Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-07-2014

Índios cobram demarcação de terra em SP com protesto
Grupo é contra ordem de despejo em aldeia perto do Pico do Jaraguá. Reintegração de posse do terreno está marcada para 27 de julho.
Índios cobram demarcação de terra em SP com protesto
Foto: g1.globo.com

Índios de comunidades paulistas protestam em frente ao Tribunal Regional Federal, na Avenida Paulista, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira (25). O ato cobra a demarcação das terras indígenas e critica ordem de reintegração de posse da aldeia Tekoa Pyau, próxima ao Pico do Jaraguá, na Zona Oeste da cidade.


Desde 15h45h, o ato bloqueava completamente a via no sentido Consolação. O desvio era feito pela Alameda Ministro Rocha Azevedo.

De acordo com os líderes do ato, vivem na Grande São Paulo mais de 2 mil índios guarani, distribuídos em aldeias localizadas no Extremo Sul e no Pico do Jaraguá. A cobrança pela demarcação é uma campanha nacional e antiga, mas com sobrepeso regional e atual: a aldeia do Jaraguá sofre ameaça de despejo, com reintegração de posse marcada para o dia 27 de julho.

Jaraguá é menor aldeia do país, com apenas 1,7 hectare na demarcação da década de 80. Na determinação de 2013 da Fundação Nacional do Índio (Funai), e à espera da homologação no Ministério da Justiça, a aldeia é reconhecida com 532 hectares. Sem a assinatura do ministro José Eduardo Cardozo, entretanto, os indígenas perdem praticamente todo o território que hoje ocupam. A maior parte do terreno é de propriedade privada.

O ato desta tarde reúne integrantes da comunidade ameaçada e indígenas das outras aldeias paulistas. "Sem a demarcação, a terra em que vivemos está pequena demais para poder ensinar nossas crianças a viver do jeito guarani e, ao invés de mandar o Ministro Cardozo assinar, o juiz Clécio Braschi resolveu mandar a polícia pra tirar o pouco que temos" defende a liderança guarani.

Em frente ao TRF, os manifestantes cantam, rezam e dançam rituais típicos. Eles ainda pretendem protocolar diversos desenhos feitos pelas crianças da aldeia para o juiz substituto Alessandro Diaferia, que deve julgar o recurso apresentado pela FUNAI para reverter a ordem de despejo.

"Esperamos que vendo as nossas crianças cantando, nossos guerreiros dançando xondaro, e nossos pajés rezando em frente ao seu escritório, o juiz da 2ª instância não pense como esse que quis nos exterminar e determine nossa permanência em nossa terra tradicional", diz o manifesto divulgado no perfil da liderança guarani no Facebook.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir