Categoria Geral  Noticia Atualizada em 29-07-2014

Em junho, juro bancário de pessoa física é o maior em mais de 3 anos
No mês passado, taxa média subiu para 43% ao ano, maior valor da série. Alta veio apesar de inadimplência menor e de queda na taxa de captação.
Em junho, juro bancário de pessoa física é o maior em mais de 3 anos
Foto: www.g1.globo.com

Mesmo com a interrupção em maio do processo de alta dos juros básicos da economia pelo Banco Central, o que levou as instituições financeiras a pagarem juros menores para captar recursos no mercado, a taxa média de juros cobrada pelos bancos das famílias, nas operações para pessoas físicas, avançou pelo sexto mês consecutivo em junho e atingiu 43% ao ano - o maior patamar da série histórica do Banco Central, em março de 2011.

O Banco Central subiu os juros básicos da economia entre abril do ano passado, quando estavam em 7,25% ao ano, na mínima histórica, para 11% ao ano até maio deste ano. O aumento foi de 3,75 pontos percentuais. Nesse período, a taxa de captação dos bancos, nas operações com pessoas físicas, subiu um pouco menos: três pontos percentuais, para 12% ao ano em maio de 2014.

Os números oficiais mostram que as taxas de juros cobradas pelos bancos de seus clientes, pessoa física, subiram bem mais do que os três pontos percentuais de aumento na taxa de captação. Entre abril de 2013 e maio deste ano, os juros bancários cobrados das famílias avançaram 8,1 pontos percentuais, para 42,5% ao ano em maio.

Em junho, segundo informou o Banco Central nesta terça-feira (29), os juros bancários de pessoas físicas avançaram novamente, para 43% ao ano - os maiores da série histórica - ao mesmo tempo em que houve queda da inadimplência nas operações com pessoas físicas e também da taxa de captação (ou seja, quanto as instituições pagam pelos recursos no mercado) para 11,7% ao ano nas operações com pessoas físicas.

"Spread bancário"

O aumento dos juros bancários com intensidade maior que a alta da taxa básica, e não repasse do corte da taxa de captação em junho, gerou o aumento do chamado spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o que cobram dos clientes).

O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

Em abril do ano passado, antes do início do processo de alta dos juros básicos da economia, o spread bancário nas operações com pessoas físicas estava em 25,4 pontos percentuais. Em junho deste ano, já estava em 31,3 pontos percentuais.

O alto nível dessa diferença entre taxas no Brasil já foi duramente criticado, no passado, pela presidente da República, Dilma Rousseff, e por integrantes da equipe econômica, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Taxa média de empresas e geral

No caso das operações dos bancos com as empresas, ainda com base nos chamados recursos livres, a taxa média caiu de 22,9% ao ano em maio para 22,6% ao ano em junho - o menor patamar desde dezembro do ano passado (21,4% ao ano).

Já a taxa média geral de todas as operações com recursos livres (pessoas físicas e empresas) ficou estável em 32% ao ano em junho. Com isso, os juros estão no maior patamar desde fevereiro de 2012 (32,5% ao ano). No acumulado de 2014, a taxa média de juros bancários avançou três pontos percentuais.


Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Ana Luiza Schetine    |      Imprimir