Grupo é contra ordem de despejo em aldeia perto do Pico do Jaraguá.
Reintegração de posse do terreno está marcada para 27 de julho.
Foto: g1.globo.com Índios de comunidades paulistas protestam em frente ao Tribunal Regional Federal, na Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira (25). O ato cobra a demarcação das terras indígenas e critica ordem de reintegração de posse da aldeia Tekoa Pyau, próxima ao Pico do Jaraguá, na Zona Oeste da cidade.
Desde 15h45h, o ato bloqueava completamente a via no sentido Consolação. O desvio era feito pela Alameda Ministro Rocha Azevedo.
De acordo com os líderes do ato, vivem na Grande São Paulo mais de 2 mil índios guarani, distribuídos em aldeias localizadas no Extremo Sul e no Pico do Jaraguá. A cobrança pela demarcação é uma campanha nacional e antiga, mas com sobrepeso regional e atual: a aldeia do Jaraguá sofre ameaça de despejo, com reintegração de posse marcada para o dia 27 de julho.
Jaraguá é menor aldeia do país, com apenas 1,7 hectare na demarcação da década de 80. Na determinação de 2013 da Fundação Nacional do Índio (Funai), e à espera da homologação no Ministério da Justiça, a aldeia é reconhecida com 532 hectares. Sem a assinatura do ministro José Eduardo Cardozo, entretanto, os indígenas perdem praticamente todo o território que hoje ocupam. A maior parte do terreno é de propriedade privada.
O ato desta tarde reúne integrantes da comunidade ameaçada e indígenas das outras aldeias paulistas. "Sem a demarcação, a terra em que vivemos está pequena demais para poder ensinar nossas crianças a viver do jeito guarani e, ao invés de mandar o Ministro Cardozo assinar, o juiz Clécio Braschi resolveu mandar a polícia pra tirar o pouco que temos" defende a liderança guarani.
Em frente ao TRF, os manifestantes cantam, rezam e dançam rituais típicos. Eles ainda pretendem protocolar diversos desenhos feitos pelas crianças da aldeia para o juiz substituto Alessandro Diaferia, que deve julgar o recurso apresentado pela FUNAI para reverter a ordem de despejo.
"Esperamos que vendo as nossas crianças cantando, nossos guerreiros dançando xondaro, e nossos pajés rezando em frente ao seu escritório, o juiz da 2ª instância não pense como esse que quis nos exterminar e determine nossa permanência em nossa terra tradicional", diz o manifesto divulgado no perfil da liderança guarani no Facebook.
Fonte: g1.globo.com
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