responsabilidade no esporte. Ele destacou, no entanto, ser contra intervenções estatais no futebol.
O tucano também disse que, no começo da Copa do Mundo, o governo federal tentou se "apropriar" do êxito inicial da Seleção brasileira no Mundial da Fifa.
"Eu achava que a presidente [Dilma] iria pegar no telefone e convidar os membros da comissão técnica, os jogadores, para tomar um café com ela. Se tivessem ganhado, ela seria a primeira a cumprimentá-los [...]. É mais uma demonstração da tentativa de utilização política da Copa", declarou.
Fonte: g1.globo.com
|