Categoria Geral  Noticia Atualizada em 28-07-2014

Polícia de MT resgata bebê doado pela mãe ilegalmente
Mãe biológica mora em Nobres e disse não ter condições de criar o filho. Casal do PR teria pago R$ 3,6 mil para intermediadora da adoção ilegal.
Polícia de MT resgata bebê doado pela mãe ilegalmente
Foto: g1.globo.com

Um bebê com quatro dias de vida foi resgatado nesta segunda-feira (28) pela Polícia Civil de Mato Grosso após a mãe biológica da criança, moradora de Nobres, entregá-la ilegalmente a um casal da cidade de Jaquapitã, estado do Paraná. O recém-nascido foi doado no dia 20 de julho ao casal por meio de uma mulher que seria a intermediária, no município de Nobres. O depoimento do casal ocorreu na manhã desta segunda-feira (28) na delegacia da cidade mato-grossense.

A mulher, de 32 anos, e o marido dela, de 38, entregaram à polícia o bebê, do sexo masculino, que foi levado para um abrigo pelo Conselho Tutelar de Nobres. O delegado responsável pelo caso, Eder Clay Santana Leal, contou que a mãe do recém-nascido, de 23 anos, alegou não ter condições de criar o filho e, por isso, procurou uma mulher para intermediar a adoção. A mulher teria recebido o valor de R$ 3,6 mil dos pais adotivos pela entrega da criança.
O casal declarou durante depoimento na delegacia que recebeu a criança no dia 20 de julho e, nesse dia, repassou o valor de R$ 3,6 mil a intermediadora para pagamento de despesas médicas e de uma cirurgia realizada. "Eles disseram que R$ 2,6 mil era para pagar uma cirurgia de ligadura de trompa e o restante para despesas médicas, pós parto", informou o delegado ao destacar que a mulher também contou que não podia ter filho.

As investigações apontam que o dinheiro pode ter ficado com a intermediadora e que a cirurgia foi realizada gratuitamente. A suspeita alegou que o médico realizou a cirurgia para receber o valor dias depois. "O médico será ouvido para confirmar a versão", declarou o delegado.

O caso foi denunciado à Polícia Civil em Rosário Oeste, a 133 km da capital, cidade onde a criança nasceu no dia 16 de julho. O boletim de ocorrência foi registrado no dia 23 de julho pelo irmão da mãe do bebê, quando soube que a irmã teria doado o sobrinho para um casal, que teria ido buscar a criança no dia 20 de julho.
O delegado Eder Clay Santana Leal disse que a mãe mora em Nobres, mas o parto ocorreu em hospital de Rosário Oeste. Conforme o delegado, após o nascimento do menino a mulher retornou com a criança para Nobres e lá teria doado a filho ao casal de outro estado. "Com o documento de nascimento do hospital, o homem registrou a criança no nome da mãe biológica e em seu nome, como sendo o pai legítimo. Isso para poder viajar", explicou o delegado.

O delegado disse ainda que conversou com a mãe, que ainda se recupera do parto, e ela teria afirmado que doou o filho, por não ter condições de cuidar e também por não querer ficar com a criança. O casal, a mãe e a mulher intermediadora da doação irregular vão responder por crime contra o poder familiar. "Eles foram ouvidos e indiciados. Mas vamos aprofundar as investigações porque há informações de outras vendas por essa mulher", finalizou o delegado.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir