Categoria Geral  Noticia Atualizada em 02-08-2014

Depois de "sequestrar" leão, ex-dono quer de volta tigre
Ataque foi na tarde de segunda-feira (28) no Zoológico de Cascavel, no PR. Ex-criador de Maringá pretende pedir ao Ibama a devolução do felino.
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Foto: g1.globo.com

O mantenedor do Canil e Escola Emanuel de Maringá, no norte do Paraná, Ary Marcos Borges da Silva, onde nasceu o tigre que atacou o menino no Zoológico de Cascavel, na segunda-feira (28), vai pedir ao Ibama a devolução do animal. "Nós estamos ligando para o Ibama para ver quando eles podem nos receber. Estamos disponíveis e os felinos que a gente tiver condição de atender aqui, vamos solicitar".
Em maio, Borges da Silva "sequestrou" o leão Rawell de um criadouro em Monte Azul Paulista (SP), porque dizia que o animal estava sendo maltratado. O leão hoje está no zoológico de Curitiba.

O ataque do tigre em Cascavel deixou o menino gravemente ferido. Levado às pressas ao hospital, ele precisou ter o braço direito amputado na altura do ombro. Segundo o hospital, o estado de saúde dele é estável e deve receber alta na terça-feira (5).
O tigre e uma fêmea foram levados para o Zoológico de Cascavel há três anos, porque o Canil de Borges estava superlotado. No ano seguinte, a fêmea morreu . Segundo Borges, o canil tem sete animais. "Nós temos espaço, com a ampliação que estamos fazendo vamos melhorar a segurança e o conforto dos animais", afirma.
O criador tem autorização do Ibama para manter os felinos e reclama das condições do Zoológico de Cascavel. "Não tem segurança e nem estrutura, já morreu uma tigresa nossa lá, infelizmente é o lixo dos lixos de todos os zoológicos do Brasil. Agora o tigre está lá de quarentena em uma jaula onde não consegue nem se mexer", diz.

De acordo com o Ibama, o Zoológico de Cascavel está regularizado e atende as normas de segurança exigidas.
O superintendente do Ibama no Paraná, Jorge Callado, disse ao G1 que a questão envolvendo Ary e o leão Rawell já está resolvida, pois o animal foi doado para o Zoológico de Curitiba. Dessa forma, ele não responde a nenhum processo referente ao problema enfrentado com o leão.

Sobre a transferência do tigre, Callado diz que o caso se trata de uma questão entre Ary e o Zoológico de Cascavel, devido à doação. Apesar disso, o superintendente não acredita que o antigo dono consiga recuperar o animal. "Não tem porque de receber novamente. Não vejo possibilidade. Até porque o zoológico oferece mais condições que um canil", afirmou Callado.
Investigação
A Polícia Civil investiga se o acidente em Cascavel foi causado por omissão do pai, ou da guarda do zoológico. Eles podem responder pelo crime de lesão corporal, de acordo com o andamento do inquérito.

O menino estava no zoológico acompanhado do pai, que, segundo testemunhas, deixou a criança brincar perto dos animais. Ele chegou a ser detido para prestar esclarecimentos, mas foi liberado.

Em entrevista realizada na quinta-feira (31), o delegado Denis Merino, que investiga o caso, deu detalhes sobre o depoimento do pai, colhido na quarta. "O pai do menino disse que estava cuidando do outro filho dele, de três anos, que reside aqui em Cascavel, quando o maior, de 11 anos, se desvencilhou e estava nas proximidades. Tão logo ele percebeu que o animal atacou a criança, ele o socorreu", afirmou o delegado.
Ainda segundo Merino, a guarda patrimonial e testemunhas ainda serão ouvidas. "O código penal prevê que, quando o responsável legal é omisso, ele responde pelo resultado - no caso, o resultado foi uma lesão corporal grave. O pai e a guarda patrimonial - que deveria guardar o local para evitar o acesso de qualquer visitante naquela área - podem responder pelo crime de lesão corporal. A pena é de 2 a 5 anos", disse.
O diretor da Guarda Municipal de Cascavel, Lauri Dallagnol, disse que o guarda do patrimonial não viu o garoto na área restrita porque estava fazendo ronda em outro local do zoológico. "Ele estava fazendo ronda no recinto dos macacos. Ele cuida de três recintos, então ele vem, faz a ronda neste local e vai para outro, faz a ronda e volta. Ele só viu a situação depois do fato consumado", explicou.
Para o veterinário do zoológico, as grades são seguras. "O recinto atende as todas as especificações técnicas do Ibama, tanto para animais, quanto para os visitantes. A grade de 1,50 m está na norma técnica. O que aconteceu foi uma fatalidade", concluiu Passos.

Fonte: g1.globo.com
 
Por:  Gabrielly Rebolo    |      Imprimir