Categoria Geral  Noticia Atualizada em 01-08-2014

Animais marinhos e petiscos: conheça perigos nas praias
Acidentes com esses animais na praia podem estragar o final de semana
Animais marinhos e petiscos: conheça perigos nas praias
Foto:g1.globo.com

A combinação de águas calmas, mornas e cristalinas de Salvador é um convite ao descanso e à diversão, mas é necessário prudência para que o lazer não se transforme em estresse para família.

Dalila Araújo, 28 anos, só pensava em aproveitar o fim de semana de sol na praia do Porto da Barra com o filho Arthur Jorge, de dois anos, no início do ano. O mar calmo e a grande quantidade de crianças brincando na água não indicavam que o perigo estava bem próximo. Ao sentir a queimadura na perna, Arthur correu na direção à mãe, que logo constatou o problema: queimadura de água-viva.

"No primeiro momento, pensei que não era nada grave. Lavei a perna dele e fomos para casa", disse Dalila, que na mesma noite se viu obrigada a levar o pequeno Arthur às pressas à emergência do hospital em busca de atendimento para febre, dor intensa e vermelhidão na área queimadura.

Arthur é uma das muitas crianças e adolescentes que passam diariamente pelo atendimento de emergência do Hospital Teresa de Lisieux, na capital baiana, por causa de acidentes no mar. "Grande parte dos traumas acontece por descuido dos banhistas, que acabam esbarrando em águas-vivas, caravelas, ouriços-do-mar e peixes com ferrões", afirma o diretor médico da Hapvida, Antônio Trindade.
Perigos à beira mar

O contato desses animais com a pele humana pode causar inchaço e vermelhidão, além de dor intensa, coceira e até mesmo febre e mal-estar. Em acidentes por águas-vivas e caravelas, por exemplo, o especialista ensina que o ideal é lavar a área atingida com a própria água do mar – evitar água corrente –, aplicar compressas de água gelada e ficar atento a outros tipos de sintomas.

"Casos de febre, dores fortes e mal-estar devem ser encaminhados à emergência, assim como acidentes com ouriços-do-mar. Um pequeno pedaço de espinho pode se transformar em uma infecção dolorosa de pele se não for retirado da maneira certa", explica Trindade.

A areia esconde grande quantidade de microrganismos causadores de doenças de pele e até infecções graves. É comum ver animais passeando pela praia nos mesmos locais onde crianças brincam na areia.

"Cães e gatos são hospedeiros de uma larva conhecida popularmente como Bicho Geográfico (Bicho de pé). Eliminada pelas fezes, ela pode penetrar em qualquer parte do corpo humano, embora seja mais comum nos pés", explica o diretor médico do Hospital Teresa de Lisieux. Para reduzir o risco de infecção, Antônio Trindade recomenda o uso de calçados e toalhas ao sentar no chão, evitando o contato direto com a areia.
Atenção aos petiscos!

E quem resiste aos famosos acarajés, espetinhos de queijo coalho e frutos do mar servidos na beira da praia? De acordo com os especialistas da área médica, é preciso ficar atento às condições de preparo e armazenamento do que está sendo oferecido para você e sua família.

"Muitos pacientes chegam ao atendimento de emergência com sintomas de infecção alimentar, gastrite e úlcera. Doenças causadas pela ingestão de alimentos mal conservados na praia", afirma Antônio Trindade. Segundo ele, o índice de contaminação é baixíssimo se o consumo ocorrer logo após a preparação dos petiscos, devido à alta temperatura do óleo e cozimento. Mas basta que esses alimentos fiquem expostos por alguns minutos na bandeja para que a contaminação aconteça.

Alto índice de afogamentos

Recentemente, a Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar) divulgou um alerta com orientações aos banhistas com o intuito de diminuir a incidência de afogamentos.


No primeiro semestre de 2014, cerca de 550 casos de ocorreram nas praias de capital, número acima do registrado no mesmo período do ano anterior. No mês de julho, mais nove pessoas foram salvas no mar e outras 139 estavam em situação de risco e receberam orientações dos salva-vidas no trecho do Jardim de Alah à praia de Aleluia (divisa de Salvador com Lauro de Freitas).

As causas passam pelo consumo de bebidas alcoólicas, descuido com as crianças e os idosos e o desrespeito às sinalizações dos salva-vidas. "Diversão e segurança só dependem de você. O clima do Nordeste é perfeito para aproveitar as praias, mas é fundamental que as famílias não descuidem da saúde, da segurança e, principalmente, das brincadeiras na água, que podem se tornar perigosas", enfatiza o diretor médico Hapvida.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir